Depois de anos de incerteza e baixa performance, tudo indica que as coisas começam a andar na direção certa para a maior operadora de telecomunicações dos EUA: a AT&T (NYSE:T) (SA:ATTB34).
Nos últimos dois meses, essa gigante endividada conseguiu mostrar que seu plano de recuperação está ganhando força. A empresa de mídia sediada em Dallas, Texas, está tomando iniciativas para melhorar seu portfólio, o que pode gerar retornos atraentes.
No mês passado, a AT&T anunciou que irá se desfazer de suas operações de DirecTV, que só dão prejuízo, em um acordo com a empresa de private equity TPG. A iniciativa criará uma sociedade coligada em que a TPG ficará responsável por operar a DirecTV, enquanto a AT&T ficará a cargo de outras operações de TV paga.
Com esse acordo, a AT&T receberá US$ 7,6 bilhões em caixa, e a nova DirecTV assumirá US$ 5,8 bilhões em financiamento de dívidas. Essa venda permitirá que a AT&T se torne uma empresa de mídia e comunicação mais enxuta e moderna, com um claro foco nos seus negócios de conectividade sem fio e streaming.
O serviço de streaming de vídeo da AT&T, o HBO Max, também está ganhando forma após alguma incerteza em relação ao seu lugar em um mercado dominado por Netflix (NASDAQ:NFLX) (SA:NFLX34) e Disney (NYSE:DIS) (SA:DISB34). A AT&T afirmou no mês passado que irá lançar uma versão com anúncios do HBO Max em junho para se beneficiar da demanda reprimida de empresas que querem chegar ao público desse serviço.
70 milhões de assinantes
A AT&T quer levar o HBO Max a 60 mercados internacionais neste ano, em um esforço para ampliar seu alcance geográfico. O objetivo é impulsionar o HBO Max e o HBO juntos, para que terminem 2021 com 67 a 70 milhões de assinantes em todo o mundo.
Em dezembro, a empresa surpreendeu Hollywood quando sua divisão Warner Bros afirmou que lançaria toda a programação de 2021 dos seus filmes teatrais simultaneamente em cinemas e serviços de streaming.
Esses sinais promissores, entretanto, não escondem o fato de que a AT&T tem sido um mau investimento nos últimos cinco anos, quando a ação se desvalorizou mais de 20%. No mesmo período, o índice de referência S&P 500 entregou um retorno total de 90%.
John Stankey, novo CEO da companhia, acredita que o HBO dará resultado no longo prazo e os investidores devem continuar confiantes nos seus esforços de recuperação. O analista Raymond James, ao mesmo tempo que atualizou a classificação da ação para outperform (acima da média), com um preço-alvo de US$ 32, afirmou em nota recente que a situação continuará melhorando para a empresa nos próximos 12 meses, permitindo que gere mais resultados totais.
Um trecho dessa nota diz o seguinte:
“Com o HBO Max finalmente nas plataformas de hardware de streaming dominantes, acreditamos que o serviço começará a conquistar um número significativo de assinantes, fazendo com que o papel reaja bem a essas adições.”
A AT&T valorizou-se cerca de 9% no último mês, fechando na segunda-feira a US$ 30,57. Ela paga US$ 0,52 por ação trimestralmente, o que se traduz em um rendimento anual de 7%.
Resumo
A venda de ativos e o aumento do número de assinantes em seu serviço de streaming de vídeo mostram que o CEO Stankey está conseguindo colocar a casa em ordem e destravando valor para seus acionistas. Mas, em nossa visão, o caminho da recuperação ainda é longo, sendo difícil vislumbrar muito potencial de alta após os ganhos recentes.
Dito isso, a AT&T segue sendo uma candidata ideal para investidores que buscam renda constante através dos seus dividendos.