Os futuros do café arábica seguiram pressionados pelo aumento da umidade nas regiões produtoras brasileiras. Porém, a valorização do real ante o dólar resultou em discreta reação das cotações no acumulado da semana.
A moeda norte-americana foi cotada, ontem, a R$ 3,8541, atingindo o menor patamar das últimas duas semanas e com queda de 0,9% em relação à sexta-feira anterior. Além das incertezas políticas e econômicas do Brasil, o movimento do câmbio foi influenciado pelas expectativas de manutenção dos juros dos Estados Unidos em nível próximo a zero.
Segundo a Climatempo, uma nova frente fria trará chuvas sobre a Região Sudeste do País neste final de semana. A tendência é de volumes significativos de precipitações até a primeira quinzena de novembro, mas a faixa norte do Espirito Santo não receberá chuvas suficientes para reverter a situação de estiagem. Também se deve reforçar que o atraso no retorno das chuvas nesta primavera já impactou o potencial produtivo do parque cafeeiro nacional para 2016.
Na ICE Futures US, o vencimento dezembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,2030 por libra-peso, acumulando ganhos de 185 pontos ante o fechamento da sexta-feira antecedente. Na ICE Futures Europe, o contrato futuro do café robusta apresentou valorização mais acentuada. O vencimento janeiro/2016 encerrou o pregão a US$ 1.605 por tonelada, com alta de US$ 47 em relação ao final da semana anterior.
No mercado físico nacional, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 468,79/saca e a R$ 372,84/saca, respectivamente, com altas de 0,3% e 0,5% em relação ao fechamento da semana anterior. A saca do café robusta voltou a renovar sua máxima de preço e o diferencial em relação ao arábica segue estreito, abaixo de R$ 100.
O Cepea avalia que as sucessivas valorizações do conilon devem-se à retração das vendas pelos produtores, que apostam em novas altas, dado o cenário de aperto na oferta. Além da quebra da safra 2015/16, o menor volume exportado pelo Vietnã favoreceu as vendas externas do robusta brasileiro, reduzindo sua disponibilidade interna. Ademais, a situação atual de falta de chuvas no Espírito Santo e na Indonésia afeta o potencial produtivo da variedade no próximo cliclo.
Atenciosamente,
Silas Brasileiro - Presidente Executivo