Exportações Devem Ganhar Importância na Pecuária em 2016

Publicado 11.01.2016, 10:14
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Se o preço de venda do produto final de uma atividade dobra em três anos, a tendência é que ela se torne mais atrativa. Foi o que ocorreu com a cria. Entre janeiro de 2013 e dezembro de 2015 a cotação do bezerro desmamado em São Paulo subiu 97,8%.

Neste mesmo intervalo os índices de custo de produção da Scot Consultoria de alta e baixa tecnologias subiram 26,3% e 35,1%, respectivamente.

Receita subindo mais que custos melhora os resultados.

Se o produtor tinha lucro no início de 2013, este aumentou nos últimos anos. Se tinha prejuízo, pode ter diminuído ou virado lucro. A propósito, se a pecuária (principalmente cria ou ciclo completo) não gerou lucros no passado recente, é hora de repensar a atividade.

A figura 1 mostra as evoluções dos índices de custo da Scot Consultoria e de diferentes categorias de bovinos terminados e de reposição em São Paulo.

Figura 1.Variações de preços entre janeiro de 2013 e dezembro de 2015.

Variações de preços entre janeiro de 2013 e dezembro de 2015

Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Usamos 2013 como base porque foi quando os preços começaram a trajetória de alta e ocorreu o pico de abate de fêmeas.

Observe que os custos subiram menos que os preços dos bezerros, o que ampliou a margem da cria. Com uma margem maior, a tendência é que ocorra investimento na atividade.

Outro destaque interessante é que para o recriador/invernista, o bezerro também é um componente de custo (único componente que não entra nos índices da Scot Consultoria). Ou seja, parte dos custos (reposição) subiu acima dos preços de venda do boi gordo.

Retenção de fêmeas

A retenção de fêmeas pode ser considerada investimento. Com a cria gerando bons resultados, os abates de fêmeas caíram em 2014 e 2015. Veja a figura 2.

Figura 2. Evolução dos abates de machos, fêmeas e participação de fêmeas nos abates (janeiro a setembro).

Evolução dos abates de machos, fêmeas

Fonte: IBGE / Elaboração: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Considerando o período de janeiro a setembro de cada ano, últimos dados disponíveis, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve redução de 5,6% nos abates de machos e de 14,8% de fêmeas em 2015. Isto representa cerca de 810 mil machos e 1,63 milhão de fêmeas a menos, nos primeiros nove meses do ano, frente a 2014.

Esta vacada que ficou retida no rebanho tende a aumentar a oferta de bezerros e bovinos terminados nos próximos anos, causando a fase de baixa do ciclo de preços pecuário.

Mas as vacas que não foram abatidas em 2015 e entraram em estação de monta ao final do ano só desmamarão bezerros em 2017.

A oferta curta de bovinos para reposição do rebanho tem (entre outras causas, como o clima) origem nos abates de fêmeas em alta entre 2011 e 2013, o que reduziu a capacidade de produção de bezerros.

Expectativas

Assim como a safra de bezerros em 2015 (proveniente da estação de monta iniciada ao final de 2013), a safra de 2016 será oriunda de um ano com abates de vacas e novilhas em alta (2014, o segundo maior já registrado para o período de janeiro a setembro).

Com isto, não é esperada uma oferta expressiva de animais para reposição, assim como a oferta limitada de animais de reposição em 2015 não pode gerar uma enxurrada de boiadas terminadas.

Apesar da oferta curta esperada em 2016, a situação econômica, embora não seja novidade, tem que ser levada em consideração. Um cenário de consumo fraco pode e deve limitar a força do mercado.

As exportações, ainda que com participação limitada, também devem ganhar importância.

A propósito, se a pecuária (principalmente cria ou ciclo completo) não gerou lucros no passado recente, é hora de repensar a atividade.

As exportações, embora com participação limitada, também devem ganhar importância em 2016.

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