MERCADO
Os preços futuros do café registraram discreta valorização nesta semana. O fortalecimento da moeda norte-americana continua sendo importante fator de limitação da reação dos preços internacionais da commodity.
No Brasil, o dólar comercial foi cotado, ontem, a R$ 3,8822, acumulando alta de 0,2% em relação à última sexta-feira. As incertezas sobre a consecução do ajuste fiscal brasileiro e as expectativas sobre a alta dos juros nos Estados Unidos foram os principais fatores que influenciaram a precificação do câmbio nacional.
Em relação ao cenário climático, a Climatempo informou um bloqueio atmosférico que se organiza sobre o Brasil e dificulta a passagem das frentes frias para o Sudeste, de forma que as chuvas ficarão concentradas no extremo sul do País. A previsão para até 26 de setembro é de tempo seco e quente sobre as regiões produtoras de café.
Na ICE Futures US, o vencimento dezembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,1855 por libra-peso, com alta de 200 pontos em relação ao fechamento da semana passada. As cotações do robusta, negociadas na ICE Futures Europe seguiram tendência similar. O vencimento novembro/2015 encerrou o pregão de ontem a US$ 1.564 por tonelada, com valorização de US$ 12 em relação ao final da semana anterior.
No mercado físico nacional, as negociações continuaram fracas. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 457,11/saca e a R$ 340,31/saca, respectivamente, com variação de 3,7% e 1,2% em relação ao fechamento da semana antecedente. Nesta semana, o indicador do conilon voltou a renovar nova máxima, refletindo a escassez de produto no mercado.
No que diz respeito ao comércio exterior, dados do Informe Estatístico do Café do Mapa mostram crescimento das exportações totais brasileiras (café verde e industrializado) em agosto. Foram quase 3 milhões de sacas embarcadas, com aumento de 5,2% em relação ao volume registrado em julho. A receita cambial gerada foi de US$ 477,2 milhões, 3,5% superior à do mês anterior. Porém, em comparação com o mesmo período de 2014, houve redução no volume (-0,4%) e no valor exportado em dólares (-16%).
Segundo o Cepea, o mês de agosto marca o início do período mais intenso de cumprimento de contratos de exportação. A maior parte das entregas de contratos fechados no correr da safra será realizada a partir de setembro e os produtores já vêm separando café para honrarem esses compromissos de venda externa. Contudo, o elevado volume de grãos miúdos colhidos nesta safra limita a formação dos lotes para exportação, o que denota a escassez de produto nesta temporada.
Atenciosamente,
Silas Brasileiro
Presidente Executivo