Publicado originalmente em inglês em 22/07/2021
- Resultados do 2º tri de 2021 serão divulgados na quinta-feira, 22 de julho, após o fechamento do mercado;
- Expectativa de receita: US$17,8 bilhões;
- Expectativa de lucro por ação: US$1,07.
Durante o ano passado, a Intel (NASDAQ:INTC) (SA:ITLC34) foi um investimento morto para os investidores do setor de semicondutores. No momento em que concorrentes atraem clientes com circuitos integrados (chips) novos e mais rápidos, problemas de produção prejudicam a maior fabricante do segmento nos EUA.
Enquanto outras fabricantes de chips viram suas ações disparar nos últimos 12 meses, beneficiando-se da demanda impulsionada pela pandemia por semicondutores usados em carros, notebooks e consoles de videogame, as ações da Intel mal se mexeram. Na verdade, caíram mais de 9%, enquanto a NVIDIA (NASDAQ:NVDA) (SA:NVDC34), uma das maiores competidoras do mercado, valorizou-se mais de 80%,
Em razão desses profundos problemas de produção e da reestruturação em andamento na companhia, é pouco provável que a californiana Intel apresente resultados que animem os investidores.
Essa tendência era óbvia quando a companhia divulgou seu balanço do 1º tri em abril, relatando uma queda na receita com data center e um forte declínio nas margens de lucro bruto. Esse era um sinal para os investidores de que a companhia estava perdendo participação de mercado para rivais e clientes que estavam desenvolvendo seus próprios componentes.
Para o trimestre encerrado em 30 de junho, os analistas esperam que as vendas caiam cerca de 10% em relação ao mesmo período do ano passado, para US$17,8 bilhões. E o lucro por ação deve cair de US$1,23 para US$1,07.
Novo segmento de fundição
Embora os resultados de curto prazo da companhia estejam sob pressão, há esperança de que o novo CEO da Intel, Pat Gelsinger, consiga mudar o quadro, ajudando a gigante dos semicondutores a superar seus desafios de produção. Gelsinger colocou a Intel em “modo de investimento” durante um período crítico para seu retorno à liderança e prometeu entregar produtos que novamente sejam os melhores da indústria.
No início deste ano, Gelsinger revelou um grande plano que incluía a criação de uma nova unidade de fundição de US$20 bilhões para fabricar circuitos integrados de outras companhias. Ele também planeja usar fábricas rivais para terceirizar a produção de outros componentes da Intel.
Na semana passada, o Wall Street Journal informou que a Intel estava estudando um acordo para comprar a GlobalFoundries Inc. e acelerar seus planos de fabricar mais chips para outras empresas de tecnologia. Se o acordo avançar, segundo o jornal, será o maior já realizado pela Intel e pode avaliar a GlobalFoundries a cerca de US$30 bilhões.
Analistas de Wall Street, entretanto, estão divididos quanto às perspectivas para a Intel, apesar do seu ímpeto de reformular seus negócios e se tornar uma fabricante de chips terceirizada, um mercado dominado pela Taiwan Semiconductor Manufacturing (NYSE:TSM) (SA:TSMC34).
Em um levantamento do Investing.com com 42 analistas que cobrem a ação, 17 recomendam compra, 15 estão neutros, enquanto 10 indicam venda para o papel. O preço-alvo consensual para os próximos 12 meses indica uma alta de quase 14%.
Conclusão
A Intel continua vivendo momentos de baixa, prejudicada por seus problemas de produção e perda de market share para concorrentes. Essa situação não deve mudar no curto prazo, o que torna suas ações ideais para uma aposta de recuperação de longo prazo. Em linha com essa tendência, os resultados de hoje devem mostrar fraqueza tanto em vendas como em margens.