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Heranças da Pandemia: Qual Pode Ser a Origem da Próxima Crise?

Publicado 14.06.2021, 13:03
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Heranças da pandemia: o mundo começa aos poucos se reerguer economicamente dos nefastos efeitos da pandemia. Mas como não poderia ser diferente, quem acompanha profundamente economia sabe que precisamos ser eternos vigilantes.

Cabe aos economistas e demais profissionais de mercado não se deixar levar pelo otimismo que tomou conta do mercado nas últimas semanas e fazer uma análise objetiva sobre nosso momento.

Precisamos entender exatamente para onde estamos indo ao sair dessa crise, qual o caminho que iremos encarar daqui por diante. Para que o mundo não entrasse em grande colapso, foi pago um preço muito alto. Mas afinal, que preço foi esse? Estamos falando do superendividamento dos governos.

Desse endividamento, foram plantadas duas sementes nocivas que começam a brotar e causar efeitos: a inflação e o aumento dos impostos.

UM RAIO-X DAS DÍVIDAS PÚBLICAS

Antes mesmo da pandemia, a dívida pública da maioria dos governos ao redor do mundo já era praticamente impagável. Até 2019, os governos já acumulavam uma dívida de aproximadamente US$ 69 trilhões de dólares. Muitas vezes pergunto se alguém tinha reais esperanças de que esses valores um dia fossem pagos. As dívidas governamentais já eram praticamente “virtuais”.

Relação Dívida/PIB

Quase um terço dessa dívida já pertencia ao Estados Unidos (31%), seguido por Japão (17%) e China (9%). Os países europeus também aparecem com fatia relevante nesse quadro.

Claro que analisar esse número de forma isolada não significa muita coisa. Existem governos que “podem” ter dívidas maiores porque suas economias são dinâmicas o suficiente para produzir riqueza a ponto de tornar essa dívida administrável. Não é à toa que os países que possuem as maiores dívidas são justamente os países mais ricos ou de maiores PIBs.

Dívida Pública Global

Com a pandemia, esse quadro se agravou. Os governos precisaram se endividar muito para atuar em duas frentes de batalha: em uma delas, municiar seus sistemas de saúde para combater a pandemia; em outra, criar planos emergências ou estímulos para resgatar as economias, que sofreram demais pelas medidas de isolamento social.

Para que possa atuar ativamente na economia, o governo tem à sua disposição dois instrumentos: os instrumentos de política fiscal (gastos do governo, medidas de crédito, auxílios emergenciais etc.), e os instrumentos de política monetária (redução nas taxas de juros, aumento da oferta de moeda em circulação etc.). Abaixo você confere um quadro que mostra quanto cada país dispendeu no combate à crise do Covid-19, seja através de políticas fiscais, seja através de políticas monetárias.

Estímulo Durante a Pandemia

No caso do Brasil, proporcionalmente os maiores esforços foram no campo de políticas fiscais. As políticas monetárias foram muito mais tímidas ou não conseguiram ser postas em prática, pois muitas das medidas de crédito executadas pelo governo ficaram “empoçadas” nos bancos por conta das rígidas políticas de análises de crédito dos mesmos, sem chegar a quem se destinava em linha final.

Ainda assim, ficamos entre os países que mais investiram no combate à pandemia, quando consideramos o percentual de gastos com relação ao PIB.

Voltando à analise global, todo esse montante injetado fez com que os países terminassem o ano de 2020 com níveis recordes de endividamento, e possivelmente sem saber como resolver esse problema.

Segundo a economista-chefe do Banco Mundial, Carmen Reinhart, possivelmente esse problema será o motivo da próxima crise financeira mundial, pois esse cenário de superendividamento não seria sustentável.

Se pegarmos o exemplo dos Estados Unidos, a Dívida em relação ao PIB só esteve próxima desses patamares na época da 2ª Guerra Mundial, chegando a 108%.

Vale destacar também a relação entre dívida bruta e PIB do Japão (266%), Grécia (206%), Portugal (134%), França (116%), Itália (156%). Ou seja, todos com um endividamento maior do que a produção de suas economias.

No caso do Brasil, recebemos na semana passada a notícia que nossa relação dívida/PIB deixou de crescer, ficando em 86,7% do PIB, ainda elevada, mas ao menos estabilizada.

HERANÇAS DA PANDEMIA: INFLAÇÃO E O AUMENTO DE IMPOSTOS

Heranças da pandemia: a primeira já percebida não só no Brasil, mas ao redor do mundo, é a inflação. O fato de os bancos centrais terem despejado tanta liquidez nos mercados foi uma jogada arriscada, pois resolvia um problema no curto prazo, mas poderia gerar outro no médio prazo. E foi o que aconteceu, mesmo os países desenvolvidos, que costumam ter a inflação muito baixa, viram seus preços acelerarem, com destaque especial para os Estados Unidos, tendo em vista que uma eventual alta nas suas taxas de juros para conter a inflação acabam por gerar impactos em todo o mercado financeiro.

Inflação

Herança da pandemia: a segunda ainda não foi percebida, mas já começa a ser discutida: o aumento nos impostos. O cobertor é curto: se os governos gastaram muito, precisam pagar essa conta. E para pagar essa conta, é preciso aumentar a arrecadação, e aí vem o aumento dos impostos.

Provavelmente a mira se voltará aos contribuintes de maior renda e patrimônio, e algumas medidas já começam a ganhar força, como a tributação dos dividendos (o que pode impactar nas ações, rendimentos de fundos imobiliários, e até mesmo a distribuição de lucros de empresas pequenas) e o aumento nos impostos de transmissão de patrimônio.

É importante que nós estejamos atentos tanto como cidadãos quanto como investidores, pois tanto a inflação quanto o aumento nos impostos impactam tanto em nossas vidas quanto nos investimentos. Estratégias de proteção contra a inflação e estratégias de planejamento tributário farão uma grande diferença nos resultados das carteiras no longo prazo.

E você, quais estratégias você tem adotado para mitigar os riscos das heranças da pandemia? Fique à vontade para comentar. Até o próximo artigo!

Últimos comentários

Vocês acreditam em uma crise imobiliária no Brasil?  Particularmente os valores dos imóveis não se sustentam, assim com as vendas aceleradas que estão indo na contramão do momento econômico, a conta não fecha.
Vocês acreditam em uma crise imobiliária no Brasil?  Particularmente os valores dos imóveis não se sustentam, assim com as vendas aceleradas que estão indo na contramão do momento econômico, a conta não fecha.
Acreditam em uma crise imobiliária no Brasil?  Particularmente as contas não fecham, muitos e muitos empreendimento de médio e alto padrão subindo aos montes, vendidos de forma assustadoramente rápida, porém, com preços exorbitantes.  Acredito que teremos problemas.
@ Guilherme disse tudo
Tema muito relevante que poucos tem lembrado. Geralmente, tratar desses temas muito vastos causa certa confusao porem o autor foi extremamente competente na compilacao de dados e nas variaveis de inflacao, gastos e dividas. Parabens!!
A crise de crédito vai vir, mas quando? É estranho imaginar uma crise tão "esperada" como essa... Logo, ela não deve ocorrer agora, pois crises surgem quando menos se espera...
Eu acredito que está próxima.
to nem aí pra governo. , vivo da venda de put e call...tenho meu proprio método e vou muito be obrigDo...AFINAL CAIXÃO NÃO TEM GAVETA.
Ta vindo aqui ler sobre isso pq entao?
este desgoverno liberou o dinheiro para os bancos não emprestarem. seria mais eficiente usar o método Silvio Santos e jogar aviões de 50 reais pro alto
meu Dinheiro está 95% em imóveis. tenho uns 30 imóveis que são a minha segurança contra a inflação. 5% ainda tenho em renda fixa, poupança e conta corrente. ações estou zerado
Na verdade os governos são os grandes parasitas que usa mal o dinheiro do contribuinte. E continua  sugando o dinheiro das pessoas e empresas produtivas para pagar a má gestão e o funcionamento do sistema. Esse sim é o maior vírus em todo o sistema. Exemplo disso é o G7 querendo aumentar o imposto sobre empresas em 15% no minimo. Vão destruir as empresas e empregos. É cada erro que parece piada !!!
A crise econômica terá sua segunda onda logo. .Países com grande capacidade tecnológica e produtos com alto valores agregados internarão suas produções, objetivando reduzir saída de divisas. EUA e grandes europeus.  Infelizmente vamos sugar até o talo nossas matérias primas, devido ao péssimo planejamento estratégico. Sucateamos a manufatura. Nossa solução seria reduzir importações de produtos de baixo valor agregado mas de grande escala.  Toda multinacional traz até cadeira quando implementa fabrica no Brasil, para gastar o menos possível de divisas em empreendimento no exterior.  Nossa crise é de Planejamento Estratégico e Nacionalismo.
Próxima crise será a Alimentar, que já está em curso.
Essa crise foi a mais fácil para história para ganhar dinheiro. As bolsas subiram como nunca e teve dinheiro para todos que quiseram. A grande herança será a desigualdade, efeitos das políticas de concentração de renda. Mas esse papo ninguém quer ouvir. O negócio é saber se vão querer pagar a conta da festa. Se quiserem virão aumento de impostos e tempos difíceis. Mas ainda acho que seguirão na festa, como o FED segue comprando 120 bi por mês e adiar eternamente a crise e seguir na festa te onde der
eu quis e continuo querendo e não teve dinheiro pra mim
É a verdade nua e crua, Todos os países estão no mesmo barco. Ótima abordagem pois não dá espaço para falar que esse ou aquele é melhor ou pior. Mas, vejo que países queridinhos de uns e outros aí como Argentina e Venezuela estão com piores índices de inflação. Por que será??
Minimizaçao dos custos para conseguir maximizar o minguadinho lucro nesse período de incertezas e, isso só foi possível graças a otimização gerencial. Era sabido que a política de ambos os lados acabariam dificultando uma rápida melhora, mas está sendo feito o máximo que se pode para continuar em operação. Espero que os radicais da midia mainstream não abram a boca para não dificultar mais a retomada dos investimentos.
Minimizaçao dos custos para conseguir maximizar o minguadinho lucro nesse período de incertezas e, isso só foi possível graças a otimização gerencial. Era sabido que a política de ambos os lados acabariam dificultando uma rápida melhora, mas está sendo feito o máximo que se pode para continuar em operação. Espero que os radicais da midia mainstream não abram a boca para não dificultar mais a retomada dos investimentos.
Provavelmente da mente doentia de algum país comunista. Talvez da própria china novamente.
O PIB mede também os gastos do governo.Se o governo gasta muito, o PIB fica mais elevado e isso também pode gerar mais dívidas, dependendo da balança comercial e das reservas existentes no país.Por isso as maiores dívidas acabaram relacionadas aos maiores PIBs. Se a taxa básica de juros dessas dívidas subissem poderia gerar um problema para essas economias. Mas atualmente são próximas de zero.
O PIB mede também os gastos do governo.Se o governo gasta muito, o PIB fica mais elevado e isso também pode gerar mais dívidas, dependendo da balança comercial e das reservas existentes no país.Por isso as maiores dívidas acabaram relacionadas aos maiores PIBs. Se a taxa básica de juros dessas dívidas subissem poderia gerar um problema para essas economias. Mas atualmente são próximas de zero.
Faço na verdade dois pedidos; 1. pode plotar no próximo artigo a curva de ascendência dos preços das commodities e projetar até onde ela vai pra começar a cair? 2. Como o dolar vai  se comportar como moeda forte de imediato, a medio e longo prazos? 3. A mesma pergunta para as criptomoedas. Parabens pelas tristes verdades que poderão trazer mais do que tristes verdades.
Investimentos diversificado, rendimentos atrelado a inflacão e em paises de1 mundo.
Parabéns, objetivo!
Próxima crise, CIBERNÉTICA
Mais um ótimo artigo, simples e objetivo. parabéns.
Mto bom;
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