Gemini 3 da Alphabet desafia narrativa de bolha em IA

Publicado 26.11.2025, 13:45

Há quase um mês, analisamos o verdadeiro posicionamento da Alphabet/Google, cuja estratégia de negócios segue o modelo Control-as-a-Service (CaaS), controle como serviço. Mesmo com a degradação gradual de seu produto central, o buscador Google, a empresa consolidou-se como o principal ponto de estrangulamento informacional do planeta.

Esse tipo de controle é extremamente valioso porque permite influenciar o fluxo, o enquadramento e a legitimidade percebida das informações, indo além do modelo tradicional de publicidade e alcançando a própria arquitetura do consenso público, um ativo de grande valor político e institucional.

Com esse poder, o Google tem acesso privilegiado aos dados globais, o que lhe permite desenvolver uma nova geração de CaaS, agora alimentada por inteligência artificial. Por isso, o avanço do Gemini 3, seu mais recente modelo de linguagem, não surpreende: ele assumiu a liderança entre os LLMs, elevando as ações da GOOGL em 13% na última semana.

Desde a publicação anterior, o preço das ações da empresa subiu de US$ 268,43 para US$ 318,58, levantando uma questão central: o mercado está precificando corretamente o potencial de monetização de longo prazo do Google diante dos riscos políticos e regulatórios que esse poder atrai?

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O Gemini 3 e o debate sobre a bolha da inteligência artificial

No fim de 2024, a avaliação predominante era de que a IA não constituía uma bolha especulativa. O argumento central era simples: nunca houve tamanha coordenação entre governos, Big Techs e instituições globais, como o WEF, por meio de parcerias público-privadas, para transformar a IA em uma camada essencial da infraestrutura da internet. O objetivo final seria usar essa camada para interceptar pensamentos e moldar comportamentos, com foco em governança automatizada e previsível.

Em outras palavras, a IA não é movida apenas por euforia de mercado, mas sim tratada como infraestrutura digital global, com apoio institucional em alto nível, a ponto de governos reativarem reatores nucleares para garantir energia a data centers.

Essa camada também vem sendo incorporada ao complexo industrial-militar, com Palantir e Oracle na linha de frente. Enquanto Nvidia domina o fornecimento de hardware, a Alphabet assume a função de definir como a IA é implantada, acessada e monetizada na web.

Após um início conturbado com o Bard, marcado por falhas e controvérsias, o Gemini 3 agora supera todos os demais modelos de linguagem.

Com acesso incomparável ao ecossistema de dados do Google, o modelo apresenta raciocínio mais contextualizado e preciso, integrando múltiplos formatos, texto, áudio, imagem e vídeo —, o que o torna um assistente digital mais versátil e competente.

Embora ainda exija supervisão humana, o Gemini 3 ampliou significativamente sua janela de contexto, permitindo planejamento de longo prazo e execução de tarefas complexas com menos instruções. Para investidores, isso sinaliza que o suposto platô de desempenho da IA, descrito por estudos como The Illusion of Thinking, da Apple, ainda não foi alcançado.

Segundo o Google, o aplicativo Gemini já superou 650 milhões de usuários mensais. Ainda assim, ele representa apenas a porta de entrada para a estratégia mais ampla da Alphabet, que integra nuvem, aplicativos, agentes de IA e chips tensor em um ecossistema interconectado.

A ambição de integração da Alphabet

A compra da startup Weavy AI pela concorrente Figma, em outubro, destacou um caminho provável para o setor: a criação de fluxos de trabalho baseados em nós, que permitem ajustar conteúdo gerado por IA de acordo com os modelos subjacentes, maximizando resultados.

No caso da Figma, isso ocorre por meio do plugin Nano Banana AI, do Google. Embora a empresa hospede seus processos na Amazon Web Services (AWS), outras companhias podem optar pelo Google Cloud, que detém cerca de 13% do mercado global de nuvem. No terceiro trimestre de 2025, a divisão registrou crescimento anual de 34%, alcançando US$ 15,2 bilhões em receita.

Além da camada de nuvem e dos modelos de IA, a Alphabet vem atraindo desenvolvedores com sua nova plataforma Antigravity, voltada ao desenvolvimento de agentes autônomos para aplicações frontend, corporativas e full stack. Com isso, o Google consolida uma cadeia completa de integração vertical, modelo, nuvem e ferramentas de agentes.

Esse ecossistema é reforçado pelo hardware: o Meta Platforms, de Mark Zuckerberg, anunciou planos para substituir chips da Nvidia pelos processadores de IA do Google. Antes disso, a Anthropic, apoiada pela Amazon, já havia escolhido o Google Cloud para ampliar seus recursos computacionais, alcançando até 1 milhão de TPUs (Tensor Processing Units).

Como ocorre com Nvidia e AMD, os chips são fabricados pela TSMC, que depende da ASML holandesa para produzir as litografias que tornam esse processo possível.

Conclusão: o Google à frente da corrida da IA

Dada a natureza inédita da revolução da IA, ainda é difícil medir o grau de alocação ineficiente de capital que o setor pode conter, ou seja, o risco de uma bolha. Nesse contexto, a integração vertical da Alphabet é um amortecedor estratégico, protegendo a empresa de desequilíbrios em outras partes do ecossistema.

Hoje, a Alphabet se reafirma como a companhia de IA mais integrada do planeta, com domínio simultâneo sobre modelo, nuvem, hardware e base de usuários. Caso continue capitalizando esse posicionamento, pode superar a Nvidia e alcançar um valor de mercado de US$ 5 trilhões de forma mais sustentável.

Segundo consenso do The Wall Street Journal, o preço-alvo das ações da GOOGL é de US$ 326,09, ainda acima do nível atual de US$ 323,64. As projeções variam entre US$ 268 (piso) e US$ 390 (teto).

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