Aviso aos maus inquilinos
“Fora Temer”? Só vi nas redações dos jornais de sempre.
Foi o Legislativo o alvo dos protestos verdes e amarelos do final de semana. Em resposta às negociatas indecentes conduzidas na “casa do povo”, os senhorios trataram de lembrar aos moradores que não se renova contrato de mau inquilino.
É com esse pessoal que foi às ruas que os parlamentares terão que se entender caso não cooperem com as reformas propostas pelo Executivo. E são esses, que foram para a rua de graça — sem ônibus, sem lanche e fora do horário de trabalho —, os verdadeiros juízes do que está sendo feito em Brasília.
Hoje, Temer apresenta a Reforma da Previdência. Já se fala em Congresso trabalhando janeiro e fevereiro para fazer a pauta avançar. Nada como um pouco de pressão.
Pontapé nos fundilhos
Não foi só por aqui que falou-se alto. Matteo Renzi condicionou sua permanência como primeiro-ministro italiano à aprovação da reforma constitucional. Em resposta, o país em forma de bota o despejou. Gritou — como lhes é habitual — que está farto de Bruxelas.
O resultado do referendo é um vácuo de poder que, a depender de como for preenchido, pode representar novo teste ao Euro. Nesse ínterim, há motivos de sobra para se preocupar com a estabilidade da península italiana, sujeita a novos sismos em seu sistema financeiro: a combinação entre indefinições políticas e sistema financeiro combalido não costuma ser boa.
E ainda assim, para o que o mercado olhou? Quanto pior, melhor: riscos na Itália devem deixar Draghi sem outra saída senão estender o programa de estímulos do Banco Central Europeu, e isso anima os mercados do Velho Continente hoje.
Investidores estão brincando com fogo.
Noves fora...
Da combinação de cenário político doméstico melhor do que o que vinha sendo pintado às vésperas dos protestos e da (questionável) reação ao referendo italiano, nossa bolsa opera próximo da estabilidade.
As atenções são, evidentemente, para os próximos capítulos de nossa trama política.
Grande destaque vem do mercado de juros, com quedas expressivas de taxas ao longo de toda a curva: reflexo de menor percepção de risco com relação ao nosso cenário doméstico.
No câmbio, atuação do BC também ajuda a acalmar os ânimos.
Última Chamada
Terminaremos hoje a oferta do Conversa com Gestores, obra-prima da queridíssima Luciana Seabra.
É uma rara oportunidade de ter acesso à cabeça dos principais gestores de ações do país de maneira tal que pouquíssimos profissionais de investimento terão a oportunidade ao longo de suas vidas.
De longe, uma das minhas melhores leituras sobre investimentos neste ano. E que, nesta oferta limitada, vai para você gratuitamente.
Para quem volta-e-meia me escreve pedindo recomendações de leitura, fica meu aviso: não dá para perder este daqui.
Obrigado, OPEP
Pela primeira vez em dois anos, expandiu-se em novembro o número de postos de trabalho na indústria de óleo e gás dos Estados Unidos. A inflexão reflete a melhora de expectativas com relação aos preços futuros da commodity, antecipando um melhor cenário por ocasião do agora confirmado corte de produção por parte dos países-membro da OPEP.
Trump chega em bom momento.