- Investidores aguardam direção do Fed no curto prazo.
- Grandes riscos macro exigem cautela no longo prazo.
- Tendência de baixa no longo prazo vs. tendência de alta no curto prazo.
- O otimismo com a expectativa de que o aperto implementado pelos bancos centrais será menos agressivo, antes da interrupção dos aumentos de juros no primeiro semestre do ano que vem. Tudo isso se deve a sinais de que a inflação atingiu o pico nos EUA.
- O otimismo em relação à reabertura da China após o afastamento da sua política de Covid Zero.
Depois de encerrar uma sequência de cinco fechamentos negativos na quinta-feira, o S&P 500 futuro subia antes da abertura dos mercados à vista e da divulgação do índice de preços ao produtor (IPP). Mesmo assim, não acredito que os mercados terão pressa para seguir em qualquer direção nesta semana. O nome do jogo é consolidação antes dos grandes eventos macro da próxima semana.
O S&P 500 futuro permaneceu abaixo da sua linha de tendência de baixa de longo prazo e da média de 200 dias nas últimas sessões. Mas, até agora, o suporte de 3924 pontos se manteve firme, onde também ocorre a convergência de uma linha de baixa de curto prazo. Em breve, haverá o rompimento de uma dessas linhas de tendência. Isso pode acontecer nos próximos pregões, em vista da divulgação do próximo CPI na terça-feira, além de reuniões de grandes bancos centrais na quarta-feira e quinta-feira.
Quem sairá vitorioso, vendedores ou compradores?
Com a chegada das últimas semanas do ano e a entrada de um ano-novo, não faltam razões para que o sentimento dos investidores continue negativo. Apesar de não haver dúvida quanto à superioridade dos compradores nos últimos meses, 2022 foi um ano de queda. Por isso, se você está posicionado na compra, não faça vista grossa para os sinais de reversão baixista que vierem pela frente.
Dois motivos principais respaldaram a recente recuperação:
Mas os perigos permanecem. Um deles é a aderência das pressões de preço. Outro é a perspectiva econômica global, que está longe de ser favorável, diante da provável desaceleração da atividade nos próximos meses. E, diante dos efeitos da inflação sobre o consumo, tudo leva a crer que as vendas e os lucros das empresas serão afetados nas festas de fim de ano.
Mas, em termos de riscos mais imediatos, os dados de inflação na terça-feira podem gerar fortes reações nos mercados. Tudo depende do nível de desaceleração ou não do IPC anual em relação à expectativa de 7,6%. Em seguida, todas as atenções estarão voltadas ao Fed na quarta-feira, com BoE e BCE na quinta-feira.
Já está precificada uma alta de 50 pontos-base pelo Fed, portanto a forma como os mercados reagirão dependerá dos sinais do presidente do Fed e dos outros dirigentes do banco sobre a postura a ser adotada pela instituição no futuro, bem como das projeções que fizerem da taxa terminal.
E se o Fed indicar que a taxa terminal ficará em 5% ou acima desse patamar, pode desencadear uma resposta veemente de queda nos mercados financeiros. Se ficar bem abaixo desse nível, pode ocorrer um repique de vida curta.
Aviso: O autor atualmente não possui nenhum dos ativos mencionados neste artigo.