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Expectativa de crescimento da China atinge máxima de 17 anos; confira as principais tendências

Publicado 24.01.2023, 12:35
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Este último fim de semana marcou o início do ano do Coelho de Água, com base no calendário lunar chinês. A combinação do coelho e da água yin “é um bom presságio para um 2023 mais calmo em comparação com a experiência tumultuada do ano passado”, de acordo com a CLSA em seu índice anual de Feng Shui.

O Deutsche Bank, por outro lado, acredita que 2023 será um ano de transição para a normalidade, após o padrão de ascensão e queda dos últimos anos.

Se isso é verdade ou não, os gestores de fundos globais estão apostando que as ações e as commodities da região da China terão um ano forte, à medida que a segunda maior economia do mundo vai se reabrindo após três longos anos de bloqueios sanitários.

Uma pesquisa de janeiro realizada pelo Bank of America mostra que 91% dos gestores financeiros acreditam na reabertura total da China em 2023.  Trata-se de um aumento significativo em relação a dezembro de 2022. As expectativas de crescimento para o país também estão na máxima de 17 anos.

Resultados da pesquisa

A previsão é que as empresas chinesas superem seus pares dos mercados emergentes em 2023. O Morgan Stanley (NYSE:MS) projeta que os retornos serão de 10%, ao passo que o Citi Global Wealth Investments considera um avanço de 20% nos papéis do país.

Isso deve promover a alta das ações dos mercados asiáticos mais próximos, inclusive grandes exportadores, como a Coreia do Sul e Taiwan, além de destinos turísticos populares de viajantes da China, como Tailândia e Indonésia.

Dê uma olhada no gráfico abaixo. As ações listadas em Hong Kong subiram 37,5% nos últimos três meses, em comparação com o S&P 500, que teve uma alta de 7,7%, em resposta ao otimismo com a reabertura. Entre os melhores desempenhos do índice composto Hang Seng estão as ações de viagens e cassinos de Macau, como MGM China (OTC:MCHVY), com uma alta de 196% no mesmo período, e Wynn Macau (OTC:WYNMY), que subiu 170%.

Crescimento de 100% no número de viajantes chineses durante o Chunyun no ano passado

As ações do setor de viagens, incluindo as companhias aéreas, de fato estão disparando neste momento, diante da esperança gerada pela reabertura e a remoção das políticas de teste e quarentena da época da Covid. Isso se aplica especialmente às linhas aéreas asiáticas, já que o Chunyun voltou a ser celebrado com tudo pela primeira vez desde o início da pandemia.

O Chunyun, ou Festival da Primavera, abrange um período de 40 dias de viagens na China e é considerado a maior migração humana anual da história. A estimativa é que ocorram mais de 2 bilhões de viagens por via aérea, rodoviária e ferroviária nesta temporada, o dobro do registrado no ano passado, mas ainda 70% do nível pré-pandemia de 2019, segundo o Ministério dos Transportes da China.

Para se preparar para o fluxo maior de viajantes aéreos comerciais, a Administração de Aviação Civil da China (CAAC) aprovou mais de 10.000 voos extras, incluindo cerca de 3.500 atendendo as áreas de Pequim, Xangai e Guangzhou.

De acordo com o grupo Trip.com, maior agência de viagens online da China, as reservas de voos para o Ano-Novo Lunar aumentaram 15% em relação ao ano passado, ao mesmo tempo em os voos de chegada programados durante o primeiro trimestre aumentaram cerca de 150% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Em um pronunciamento feito na semana passada em Davos, na Suíça, a CEO da Trip.com, Jane Sun, declarou que as viagens de lazer no país asiático já superaram os níveis de 2019 e a capacidade total da aviação comercial voltará ao normal no terceiro trimestre deste ano.

Principais metais e commodities estão respondendo com otimismo

Há anos a China tem sido o maior país consumidor mundial de diversos metais e commodities, como aço, minério de ferro, chumbo, cobre, petróleo, entre outros. Com a reabertura do país, produtores e investidores estão se preparando para pegar a próxima onda de recuperação.

Exemplo disso é a BHP, maior mineradora do mundo, que bateu um recorde de produção de minério de ferro no segundo semestre do ano passado, na expectativa de que a reabertura econômica da China aumentasse a demanda por metais. A empresa produziu 132 milhões de toneladas de minério de ferro no período e declarou que vai aumentar a produção de cobre e níquel.

O “doutor” cobre, que ganhou essa alcunha devido à capacidade dos seus preços sinalizar como anda a saúde da economia mundial, avançou com as expectativas de uma demanda mais forte da China e de uma oferta global restrita.

Desde que tocou a mínima de 52 semanas em julho, o metal já subiu aproximadamente 30% e agora está sendo negociado acima de US$ 9.300 por tonelada; além disso, sua média móvel de 50 dias ultrapassou a média móvel de 200 dias pela primeira vez em aproximadamente um ano, formando um padrão conhecido como "cruz de ouro" de alta.

Cobre

O cobre, o níquel, o lítio e outros metais vitais devem registrar um crescimento robusto, em vista da contínua transição para a energia limpa. A estimativa mais recente da Bloomberg New Energy Finance mostra que a indústria global de energia precisará de US$ 6 trilhões em metais nas próximas três décadas para fazer frente à legislação em torno das emissões de carbono.

O índice composto Hang Seng compreende as 200 maiores empresas listadas na Bolsa de Valores de Hong Kong, com base na média da sua capitalização de mercado dos últimos 12 meses.

***

Aviso: A U.S. Global Investors tinha em carteira no dia 30/12/22 as seguintes participações: MGM China Holdings Ltd., Wynn Macau Ltd., Trip.com Group Ltd., Franco-Nevada Corp., Royal Gold (NASDAQ:RGLD) Inc., Wheaton Precious Metals (NYSE:WPM) Corp., Osisko Gold Royalties (NYSE:OR) Ltd.

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