O acordo comercial firmado entre Estados Unidos e China nos dias 26 e 27 de junho de 2025 representa um avanço estratégico para aliviar tensões entre as duas maiores economias do mundo, especialmente no setor de terras raras — grupo de 17 elementos essenciais para tecnologia, energia limpa, defesa e eletrônicos.
O pacto surge após meses de escalada tarifária e embargos, iniciados com o segundo mandato de Donald Trump. A China, responsável por 60% da produção global e 90% do refino de terras raras, havia imposto restrições em abril, exigindo licenças para exportações. Os EUA retaliaram com tarifas de até 145% sobre produtos chineses e bloqueios tecnológicos.
Com a nova estrutura, a China se comprometeu a liberar exportações para uso industrial nos EUA, com licenças válidas por até seis meses. Em contrapartida, os EUA suspenderam restrições a softwares de semicondutores, motores aeronáuticos e etano, além de facilitar vistos para estudantes chineses.
As tarifas americanas foram reduzidas para 55%, enquanto a China manteve 10%. O acordo, costurado em Londres após impasses na implementação do consenso de Genebra, ainda depende da aprovação dos presidentes Trump e Xi Jinping. Autoridades classificaram o pacto como “assinado e selado”, mas sem divulgar todos os termos.Impactos
- O acordo traz alívio imediato para as cadeias de suprimento dos EUA em setores como semicondutores, defesa e veículos elétricos.
- Os mercados globais reagiram com otimismo: alta nas bolsas, queda do dólar frente a moedas emergentes e valorização de empresas do setor de mineração e tecnologia.
- No Brasil, a notícia impulsionou o real e animou o setor de exportações, diante de uma possível retomada do comércio global.
Limitações e riscos
Apesar do alívio, analistas mantêm cautela. O prazo limitado das licenças, as restrições chinesas para uso militar e a falta de detalhes sobre a implementação indicam que o acordo funciona mais como uma trégua temporária do que uma solução estrutural.
Além disso, os EUA continuam dependentes da China para o fornecimento desses minerais. Planos de diversificação com Brasil, Groenlândia e Ucrânia ainda estão em estágios iniciais, e a produção doméstica enfrenta custos elevados e entraves ambientais.