A presidente do FED (Banco Central Americano) se juntou ao coro de outros oficiais do FOMC (equivalente ao COPOM Brasileiro) dizendo ser apropriado um aumento dos juros nos Estados Unidos nos próximos meses.
O mercado financeiro agora resolveu que o ajuste é positivo, pois ajudará os bancos e por sinalizar uma melhor situação econômica da maior economia do planeta. Nem mesmo a China ajustando o Yuan para o menor patamar desde 2011 atrapalhou os ativos de risco a apreciarem na semana.
O Stoxx 600 Index, índice com papéis de vários países da Europa, teve o maior ganho semanal desde fevereiro e o S&P500 fechou no melhor patamar desde Abril – distante apenas 1.69% de sua alta-histórica. Vale (SA:VALE5) notar que a semana foi de baixo volume negociado dado o feriado bancário em grande parte da Europa na próxima segunda-feira e nos Estados Unidos, aonde se celebrará o Memorial Day – homenagem aos militares que morreram em combates.
O café em Nova Iorque desmoronou no início da semana e nas sessões seguintes negociou em intervalos mais curtos, gradativamente cedendo para, na sexta-feira, encerrar levemente acima dos US$ 120.00 centavos por libra-peso. Em Londres a queda foi menor e mais ordenada com volume, em geral, mais baixo.
A liquidação da posição comprada dos fundos foi mais uma vez o fator da queda, devolvendo os ganhos recentes depois de ter atraído vendas de origens na última pernada de alta. O aumento do número de contratos em aberto próximo dos US$ 120 centavos – como visto no começo do mês de maio – sugere que o intervalo de negociação entre US$ 115 a US$ 135 centavos por libra-peso deve se manter – salvo alguma influência macroeconômica.
Surpreende o comportamento dos índices de commodities recente, levando-se em consideração que o índice do dólar (DXY) volta a flertar o nível de 96.00 pontos. Liderado pelos ganhos do petróleo, cujo preço do barril rompeu os US$ 50.00, o CRB firmou – por ora perdendo a correlação negativa notada até alguns meses atrás.
No mercado físico de café o fluxo diminuiu com a queda dos terminais, muito embora pontualmente ofertas FOB do robusta baratearam. As chuvas regressando naquele país acalmam as preocupações com a seca e nos próximos meses teremos um debate ferrenho entre os que dizem que a quebra da produção por lá é irreversível e os que defendem uma produção de 16/17 similar em função da irrigação ocorrida durante as escassas precipitações até meados de maio.
No Brasil a CONAB revisou sua estimativa de produção de 16/17 para 49.67 milhões de sacas, sendo 40.27 milhões de arábica e 9.4 milhões de conilon. O noticiário internacional notou que o número mantém o padrão em ficar 10% abaixo das estatísticas dos participantes do mercado (analistas, tradings e importadores).
Com o avanço da colheita brasileira e um Real refletindo um receio da continuação de delações que contaminam um número cada vez maior de políticos do nosso congresso, a recuperação de preços de Nova Iorque vai ficar por conta de uma recompra dos fundos ou eventualmente algum problema climático.
O inverno que se aproxima no Brasil e potencialmente um retorno das chuvas (não previstos por ora) podem animar os agentes a comprar os futuros. Fora isto, continuaremos sem novidades e os operadores vão seguir a análise técnica para vender caso Julho rompa US$ 120.60 ou se posicionar com novas compras com um fechamento acima de US$ 123.75 centavos.
Uma excelente semana e muito bons negócios a todos,