O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira iniciou 2021 em elevação. Em janeiro, o COE subiu 3,29% na “média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP), bem acima da alta verificada no mesmo mês de 2020, que havia sido de 1,62%. Assim como observado ao longo do ano passado, o item que mais influenciou o avanço nos custos em janeiro foi o concentrado, que se subiu 4,09%, devido aos aumentos nos preços dos grãos. No caso da soja, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa avançou fortes 10,04% de dezembro/20 para janeiro/21. Quanto ao milho, o Indicador ESALQ/ BM&FBovespa (SA:B3SA3) teve expressiva alta de 11,04% na mesma comparação. Os estados que tiveram as maiores elevações nos custos de concentrado foram Minas Gerais (6,93%) e Paraná (3,64%).4
Além disso, a valorização da suplementação mineral – de 3,64% na “média Brasil” – também se refletiu sobre os custos em janeiro. Esse cenário se deu diante do avanço do dólar em relação ao Real, de 4,28% de dezembro/20 para janeiro/21. Minas Gerais e Paraná foram os estados onde os valores da suplementação mineral subiram com mais força, 5,51% e 4,8% respectivamente.
RELAÇÃO DE TROCA – Diante da redução de 4,32% no preço do leite em janeiro (“média Brasil”) e da elevação nos valores do milho no mesmo período, a relação de troca ficou desfavorável ao produtor. Esse cenário é verificado após um final de ano de melhora no poder de compra. Assim, em janeiro, foram necessários 41,12 litros de leite para a compra de uma saca de milho de 60 kg, contra 35,43 litros de leite em dezembro. Trata-se, também, do momento mais desfavorável ao pecuarista leiteiro desde maio de 2016, quando foram precisos 44,49 litros de leite para realizar a mesma troca.