7 a 0
Nem terminamos janeiro e as projeções dos agentes de mercado, agora assumidas como balizas para as projeções de governo, atingem níveis constrangedores...
Inflação em 6,99%, para um “crescimento” de 0,13% da economia brasileira.
Isso, com o maior juro real do mundo (e subindo), sem falar no risco iminente de racionamento de energia, que pode custar mais 1 ponto percentual do nosso PIB.
Isso, diante de mercados internacionais em níveis recordes e prognóstico de crescimento global de 3,5%...
Agora, imagine com um descalabro da economia mundial...
Recordar é (sobre)viver
Dediquei o M5M anterior a abordar dois tópicos-chave:
1) como os recordes dos mercados de EUA, Europa e China são artificiais, alimentados por excesso de liquidez e alavancagem, oferecendo um retrato desapegado dos fundamentos materiais;
2) como a dinâmica de uma economia baseada em commodities e de moeda frágil como a nossa é atroz: mesmo se o Brasil estivesse bem, internamente em ordem, ainda não teríamos a garantia de que nossa economia irá prosperar, vulnerável aos ventos da economia internacional.
Para o caso de economia interna desajustada combinado a colapso global, deixo caminho livre para a sua imaginação.
Está se alastrando
O noticiário desta segunda-feira traz a sua imaginação um pouco mais perto da realidade.
Para você que havia esquecido da crise russa, atrapalhado pela crise suíça... não bastasse a pressão do preço do petróleo, voltam aos holofotes novas sanções a Putin.
Antes de voltarmos a nos preocupar com a Rússia, no entanto, precisamos nos preocupar com a Grécia. Os radicais de esquerda chegaram ao poder por lá prometendo calote na dívida e acabar com as medidas de austeridade, isso com uma relação dívida/PIB em 177%.
Depois de nos preocuparmos com a crise da Grécia e com a Rússia, e com a Suíça, há a Espanha. Com 5,4 milhões de desempregados e taxa de desemprego batendo em 24%, o país tem uma situação complicada e eleições próximas, e partidos de extrema esquerda também ganhando espaço.
Até aonde vai a festa com a bazooka de liquidez do Sr. Mario Draghi?
Faz-me rir
Não haveria porque de haver surpresa de início, uma vez que as medidas de austeridade vinham gerando insatisfação popular e já indicavam a ascensão do partido Syriza ao poder.
Pesquisa recente do instituto Gallup apontava que menos de 20% dos gregos aprovavam a condução da economia local...
A falta de surpresa com o evento, associada ao faz-me rir, ao acesso a dinheiro fácil e barato, deixa as consequências do evento para um segundo momento...
Mas não o exime de desdobramentos aparentemente óbvios, tais como a necessidade de um impacto contábil sério no balanço do Banco Central Europeu no caso de moratória da dívida (balanço já exposto ao programa de afrouxamento quantitativo), desvalorização do euro ante o dólar e instabilidade política, com os alemães dando boas-vindas ao Syriza e cobrando respeito ao acordo de austeridade...
Isso contando que o Syriza cumpra o seu discurso, e venda a alma a outra corrente ideológica, indo pedir a benção à mãe Merkel (ops, Draghi).
Quatro gatilhos contundentes
Estamos diante de eventos com desdobramentos sérios e duradouros, com impactos estruturais, que exigem medidas de proteção. Você precisa estar preparado.
Paralelamente, no entanto, o curtíssimo prazo deixa você completamente no escuro. Há ao menos quatro gatilhos contundentes no decorrer desta semana que podem definir a sorte dos mercados, a saber:
a) enfim, a divulgação dos balanços atrasados e provável primeira baixa contábil da Petrobras por conta do esquema de corrupção;
b) a definição do dividendo mínimo da Vale para o exercício, que será submetido ao Conselho da empresa, e pode passar a mensagem mais firme até então a respeito da sustentabilidade da geração de caixa da companhia em um momento de preços do minério de ferro em baixa;
c) Reunião do Banco Central americano na quarta-feira, com desdobramentos óbvios sobre o dólar e derivados;
d) Ata da última reunião do Banco Central brasileiro, com desdobramentos óbvios sobre os rumos da taxa de juros e derivados;
Bolas de cristal a postos?
Como ganhar com esses 4 eventos
Você pode até tentar adivinhar o que sairá dos 4 eventos citados acima, e colocar o seu dinheiro na reta a partir dessas suposições... Ou pode assumir a sua ignorância sobre o futuro e se expor de forma inteligente à iminente volatilidade gerada por esses eventos importantes. Nossa Carteira de Opções desta semana foi toda moldada aos quatro tópicos acima, oferecendo proteção e a possibilidade de retornos expressivos a partir da volatilidade gerada por eles.