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Fluxo Cambial Ruim, Juros Baixos, Queda de Acesso a Linhas... Repercussão no Dólar

Publicado 26.08.2019, 10:11

O mercado de câmbio é muito complexo e vai muito além de compras e vendas na formação do preço, por isso, costumeiramente se afirma que não é para principiantes, e nestes momentos mais tensos em que todos os vetores se tornam presentes, efetivamente ocorre a mixagem maior que impacta forte e nem sempre se faz transparente e inteligível.

A guerra comercial entre China e Estados Unidos é séria e absolutamente incerta, e ao estender-se com o envolvimento além do tarifaço, incluindo paridades monetárias e até a possibilidade de utilização do juro como fator de influência na formação do câmbio, acentuou a postura defensiva no mercado global criando forte aversão ao risco e busca de ativos que representem maior segurança, como o dólar, franco suíço, yen e o ouro, e isto impactou fortemente de forma adicional na economia global, já cambaleante devido a mesma causa, e atingiu duramente os países emergentes.

O Brasil já vinha com baixíssima atratividade ao capital estrangeiro, evidenciado pela diferença de fluxo cambial entre 2018 e 2019 da ordem de quase US$ 30,0 Bi, e sem perspectivas de retomada desta atratividade no curto/médio prazo devido à inércia da atividade econômica que oferecia poucas perspectivas de retomada com recuperação do emprego, renda e consumo, mas tendo o governo adotando medidas pontuais corretas como Reforma da Previdência, Reforma Tributária e até anunciando uma desajustada intenção de privatizações, que devem ter repercussões benignas ao país no médio/longo prazos.

Desta forma, o país demonstrou-se presa fácil para o ambiente de aversão ao risco, embora ostente um considerável CDS de 138,9 pontos que o referencie e tenha reservas cambiais da ordem de US$ 380,0 Bi que o lhe torna defeso, e este momento adverso coincidiu com dois eventos atípicos no Brasil, quais sejam fluxo cambial externo desalentador e forte estreitamento do juro interno com o juro externo, combinado com recuo de oferta de linhas externas ao país, que causa reflexos imediatos no custo do cupom cambial (juro dólar no país) e provoca a disfuncionalidade no mercado de câmbio.

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É natural que o ambiente externo deslocando recursos para o dólar como refúgio de segurança impacte na formação do preço da moeda americana no nosso mercado, mas o fato de ser a moeda latino americana com maior desvalorização frente ao dólar (6ª feira 1,27% de queda enquanto o peso mexicano se limitou a 0,05%), deixa evidente que há disfuncionalidade, que está se revelando no custo aviltado do cupom cambial que pressiona a taxa de câmbio do mercado à vista.

O BC desde o dia 21 vem realizando leilões “profiláticos” de moeda americana no mercado à vista combinados com leilões da mesma monta de swaps cambiais reversos. Agora, a partir do dia 2 vai repetir o procedimento, mas acreditamos que precisa realizar leilões de moeda sem casamento.

Resultado, pelo que se tem observado ineficaz.

O BC tem se mostrado cauteloso, para não afirmar tímido ou acanhado, na forma de anunciar as intervenções no mercado de câmbio, provavelmente com receio dos desgastes críticos dos leigos pelo fato de vender dólares das reservas, mas reservas cambiais funcionam assim, quando há excesso se acumula para os momentos adversos e nestes se as utiliza de forma pontual, nada de estranho, principalmente quando não cria vulnerabilidade ao país.

No nosso entender o BC deveria firmemente fazer oferta no mercado de câmbio à vista da diferença existente entre as “posições vendidas”(a descoberto) dos bancos próximas de US$ 30,0 Bi e o total de linhas de financiamentos em moeda estrangeira com recompra “em ser” já concedidas aos mesmos, eliminando a necessidade de linhas externas momentaneamente, mas dando um “choque” na oferta, sem se preocupar com leilões de swaps cambiais reversos, que são derivativos atrelados ao indicar dólar e liquidáveis não em moeda mas sim por diferença em reais e que tem um efeito técnico de compra no mercado futuro.

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O BC se limitaria a fornecer ao mercado de câmbio o “fluxo cambial carente”, reequilibrando a oferta e aliviando as pressões, ao mesmo tempo, que como consequência natural promoveria a redução da Dívida Pública, que naturalmente ao tempo da formação das reservas foi aviltada visto que as mesmas não foram constituídas por superávits e sim por aumento do endividamento.

O montante a ser despendido não afetaria o conceito defensivo da suficiência necessária, visto que o montante das reservas cambiais é reconhecidamente excessivo.

O momento global enseja medidas contundentes dos países para defesa de seus interesses face ao ambiente incerto e inseguro, e o Brasil tem plenas condições de mitigar os efeitos nefastos incontornáveis presentes.

O mundo global está funcionando com base no “termômetro TRUMP”, que afirma e desafirma posturas de forma contínua e que está causando a perda de atividade econômica globalmente.

A “briga” do final de semana passado levou o yuan a 7,1850 por dólar, mas hoje já se recompõe um pouco, mas a paridade das moedas é forte indutor comercial na cena externa, assim como o juro influenciando a paridade por isso Trump tanto clama para o FED reduzir o juro americano, com o intuito de fragilizar o dólar e potencializar a capacidade exportadora americana na competição internacional.

Trump teme a recessão, da mesma forma que a Alemanha que se tiver este trimestre de PIB negativo entra em recessão técnica, e há ainda o problema do Brexit, etc..... então o Brasil tem cuidar adequadamente do seu ambiente para evitar que o aviltamento do preço do dólar repercuta nos preços relativos de sua economia.

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O Boletim FOCUS divulgado hoje reduz a projeção para o PIB para 0,80%, o que deixa claro que não é esperada nenhuma repercussão das reformas e nem programas de privatizações, mas o viés do IPC cedeu para projeção de 3,65% o que fortalece a perspectiva de corte da SELIC até 5,0%, que poderá ter efeito negativo para a formação da taxa cambial dado o estreitamento maior com a taxa americana afetando o cupom cambial, e, por último, projeta o dólar para o final do ano em R$ 3,80, o que, mantido o ambiente global atual, tornou-se bastante improvável, embora fosse também a nossa projeção desde o início do ano, mas fatos novos não podem ser desconsiderados.

O que se espera é que o BC refine a sua estratégia tornando-a objetiva e eficaz, sem delongas e ações compensatórias, se falta fluxo cambial que reponha o mesmo, valendo-se do fato do país ter reservas cambiais.

Últimos comentários

Somos 200 milhões de consumidores, vamos incentivar o consumo interno e baixar os juros igual aos países da Europa, tal como 1.2% ao ano pra comprar uma casa própria e pelo BNDES, em vez de dar o dinheiro pra grandes projetos e verão se o setor da construção civil não será o motor de desenvolvimento do Brasil.
Tenho dúvidas se o P.Guedes quer um dólar abaixo de $4. Por diversas vezes foi crítico a política do dólar barato com alta carga tributária e juros altos como destruidor de empregos. Disse inclusive que gostaria de um dólar a $5 reais em uma palestra...
e culminando no endividamento extremo tanto do private sector quanto da Estado, motivo inclusive que fundamentou o acordão do congresso americano na votação do Debt Ceilling, situação que afastou o risco das treasuries e aumentou a corrida dos bancos para fora de ativos de maior risco em direção as FED Bonds. Tanto é assim, que o yield está em mergulho total, o Ouro em explosão e (por paradoxal que pareça) o DX ameaçando ganhar os 98.000. Todos os indicadores que expressam a tendência de comportamento dos bancos em seu sentido de expansão/retração do crédito, estão indicando retração extrema, e o S&P e algumas bolsas ainda não derreteram pq com os Yields negativos em boa parte do mundo, alguns fundos de pensão que precisam encontrar rendimento estão segurando triple B's para compor a carteira.. Quando começarem as defaults, ações e debêntures que eram triple B's vão perder o rating e dai essee fundos serão obrigados a desfazer deles.. Dai vêm a avalanche. Isso já está pelo ar.
Onde há cheiro de fumaça, há fogo. Corremos o risco de estarmos atirando em tanque com balas de festim com essas vendas a vista. E depois ficarmos sem nem uma coisa nem outra. O CORRETO é devolver a taxa de juros ao seu patamar de equilíbrio em relação ao câmbio. O IPCA, como ja disse em outro comentário, é atrasado nesse jogo, e depois que o ROC do câmbio impacta a Inflação, pelo fato dessa última ter seu segundo efeito (não monetário, mas comportamental/mercadológico) nas gôndolas, é mais difícil conseguir trava-la depois. Dai saimos correndo atrás do IPCA, com altas mto mais agressivas de taxas. Vimos isso em 2015 com a Dilma. Quanto mais se estica o elástico, com mais pressão ele volta. Deixar o mercado em seu equilíbrio natural é o mais sábio
 Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
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