Mesmo com o início do mês favorecendo a demanda, por conta do recebimento dos salários, o preço da carne de frango seguiu em queda na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Os estoques ainda elevados da carne e a liquidez abaixo do esperado pressionam os valores. Apenas os agentes que operavam com baixo volume em estoque, como na Grande São Paulo, é que conseguiram reajustes positivos nas cotações com o recente incremento na demanda. Segundo agentes do mercado consultados pelo Cepea, a baixa liquidez da carne motivou também recuos nos preços do vivo, já que frigoríficos passaram a controlar seus estoques de carne e, consequentemente, demandar menos lotes de frango. As vendas externas da proteína avícola também tiveram forte recuo em janeiro, reforçando o cenário de baixa liquidez observado durante o mês e, consequentemente, resultando em queda nos preços internos. Conforme dados da Secex, 317,7 mil toneladas de carne de frango in natura foram embarcadas em janeiro, queda de 17,2% frente a dezembro.
CITROS: PRECIPITAÇÕES ELEVAM QUALIDADE E SUSTENTAM VALORES DOS CÍTRICOS
Os preços da laranja de mesa podem subir no mercado in natura ao longo de fevereiro. Segundo colaboradores do Cepea, as recentes e frequentes chuvas no cinturão citrícola paulista estão beneficiando a qualidade (principalmente o calibre) das frutas, fator que as torna mais bem aceitas no segmento in natura e que, consequentemente, permite que produtores elevem os valores de venda. Além disso, as precipitações mais frequentes também dificultam o andamento da colheita em alguns períodos, o que restringe temporariamente a oferta. Neste cenário, os preços da fruta estão se sustentando. Na parcial desta semana (de segunda a quinta-feira), a laranja pera registrou média de R$ 38,07/cx de 40,8 kg, na árvore, valorização de 2,1% em comparação com a semana passada. No caso da lima ácida tahiti, a produção também está sendo favorecida pelas chuvas (que contribuem para o enchimento dos frutos). Contudo, produtores relatam dificuldades na manutenção do ritmo de colheita, o que tem sustentado os preços, mesmo neste período de pico de safra. De segunda a quinta-feira, a tahiti teve média de R$ 24,18/cx de 27 kg, colhida, alta de 16% em relação à semana passada. Apesar das recentes valorizações, tanto da laranja quanto da lima ácida tahiti, colaboradores do Cepea indicam que o cenário econômico nacional ainda é um fator limitante para aumentos mais intensos nos preços. Com o desemprego elevado, a inflação em alta e a queda da renda da população (sobretudo das classes mais baixas), o poder de compra de muitos consumidores está enfraquecido.