Carry trade
De repente, o Brasil ficou doce - a despeito do estresse no pregão desta quarta.
As taxas oferecidas pelos títulos de dívida americana experimentam os menores patamares de todos os tempos.
O que acontece então?
Os gringos olham para os juros de lá, olham para os juros de cá… e fazem o carry trade.
É covardia comparar 0% lá com 6% cá de juros reais.
Pra grana vir para cá, tudo o que Temer precisa fazer é não bagunçar o País.
O grosso do carry trade só aguarda o impeachment definitivo de Dilma Rousseff.
Kit básico
O que significa, em termos gerais, não bagunçar o país?
No momento:
1. Déficit primário de até R$ 170 bi em 2017 - e preferencialmente menor do que isso (café com leite).
2. Não ser alvo da Lava Jato (evitar downside).
3. Aprovar PEC de teto de gastos (promover algum upside).
Essa é a lição de casa até o final do ano.
Reforma da previdência é importantíssimo, mas está além da lição de casa.
Bode para o futuro
Temer não quer ser presidente em 2018.
Como bode expiatório, lavando a roupa suja, ele é capaz de tomar as tais "medidas impopulares”.
É capaz, por um motivo muito simples.
Todos os grupos que pretendem concorrer às eleições em 2018 precisam apoiar Temer daqui até lá.
Melhor já pegar um país passado a limpo em 2019.
Fala que eu te escuto
Não espere, portanto, perfeição do Governo Temer.
Há erros sérios no meio do caminho, e sempre farei questão de apontá-los.
Especula-se sobre a Cide antes de quaisquer cortes significativos de gastos ou pessoal comissionado.
E o protecionismo às aéreas nacionais certamente redundará em um pior serviço aos consumidores, com cancelamentos e voos atrasados.
Ao menos o governo agora ouve as críticas, e pretende endereçá-las em certa medida.
Postura firme
Além de escutar, não podemos ter medo de falar.
José Serra entende que a Venezuela só pode assumir a presidência do Mercosul se cumprir as obrigações de adesão.
O governo de Maduro ficou pê da vida, mas é assim que funciona.
Não vale nada ser amiguinho de todo mundo.
Precisamos de ministros com posições firmes, que diferenciem claramente aliados de não aliados.
Firmes, aliás, como as posições de nosso estrategista internacional, Jim Rickards.
Jim foi um dos poucos analistas a apostar lucrativamente no Brexit.
Suas recomendações têm performado excepcionalmente bem, conforme aponta o track record abaixo.