O pior pior do mundo
Algo me diz que a perspectiva negativa da S&P não vai sensibilizar o Congresso quanto à necessidade de ajuste fiscal.
Talvez funcionasse num regime parlamentarista, mas não no presidencialismo dilmista.
Será que esse lance do investment junk não sensibiliza mais ninguém?
O mercado já precifica os bonds brasileiros sob risco análogo ao de Bolívia e Croácia (isso não é uma piada).
Ontem, horas antes do fato, falei que víamos chance de 100% de perspectiva negativa da S&P 500 (anunciada), e o mesmo vale para rebaixamentos da Moody’s e da Fitch (ainda não anunciados).
Nossa probabilidade subjetiva de efetiva perda do grau de investimento se encontra em 51%.
Lembrando que - em economia - quanto pior, pior.
Um dia monetário
Esta quarta é dia de Fed (pontualmente às 15h) e de Copom (19h?).
Juros americanos devem subir só em dezembro, pois prensada é da defesa.
Por aqui, esta não vai ser a última alta da Selic; aposto em mais 25 bps em setembro.
Então vamos às consequências práticas para nosso investimento em moeda forte.
De que forma esses dois atores - Fed e Copom - influenciam a dinâmica do dólar contra o real?
Momentum cambial
Às vezes pego economistas relativizando o impacto de +25 bps de Fed Funds Rate.
Para essa turminha, a antiga normal de juros de 3% ou 4% ao ano nos EUA será substituída por uma nova normal de 2% ao ano.
Ou seja, estaríamos diante de um futuro estruturalmente mais ameno quanto ao fardo monetário.
Não duvido disso; é mais ou menos o que aconteceu com o Japão.
Não duvido, mas discordo.
Simplesmente não sei o que vai acontecer quando o Fed aumentar seus juros pela 1ª vez depois de oito anos.
Por um lado, são apenas +25 bps para começar a brincadeira.
Por outro, o agregado monetário que responde a esse ajuste é medido na casa dos vários trilhões de dólares.
Se o velocímetro de um caminhão de 48 toneladas se amexe em 1 km/h, o que isso significa em termos de momentum cambial?
Não ligo mais para isso
No início do processo de aperto monetário, quando o Fim do Brasil era um tema “polêmico e revelador” e ninguém entendia nossos pecados macro, o Copom até deu uma ajuda indireta para conter a valorização do real.
O Banco Central, que se confunde com o próprio Copom, ajudava diretamente, com toneladas de swaps cambiais em favor da moeda brasileira.
Isso tudo se foi.
Hoje o Copom (e o Bacen) se preocupa com questões urgentes: a descrença no regime de metas de inflação, a descrença em metas fiscais que valem 0% do PIB, nosso plausível rebaixamento para grau especulativo.
Do ponto de vista monetário, o dólar valorizado se tornou o menor dos problemas de Tombini.
Vive Le Roi!
Não deu para se iludir com o repique do Ibovespa na terça-feira, nem dá para se iludir hoje.
O índice volta aos 50 mil pontos motivado por altas malucas de Petro, Vale e siderúrgicas.
As commodities estão mortas. Longa vida às commodities!
Se você está cansado de depender de um bolso commoditizado, não perca a chance única de se tornar membro do Clube Empiricus.
Segundo as regras da casa, o acesso a este petit comité em breve fechará as portas, e jamais reabrirá em condições tão vantajosas.