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Guerra Comercial Afeta o Petróleo; Irã É o Bicho-Papão? Talvez Não

Publicado 14.05.2019, 04:16
Atualizado 02.09.2020, 03:05

Os touros do petróleo ainda estão coçando a cabeça, tentando entender como tudo aconteceu. Por algumas horas, na segunda-feira, parecia que o mundo pertencia a eles, após reportagens sobre ataques a navios-tanque da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos (EAU) no Golfo, fazendo com que os preços do petróleo disparassem como um foguete durante a sessão europeia. De repente, em um movimento praticamente idêntico, o mercado tomou a direção oposta na sessão de Nova York, quando o contra-ataque da China às novas tarifas americanas devolveu o dia aos ursos.

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Enquanto os traders estudam o que motivou as impressionantes reversões do mercado para determinar o mérito da atividade de ontem, três fatores até o momento se destacam:

1. A guerra comercial está se tornando tão importante quanto a “restrição no petróleo”

A guerra comercial entre EUA e China – e seu potencial impacto sobre a economia mundial e a demanda energética – emerge como um fator tão relevante para o mercado petrolífero quanto a restrição de oferta no petróleo causada pelos cortes da Opep e pelas interrupções involuntárias de fornecimento em outros países

Isso é especialmente verdadeiro depois que a China desafiou o alerta do presidente dos EUA, Donald Trump, para que o país não recorresse a um embate tarifário na segunda-feira, mas a potência asiática aumentou os impostos sobre uma variedade de produtos norte-americanos, como vegetais congelados e gás natural liquefeito.

Ambos os países impuseram tarifas de até 25% sobre os produtos um do outro. Mais de US$ 500 bilhões em mercadorias chinesas foram alvo da ação americana, enquanto a China decidiu tarifar o equivalente a US$ 60 bilhões em produtos norte-americanos.

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Havia a expectativa de que um acordo comercial pudesse ser fechado em algumas semanas ou mesmo alguns dias, mas a administração Trump e o governo do líder chinês, Xi Jinping, parecem estar mais afastados do que há um ano, embora os negociadores norte-americanos insistam que as tratativas bilaterais ainda estejam progredindo e continuem confiantes de que haverá uma resolução.

2. Não há evidências suficientes para transformar o Irã em vilão do mercado de petróleo

Os EUA e seus aliados precisarão de melhores provas para dizer que o Irã é o “bicho-papão” prestes a destruir o comércio mundial de petróleo em represália às sanções que impedem a comercialização do seu petróleo.

Embora o Irã tenha certa culpa por difundir sua própria retórica negativa contra a ação dos EUA, Arábia Saudita e EAU, ameaçando agir sobre o Estreito de Ormuz, não há qualquer evidência – publicamente disponível pelo menos – de que o país tenha participado dos ataques aos petroleiros sauditas no domingo, apesar de grandes suspeitas do envolvimento da República Islâmica nas chamadas “sabotagens”.

Dois navios-tanque sauditas teriam sofrido danos significativos em um incidente no domingo, ao longo da costa dos Emirados Árabes Unidos. Separadamente, o Ministro de Relações Exteriores dos EAU relatou outro ataque a quatro navios comerciais também no domingo. Tudo isso ocorreu depois que os EUA enviaram um porta-aviões, bombardeiros e mísseis de defesa para a região na semana passada, citando o aumento das tensões com o Irã.

Os preços do petróleo inicialmente dispararam quase 3% na segunda-feira por causa das reportagens sobre os ataques aos navios. Mas, sem a responsabilização de ninguém – e sem detalhes do caso que pudessem identificar os possíveis culpados – o mercado rapidamente ignorou a história, mudando suas atenções para o mercado acionário, que estava afundando diante da notícia de que a China havia aumentado as tarifas sobre produtos norte-americanos.

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E Teerã se saiu bem em sua resposta à crise, pedindo uma investigação independente.

No dia anterior, a Reuters declarou que o Irã deseja ter permissão para exportar pelo menos 1,5 milhão de barris por dia (bpd) de petróleo, o triplo do volume esperado para maio devido às sanções dos EUA, como condição para continuar honrando seus compromissos com o acordo nuclear de 2015 firmado com potências ocidentais, mas não reconhecido pelo presidente Trump.

John Kilduff, sócio do hedge fund de energia Again Capital, de Nova York, afirmou:

“Será difícil transformá-los em vilãos do mercado de petróleo, uma vez que sua resposta tem sido inusitadamente digna e calma.”

3. Preços podem entrar em nova fase de instabilidade

Os preços do petróleo podem entrar em nova fase de volatilidade em 2019, deixando para trás os ralis mais duradouros do primeiro trimestre.

Isso porque o aumento sazonal de demanda no verão pode ser seguido de mais um pico de produção petrolífera nos EUA, eventualmente com maiores de estoques na segunda metade do ano.

A flutuação de preços na segunda-feira fez com que os futuros do West Texas Intermediate variassem US$ 2,66 por barril entre a máxima e a mínima do dia.

Esta é a segunda vez em quinze dias que o benchmark do petróleo americano apresenta uma volatilidade de quase US$ 3 em um único pregão, depois do movimento de 2 de maio, de US$ 2,73 por barril.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) divulgará seu relatório mensal nesta terça-feira, e a expectativa é que o grupo arrume um forte argumento para continuar cortando a produção, já que seu membro mais influente, a Arábia Saudita, não se mostra disposto a desistir dos altos preços que lutou tanto para conseguir desde o fim do ano passado.

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Mas, se a economia mundial desacelerar ainda mais no segundo semestre sem que se resolva a guerra comercial entre EUA e China, hedge funds terão dificuldade para permanecer comprados em petróleo, já que a demanda pode ficar abaixo das expectativas, apesar da provável continuidade de cortes da Opep.

Gestores de carteira já venderam, no total, 42 milhões de barris nas últimas duas semanas, depois de terem comprado 609 milhões nas últimas 15 semanas, desde 8 de janeiro, segundo John Kemp, colunista de mercado de petróleo da Reuters.

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