Moraes retoma vigência de decreto de Lula que aumentou IOF, mas barra cobrança sobre risco sacado
“Quem entra na Bovespa para especular nunca ficará rico”, Luiz Barsi, Investidor
Esta semana, peguei o metrô para ir ao médico. O trem estava lotado, e eu viajava de pé. Após algumas estações, uma jovem, sentada num banco destinado a idosos, olhou para mim e se levantou, oferecendo seu lugar. Agradeci a gentileza, mas recusei a oferta, pois pensei comigo mesmo que era “mico” demais aceitar. Creio, contudo, que foi a primeira vez que a “ficha caiu”: estou envelhecendo (de uma forma poética, como a expressão italiana do título, inspirada num filme de Fellini).
Viralizou no whatsapp, nos últimos dias, um GIF com a seguinte comparação: Em dezembro de 2015, quem comprou um Iphone 6S, 128Gb, gastou R$ 4.599,00. Se essa pessoa tivesse, alternativamente, comprado 4.380 ações da Magazine Luiza (SA:MGLU3), com o mesmo montante, teria, agora em janeiro de 2019, R$ 810.300,00 (impressionantes 17.500% a mais).
Como gosto de dizer, bolsa é investimento para longo prazo. Como meu falecido pai me ensinou certa vez: “Compra e esquece”.
No caso, o “esquece” dele era uma espécie de eufemismo, pois ninguém vai esquecer propositalmente um investimento feito. Porém, como sempre alerto aos que pensam em alocar parte de sua poupança em ações, o prazo para maturação de investimentos em bolsa deve ser, de no mínimo, cinco anos.
Só para corroborar com meu ponto de vista, aquele investidor que comprou o Ibovespa (em dólar) no início do mandato do presidente Collor, e carregou até os dias presentes, terá auferido, no período de 28 anos, 1.750%, uma média geométrica de 11% anuais. Convenhamos, um baita retorno, considerando que estamos falando do índice e de rentabilidade em dólares.
É claro que alguns vão retrucar essa análise, afirmando que, se a gente não comprar o celular, a empresa não tem lucro, a ação não sobe, e por aí vai. Correto! Todavia, a pergunta que se impõe aqui é: faz-se necessário trocar de celular ou de carro ou de geladeira todos os anos? Esse é o aspecto central da análise do consumo consciente, vis a vis o processo de formação de poupança.
Todos os semestres, insisto com os jovens que estão em minhas aulas que é necessário poupar, objetivando seu futuro/aposentadoria. O Brasil já não é mais um país jovem, com bônus demográfico. Se discorda dessa afirmativa, basta consultar no site do IBGE. Coloque para “animar” o gráfico da pirâmide etária brasileira que irá verificar que a evolução caminha para uma situação perversa, de envelhecimento da população; uma pirâmide invertida em 2050. Como nos sustentaremos, se não fizermos, já, a reforma da previdência?
Agradeço os ensinamentos do meu pai sobre investimentos, quando ainda estava com meus vinte e poucos anos. Ali, por conta de sua insistência, resolvi fazer um plano de previdência, quando esse tipo de produto estava engatinhando no mercado; ainda nem existiam PGBLs ou VGBLs. Agora, aos 55 anos, agradeço a ele, lá em cima, por ter me alertado. É claro que, ao longo desse tempo, compus uma carteira de investimentos para diversificar e complementar minha renda futura.
Para finalizar, infelizmente, nem sempre segui à risca o sábio conselho do “coroa”, aquele de “esquecer”. Trabalho com investimentos diariamente e, algumas vezes, acabo me deixando levar pelo sobe e desce do mercado, o que é um erro. Contudo, tento me policiar ao máximo. Essa é a melhor sugestão, de alguém que milita nessa área há três décadas: seja um investidor!