Pelos dados que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reportou na sexta, a soja trabalhará com os preços ligados às condições de consumo vistas da China, até que a régua do clima surja sobre o plantio dos Estados Unidos.
Ou dois em simultâneo – o que seria o melhor para um mínimo de ‘salvação da lavoura’.
Nesses casos, o mercado começaria a notar que o relatório de março do USDA acertou sobre o maior importador mundial do grão e o tempo preocupante entraria no radar da meteorologia americana do meio de abril em diante.
O USDA disse que os chineses comprarão 3 milhões de toneladas a mais nesta temporada, sobre as 102 milhões/t destacadas na pesquisa mensal de fevereiro – ainda que tenha esticado em pouco acima de 1,5 milhão/t os estoques finais do país, para 37,5 milhões/t.
Na sexta, Chicago disparou entre 18,5 e 20 cents entre os vencimentos de maio a agosto com os fundos fazendo compras do meio para o fim do pregão. O julho ficou a 4 centavos de dólar dos US$ 12 o bushel.
Ajustes haverão, como nesta segunda (11), mas parece ter sido rompida a fase dos US$ 11,50 de teto, ou o risco dos US$ 11. Não é muito, porém melhor do que estava.
No comando das ações sobre as cotações da CBOT, o resto do USDA mensal pouco acrescentou sobre a produção do Brasil, Argentina e estoques dos Estados Unidos.
Se não foi desta vez que o órgão ‘ouviu’ até os analistas do seu país, que falavam da apresentação de 152 milhões de toneladas brasileiras – e deu 156, somente 1 milhão/t a menos sobre fevereiro -, e manteve a Argentina em 50 milhões/t, daqui para frente pouco importa.
A colheita no Brasil já passa dos 50% e em 1,5 mês, no máximo, começa o plantio dos Estados Unidos da safra 24/25.
Se o clima não ajudar por lá e os novos números de aquisições da China sobre a soja brasileira e americana, nas próximas semanas, mostrarem mais força (começando a confirmar as projeções do USDA, sic), será a diferença entre a boia e o naufrágio absoluto da temporada.
Caso não seja esse o layout, sabe-se lá qual vai ser o piso, mas dificilmente salvará alguma coisa da lavoura dos cerca de 30% a menos de preço que, por exemplo, se encontrava em fevereiro na comparação anualizada.