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Era uma vez um mundo de juros baixos

Publicado 29.09.2022, 11:43
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Nos últimos 40 anos, após o choque do Petróleo de 1980, nós tivemos um bom período de estabilidade geopolítica.

Essa estabilidade permitiu que os países realizassem acordos comerciais visando à integração de suas cadeias produtivas.

Um carro montado no Brasil passou a usar peças produzidas no mundo todo, permitindo a otimização financeira e resultando no carro mais barato possível.

Essa junção da cadeia produtiva mundial teve uma nação vencedora.

A China coordenou a maior transição de economia agrícola para uma potência industrial que já se viu na história, fazendo uma enxurrada de mão de obra extremamente barata ser abraçada pela economia global.

Foi a era da prosperidade! Produtos baratos, inflação baixa, juros baixos.

Como a era dos juros baixos impactou a bolsa


Os juros baixos, por sua vez, têm um efeito muito positivo nos ativos de risco. Quanto mais baixo o juro, mais estímulos temos ao empreendedorismo, mais fácil é de conseguir financiamento, maior é o valor das ações das empresas atuais.

Tivemos, durante os últimos 10 anos, o maior sharpe da história da bolsa. Ou seja, o maior retorno e a menor volatilidade.

Isso fez com que os investidores aumentassem bastante a proporção de ações nas suas respectivas carteiras de investimento.

Quem começou a investir agora ficaria chocado em saber o quanto era difícil ver alguém com mais de 50% de ações na sua carteira.

Após a crise da subprime, as taxas de juros do mundo foram para zero e intensificaram ainda mais esse movimento de investimento em ações.

O número de pessoas físicas na bolsa saltou de 600 mil (número que estava estável há vários anos) para 4 milhões em apenas quatro anos.

No entanto, em 2020, tudo mudou.

O fim dos juros baixos


Os EUA começaram uma guerra comercial com a China, colocando tarifas e dando um passo para trás na integração da cadeia produtiva mundial.

A guerra da Rússia contra a Ucrânia piorou ainda mais esse quadro, tirando do jogo o maior produtor de commodities do mundo. Os preços começaram a subir.

Temos agora a situação inversa, os preços estão subindo, as taxas de juros estão subindo e as ações estão com muita volatilidade.

Você, investidor, se preparou para essa jornada reduzindo suas posições em ativos de risco? Algumas vezes, ficando até vendido nesses ativos?

Quem não se preparou está sofrendo as consequências de uma mudança de cenário. Prejuízos na carteira e alta volatilidade.

O mais importante é você entender que esse cenário de juros altos não vai a lugar nenhum. Teremos alguns anos de taxas elevadas e dificuldade de controlar a inflação.

Atualmente, com o aumento das taxas de juros mundiais, estamos inclusive adicionando uma nova camada de risco, que é o nível de sustentabilidade da dívida dos países.

Durante o período de juros baixos, os países acumularam dívidas de mais de 100% do PIB.

Se os juros são zero, isso não chegaria a ser um problema, mas com taxas indo para 5% ou 6%, a dívida se torna impagável.

BoE anuncia compra de dívida pública britânica


Essa foi a tônica dos mercados esta semana, com as taxas da Inglaterra tendo a maior alta em um dia da história.

Todo o mercado de títulos de dívida corporativos também teve aumento nas taxas e queda forte dos seus preços.

CDS
oi

O governo Inglês anunciou na quarta-feira, 28, um programa de compra de títulos públicos para que ele conseguisse controlar os preços dos seus próprios títulos, contrariando, assim, a própria política de redução de estímulos e balanço que tinha anunciado poucos meses atrás.  

Mas se o governo fará novos estímulos, como ele vai controlar a inflação?

Será que os juros do mundo são "ineleváveis"? — Perdão pela criação de uma nova palavra, mas será?

Cenário atual segue exigindo cautela


O que quero que você saiba é que tem uma chance não desprezível de o mercado continuar piorando e as taxas de juros continuarem sendo nossas inimigas, até que se chegue ao controle efetivo da inflação.

Enquanto isso se arrastar, você vai precisar ter cuidado nos seus investimentos.

Compre apenas ativos com margem de segurança, ou seja, bem baratos.

Tenha ajuda profissional. Agora, mais do que nunca, será necessário.

E, por fim, entenda que o mercado de hoje é muito mais parecido com a história real do mundo do que o mercado dos últimos 10 anos.

Saber de taxas de juros, inflação e macroeconomia em geral fará uma diferença enorme no resultado final dos seus investimentos.

Boa sorte e bons negócios!

Últimos comentários

Excelente artigo! Muita seriedade nas informações trazendo ao investidor uma reflexão real sobre seu conhecimento e como agir neste momento. Referência pra mim!
No curto prazo, os gestores mundiais acabarão por encontrar soluções para mitigar o efeito da inflação sobre alimentos e energia, tais como: abrir suas barreiras alfandegárias (reduzindo impostos de importação), prevendo mecanismos de salvaguarda para as empresas nacionais mais afetadas e até melhorando suas relações internacionais. Por outro lado, uma modernização na regulação da B3, poderá permitir que pequenas e médias empresas abram seu capital de forma facilitada para buscar mais crédito via mercado primário, amenizando a pressão sobre seus fluxos de caixa. Num horizonte de médio e longo prazo, vejo o mundo menos dependente de combustíveis fósseis, com fartura de energia limpa, inflação zerada e um crescimento nunca antes visto, proporcionado pela abundância de energia limpa, aliada à tecnologia... Em suma... Apenas sonhos...
O negócio é estudar e nao seguir recomendações e nem matérias manipuladoras de analistas que induzem ao erro.
Sim e Marilia nao se enquadra nesses analistas por voce citados.
ótima matéria. Parabéns.
ótima matéria. Parabéns.
Show de análise.
eh isso ae, os juros altos vieram pra ficar. a relação risco/ retorno tem que compensar muito agora pra sair da renda fixa e entrar na bolsa.
Ótimo artigo. Obrigado Marilia!
o perfil desta moça é diferente dos outros comentaristas....é fácil saber porquê 👊🇧🇷
Aplausos para a moça 👏👏👏
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