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Fed Não Tem Pressa para Fazer um Aperto Monetário Mesmo com Vacinação

Publicado 07.01.2021, 09:07
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Publicado originalmente em inglês em 07/01/2021

As autoridades do Federal Reserve (Fed) definiram melhor sua mensagem para o ano-novo: não haverá mudanças na política monetária em 2021, independente das vacinas contra a Covid-19 ou da perspectiva de recuperação econômica no segundo semestre.

Os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) enfrentavam dificuldades para manter a nova prescrição da ata da reunião de dezembro, associando a acomodação monetária não a um cronograma, mas a um “progresso substancial” no duplo objetivo do Fed de promover a estabilidade da moeda e o máximo emprego.

A ata da reunião de dezembro, divulgada na quarta-feira, ressaltou essa determinação.

“Todos os participantes concordaram em complementar a prescrição do comitê referente às compras de ativos nesta reunião e, em particular, em adotar uma orientação qualitativa, baseada em resultados, indicando que a elevação das posses de ativos continuaria”, registrou a ata.

Os membros do Fomc receberam bem a implementação de uma vacina, mas se mantiveram cautelosos com a rapidez com que a economia se recuperaria.

“Os participantes enxergavam grandes incertezas quanto ao avanço das campanhas de vacinação”, afirmou a ata, que disse ainda: “Os participantes citaram diversos riscos que poderiam ameaçar a recuperação econômica”.

Charles Evans, presidente do Fed de Chicago, conhecido por sua postura moderadamente flexível com os juros, assegurou aos participantes do mercado que o Fed não estava prestes a enrijecer sua política de afrouxamento monetário, apesar da perspectiva de que as vacinas colocassem o coronavírus sob controle.

“Para alcançar nossos objetivos e gerenciar os riscos, o posicionamento do Fed terá que ser acomodatício por enquanto”, declarou Evans em um pronunciamento virtual às Associações de Ciências Sociais Relacionadas, na segunda-feira.

“Os agentes econômicos devem estar preparados para um período de juros muito baixos e uma expansão do nosso balanço patrimonial, à medida que trabalhamos para alcançar o duplo objetivo do nosso mandato”.

Até mesmo Loretta Mester, presidente do Fed de Cleveland, considerada mais rígida com os juros, corroborou essa visão. Ela disse a jornalistas, na terça-feira, que era pouco provável que o Fed alterasse seu ritmo de compras mensais de títulos – que giram em torno de US$ 80 bilhões em treasuries e US$ 40 bilhões em títulos hipotecários – mesmo que a economia melhorasse no segundo semestre.

“Estou satisfeita com a calibragem da política neste momento", afirmou Mester. “Se as coisas acontecerem como previsto, gostaria que fôssemos capazes de reduzir as compras de ativos no ano que vem”. Ela disse que duvidava que os objetivos econômicos do Fed fossem atingidos neste ano.

Evans e Mester alternam assentos com direito a voto a cada ano (a maioria dos outros chefes dos bancos regionais só votam a cada três anos). Evans assumirá um assento com direito a voto a partir da reunião de 26-27 de janeiro.

Raphael Bostic, chefe do Fed de Atlanta, por outro lado, pareceria se afastar um pouco do consenso. Em uma entrevista publicada na segunda-feira, ele se mostrava mais otimista com a economia e esperançoso de recalibrar a quantidade de compra de ativos “de forma bastante rápida". Para ele, a dinâmica pós-vacina poderia fazer com que as autoridades do banco central começassem a cogitar uma redução das aquisições relativamente em breve.

Antes da reunião de dezembro, especulava-se que o Fed elevaria as compras de ativos e a mudaria para maturidades mais longas. Mas a ata indica que essa opção não estava sobre a mesa. “Todos os participantes julgaram que seria apropriado manter as aquisições no ritmo atual, bem como sua composição”.

Enquanto isso, revelações de que a ex-presidente do Fed, Janet Yellen, ganhou US$ 7,2 milhões nos últimos dois anos com palestras em bancos e outras empresas – inclusive US$ 1 milhão somente do Citigroup (NYSE:C) (SA:CTGP34) – estão levantando preocupações sobre sua nomeação como secretária do Tesouro no governo Biden, devido a percepções de que ela é muito próxima a Wall Street.

Além disso, o presidente Donald Trump renomeou a economista Judy Shelton para um assento vago no Conselho de Dirigentes do Fed no primeiro dia do novo Congresso, no domingo, após sua nomeação expirar com o fim da legislatura anterior sem sequer passar por uma votação no Senado. É concebível que o Senado confirmasse a nomeação antes da posse do presidente eleito Joe Biden em 20 de janeiro, mas pouco provável em vista da oposição anterior de alguns republicanos.

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