O mercado teve um dia atípico; abriu em alta, caiu ao meio-dia e se recuperou na última hora ontem. Por trás desse comportamento, há sinais de alerta que antecederam as quedas do passado, como o aumento da correlação, da volatilidade e dos preços dos ativos.
Isso pode refletir a expectativa por uma semana decisiva, com os balanços das gigantes de tecnologia, a reunião do Fed, o anúncio de refinanciamento trimestral e o relatório de empregos.
Ou será que o mercado está perdendo o fôlego à medida que se aproxima do limite?
Em geral, quando a volatilidade sobe junto com o preço, é um indício de que o mercado está chegando a um ponto de saturação, e isso pode ser o caso.
Para verificar se a alta da volatilidade foi motivada pelo nervosismo antes da próxima semana ou por outro fator, comparei a volatilidade para as opções com vencimento em 31 de janeiro e 16 de fevereiro.
Notei que ontem, a volatilidade para ambas as datas era aproximadamente igual, indicada pelas linhas vermelha e azul.
A linha branca, para o vencimento de 31 de janeiro, e a linha verde, para o vencimento de 16 de fevereiro, estavam bem mais altas do que o valor de ontem.
Além disso, o viés da volatilidade estava crescendo para a esquerda e diminuindo para a direita, sugerindo que a volatilidade para preços mais baixos está subindo mais do que para preços mais altos, mas que, no geral, a volatilidade está subindo para todos os preços de exercício.
Portanto, a alta da volatilidade não se deve apenas ao risco de evento.
Fonte: Bloomberg
Outro sinal de alerta é o índice de correlação implícita para 1, 3, 9 e 12 meses, que estava mais alto ontem.
Vale lembrar que em julho, esses índices também começaram a subir alguns dias antes do pico no S&P 500 alguns dias depois. Embora um ou dois dias de alta não sejam uma tendência, isso deve ser acompanhado de perto.
Também em julho, algo parecido aconteceu com a volatilidade das sete maiores ações de tecnologia (7 Magníficas), que subiu antes dos balanços e, depois deles, caiu rapidamente, como a Tesla (NASDAQ:TSLA) fez ontem.
Essa queda da volatilidade nas ações individuais atrapalha a estratégia de dispersão, que consiste em apostar na volatilidade baixa do S&P 500, fazendo um hedge com a volatilidade alta das ações que compõem o índice. Se a volatilidade cair após os balanços, a estratégia não funciona.
Enquanto isso, o mesmo cenário se repete diariamente, com a Nvidia sustentando o S&P 500 com um aperto de gama, como mostrado pelo aumento da volatilidade e dos volumes de compra de opções.