O Discurso de Sempre
A cada pouco recebemos e-mails ou comentários no Twitter pedindo para que a Empiricus foque na análise econômica e pare de falar de política.
Eu adoraria chegar aqui e falar sobre o comportamento do varejo, sobre os resultados trimestrais das companhias e sobre a evolução do mercado imobiliário brasileiro.
Mas, a verdade é que, desde meados de 2014, é impossível falar sobre economia no Brasil sem avaliar os diferentes cenários políticos. E, convenhamos, Brasília não dá uma folga!
Temer se agarra ao foro cargo e se diz vítima de conspiração – PSDB e DEM esperam a decisão do STF na quarta sobre suspender o inquérito para se posicionar.
Por mais que toda a história do áudio manipulado seja muito suspeita – sim, é tudo muito suspeito nessa história toda – a situação do presidente é insustentável.
Falar que não sabia que Joesley era investigado beira o ridículo. Vai ter que melhorar o discurso, Temer – “Eu não sabia” e “Sou vítima de uma conspiração” já foram testados.
Não funcionou antes.
Mesmo que ele não caia, toda a agenda de reformas e governabilidade ficam comprometidas. Sabendo disso, hoje a Bolsa cai, juros (sobretudo os mais longos) sobem e o Real se deprecia.
Se o mercado adora o termo “compasso de espera”, não existe um compasso de espera maior do que esse.
Caldeirão Borbulhante
Quem não está esperando é o mercado norte americano. Relatório do Fed de Chicago apontou que a atividade industrial compensou a queda de consumo das famílias e o nível geral de atividade nos EUA é o mais alto dos últimos três anos.
Bolsas americanas vão bem, enquanto a Europa apresenta maior preocupação com o futuro do Brexit, e suas Bolsas operam pra baixo.
América já está great e só não enxerga quem não quer – tem muito mais downsidedo que upside por lá.
Enquanto isso, Trump, em sua primeira viagem oficial como POTUS, vai tentando desviar o foco da confusão política interna e a Coreia do Norte anuncia que fez mais um teste de lançamento bem sucedido.
Alguém aí familiar com a anedota do sapo na panela?
Enquanto você aumenta a temperatura da água aos poucos, o sapo fica ali de boa, se ajustando às novas temperaturas. Quando o sapo percebe a água pronta pra ferver, já é tarde demais e ele dança.
Tem gente que acha que o que matou o sapo foi a água quente – pra mim, foi a complacência.
Estamos em um gigante caldeirão geopolítico e, a cada dia, a água fica mais quentinha.
Volatilidade lá embaixo, ativos lá em cima.
Ninguém sabe quando a água vai ferver, mas uma hora ela vai.
Seguros.
Hoje e sempre!
País estranho com gente esquisita
Se você pegar a Veja desta semana, vai ver uma bela propaganda do Governo Federal, anunciando reformas estruturais e a melhora do país para o longo prazo. Virando a página, se depara com uma propaganda enorme, de duas páginas, da Vigor (do grupo JBS (SA:JBSS3)) e, ao virar novamente, o início de uma longa matéria pedindo a renúncia do presidente.
Essa sequência de poucas páginas é emblemática para ilustrar como o Brasil é um país estranho e como as coisas mudam rapidamente por aqui.
É também uma aula sobre a independência e isenção da mídia em geral – como confiar em jornais e revistas cuja principal fonte de receita é o anúncio e publicação de balanços de companhias estatais e privadas?
Eu, sinceramente, nada tenho contra a Veja, apenas me preocupa o fato de que, no limite, as relações comerciais podem (e friso no PODEM) pautar o conteúdo editorial das redações mundo afora.
Minha Casa, Minha Vida
No meio dessa loucura que é o Brasil, por que não investir em algo que tem bastante solidez?
Preparamos um combo especial de imóveis – você leva o Valor Imobiliário PRO mais o relatório de Fundos Imobiliários em condições especiais.
Investir em imóveis DA FORMA CORRETA é uma das melhores alternativas para uma economia instável como a brasileira.