Em semana derradeira, já que na próxima a liquidez deverá ser menor ainda, as commodities agrícolas estão divididas entre as que têm plano de voo e as que não têm nas bolsas de mercadorias de Chicago e Nova York.
E o Brasil está em todas as torres de controle.
A soja mantém a biruta solta, embora possa entrar em um canal de turbulência.
Também sem plano de voo está o milho. E este derivativo deverá ser o mais demorado a receber os ventos da safrinha brasileira.
As cotações do grão da bebida, na ICE Futures, estão reagindo às condições da oferta brasileira, preocupantes, ainda que não se defina o tamanho dos prejuízos com o tempo quente e chuvas ainda isoladas.
Mas em se tratando de uma matéria-prima de geografia produtiva muito concentrada no Sul de Minas, os traders tendem a precifica-la em alta – ao contrário da soja, cuja espacialidade produtiva brasileira embaralha os cenários.
Safra de 44,9 milhões de toneladas, pela última revisão do USDA (já reduzida sobre a anterior) está ameaçada em 23/24, então alimenta cotações mesmo que haja oscilações até janeiro e fevereiro, estima o corretor da Marus e empresário da MM Cafés Especiais, Marcus Magalhães, de Vitória.
O açúcar não esquentou com a entressafra brasileira, em uma temporada cheia passando de 40 milhões de toneladas, enquanto o etanol não apresenta força de enxugar um pouco a matéria-prima para si.
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O petróleo não sustenta nenhuma tendência de alta para a gasolina e o biocombustível não tem preços, quando ainda enfrentará a outra safra boa.
Para a soja, que vem trafegando dos dois lados da tabela, vale o riscado de que sem o WASDE, o relatório de oferta e demanda global, de janeiro, pouco deverá acrescentar. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) foi conservador neste mês, reduzindo a safra do Brasil pouco, para 161 milhões de toneladas.
Mas as perdas relatadas são grandes, de modo que o mercado vai querer ver se a oferta 23/24 ficará próxima das 155 milhões anteriores – abaixo, pelo USDA, pode esquecer que não acontecerá -, o que ainda seria uma safra grande.
Só que as previsões para o Brasil são de chuvas até a virada do ano, o que poderá estimular pressão, invoca o consultor Vlamir Brandalizze.
De todo modo, não há plano de voo para a principal commodity brasileira, que tem vivido de ‘penduricalhos’ – hora dizem que é o óleo, depois não é mais; hora é a desvalorização do peso argentino, depois esquecem etc.
Em relação ao milho, Brandalizze é categórico: vai demorar para a bolsa de Chicago precificar o Brasil. Vai ser plantando mais tarde o cereal de inverno, nas áreas do Brasil-Central que tirará a soja atrasada.
E mesmo que possa estar comprometida cerca de 10 milhões de toneladas, já aumentando um pouco mais, ante as 102 milhões/t prometidas antes da crise climática, os preços ainda estão montados só sobre a demanda chinesa nos Estados Unidos.
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