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Juros nos EUA: barreira dos 4,5% foi rompida

Publicado 09.11.2023, 09:40
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Por Padhraic Garvey

O leilão do título de 10 anos dos EUA mostrou um spread maior do que o previsto, mas isso não parece preocupar os investidores otimistas com os papéis. O mercado parece estar antecipando uma mudança no ciclo de taxa de juros, o que não é sem lógica, embora possa ser um pouco precipitado e não leve em conta o cenário de juros reais mais altos gerados pelos déficits. Essa preocupação não desapareceu, está apenas temporariamente contida.

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Títulos americanos tendem a testar juros mais baixos por enquanto

No leilão de ontem, houve um pequeno spread adicional, o que normalmente seria um sinal negativo. Contudo, o mercado se manteve estável durante o leilão, que é um cenário que tende a aumentar o risco de um spread maior. No fim, não foi um grande problema, já que os outros indicadores do leilão foram robustos, destacando-se a alta porcentagem de lances indiretos e a boa cobertura. O mais crucial é que o Título de 10 anos está buscando firmemente romper para baixo do patamar de 4,5%, tendo conseguido fazer isso brevemente após a divulgação dos dados de folha de pagamento.

O título de 30 anos estará disponível para leilão amanhã e o clima é favorável. Não há sinais de resistência significativa à diminuição dos rendimentos dos papéis de mais longo prazo. Com a queda abaixo de 4,5% no título de 10 anos, precisamos refletir mais sobre a ideia de que o mercado está menos focado nas preocupações com rendimentos reais mais elevados e mais atento à possibilidade de taxas oficiais mais baixas em 2024. Diante disso, retiramos nossa posição tática pessimista.

O mercado deseja ver uma continuidade dessa tendência de queda nas taxas. Se o leilão de 30 anos transcorrer bem, o próximo grande estímulo virá do IPC dos EUA na próxima semana, que deve ser favorável ao mercado, com a inflação geral mais próxima de 3% do que de 4%. Por outro lado, espera-se que a inflação básica (núcleo) se mantenha ligeiramente acima de 4%.

Ainda assim, devemos manter a cautela em relação à narrativa de juros de mercado em queda, especialmente para os prazos mais longos. Apostar em taxas curtas menores é mais sensato, ainda mais com um Federal Reserve que provavelmente atingiu o pico de sua política de juros. Por enquanto, apesar de termos ultrapassado o patamar de 4,5% para baixo, permanecemos cautelosos quanto a uma redução significativa das taxas de longo prazo a partir deste ponto.

Não estou descartando que isso possa acontecer. No entanto, se ocorresse, desfaria a precificação anterior que levava em conta um aumento nas taxas reais devido ao déficit. Esse fator não pode ter sido completamente eliminado. É claro que pode ser ofuscado por uma mudança no ciclo de taxas. Mas ainda não chegamos a esse momento. Ainda assim, se o título de 10 anos dos EUA se manter abaixo de 4,5%, isso pode indicar cada vez mais o início de uma mudança no ciclo de desconto das taxas.

O que esperar? Isso se inicia com taxas de longo prazo decrescentes e, com o tempo, afeta as taxas de curto prazo, que caem abruptamente três meses antes de um corte inicial de juros, o que ainda é cedo para antecipar no momento.

Autoridades do BCE evitam sinalizar cortes de juros

A tendência de achatamento das curvas persiste no mercado de juros. Entretanto, agora acompanha uma reviravolta, já que os banqueiros centrais se opõem ao que consideram um relaxamento prematuro das condições financeiras, enquanto ainda não concluíram sua luta contra a inflação. De fato, os rendimentos dos títulos de 2 anos, tanto nos EUA quanto na zona do euro, permanecem resilientes, com pequenos incrementos, enquanto as taxas de longo prazo continuam em queda.

Anteriormente, destacamos as declarações dos representantes do Federal Reserve, e ontem o Banco Central Europeu foi mais ativo. A mensagem transmitida é que a fase final da batalha contra a inflação provavelmente será a mais desafiadora. Embora haja um reconhecimento de que a probabilidade de novas elevações de juros tenha diminuído, a possibilidade ainda não foi totalmente descartada. Discutir cortes nas taxas de juros neste momento foi considerado inoportuno.

Para enfatizar que os riscos inflacionários ainda estão pendendo para o lado positivo, a pesquisa de consumidores do BCE mostrou que as expectativas inflacionárias para um ano subiram para 4%, o nível mais alto desde abril. As expectativas de inflação para três anos se mantiveram em 2,5%, mas têm se estabilizado entre 2,3-2,5% desde abril. É importante ressaltar que as expectativas de curto prazo acompanham de perto os preços da energia, e a pesquisa não incluiu os recentes preços do Brent, que caíram abaixo de US$80 por barril. Essa queda, juntamente com dados macroeconômicos mais fracos, contribuiu para que as projeções de inflação para cinco anos à frente caíssem para cerca de 2,4%.

Embora essa tendência de diminuição da inflação futura possa parecer positiva, a volatilidade dos fatores como os preços da energia, em um contexto de alta incerteza, não alivia as preocupações de Isabel Schnabel, membro da Diretoria Executiva, sobre a fragilidade das expectativas de inflação.

Eventos do dia e perspectivas de mercado

No momento, não se espera que os responsáveis pela política monetária reduzam a ênfase na refutação da ideia de cortes antecipados nas taxas de juros. Os representantes do Fed voltarão a ser o foco, com destaque para a participação do presidente do banco central americano, Jerome Powell, em um painel do FMI sobre os desafios da política monetária.

Os dados de pedidos de auxílio-desemprego de hoje são um dos poucos indicadores desta semana que podem ter um impacto significativo no mercado. Os pedidos iniciais continuam baixos, o que indica que as empresas não estão sob pressão para demitir, mas com o aumento de 160 mil nos pedidos contínuos de auxílio-desemprego no último mês e meio, fica evidente que encontrar um novo emprego está mais difícil para quem é demitido.

Com o leilão de US$24 bilhões do título de 30 anos do Tesouro dos EUA previsto para esta noite, um evento significativo de oferta está se aproximando, mas, por enquanto, as preocupações com a oferta parecem estar em segundo plano.

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Aviso: este artigo, preparado pelo ING, tem fins meramente informativos e não constitui qualquer oferta ou recomendação de investimento.

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