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Libra pode testar faixa inferior de 1,20 contra o dólar após decisões de BCs

Publicado 18.09.2023, 12:44
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A libra esterlina estará em foco antes de importantes eventos nesta semana, como as decisões de juros do Federal Reserve e do Banco da Inglaterra. Além disso, teremos os dados da inflação e das vendas no comércio do Reino Unido, bem como os indicadores globais de atividade econômica para acompanhar nesta semana. A expectativa é que o Banco da Inglaterra realize o último aumento de 0,25% na taxa básica, enquanto o Fed deve manter os juros inalterados. Diante disso, acredito que a moeda britânica pode estar se encaminhando para a faixa inferior de 1,20 contra a divisa americana.

Principais destaques macro da semana

Antes de abordarmos eventos macroeconômicos que podem influenciar a movimentação da libra esterlina contra o dólar nesta semana, como as decisões do Fed e do Banco da Inglaterra, vamos dar uma rápida olhada no calendário econômico do “cable”, como é chamado o par GBP/USD, para sabermos quais outros dados relevantes podem impactar as divisas:

Calendário econômico

Os indicadores econômicos do Reino Unido pioraram nos últimos meses, devido à alta inflação e ao crédito mais caro. No entanto, os salários continuaram subindo, com os trabalhadores exigindo remunerações maiores. Agora, a inflação precisa cair rapidamente para conter essa espiral de preços-salários antes que saia do controle. 

No mês passado, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) caiu de 7,9% ao ano em junho para 6,8% em julho, patamar ainda elevado. A expectativa é que o IPC continue caindo rapidamente nos próximos meses, devido ao efeito-base. Para agosto, no entanto, é esperado um repique para 7,1% ao ano. O núcleo do IPC deve ficar em 6,8%, em comparação com 6,9% no mês anterior, enquanto o Índice de Preços ao Varejo (IPV) deve subir para 9,3% em relação a 9,0% anteriormente.

Decisão de juros do Fed

Quarta-feira, 20 de setembro 

Os números fortes de inflação e a surpreendente força de setores-chave da economia americana alimentaram especulações de que o ciclo de aperto do banco central do país pode não ter terminado.

Embora não haja expectativa de mudanças na política do Fed, os investidores ficarão de olho em pistas para a reunião seguinte do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), responsável pela política monetária. Se houver uma forte inclinação para um último aumento de juros antes do fim do ano, o dólar deve ser beneficiado no curto prazo.

Portanto, fique atento ao comunicado e às projeções dos dirigentes do Fed, e acompanhe a coletiva de imprensa de Jerome Powell, presidente do Fed, após o anúncio. 

O Fed pode sinalizar mais um aumento de juros no fim do ano, em vista de um processo de desinflação mais lento, devido ao consumo mais forte nos EUA e expectativas de inflação mais altas. 

Com isso, a instituição pode revisar para cima a mediana das projeções de 2024, a fim de apontar para menos cortes nas taxas do que os 100 pontos-base previstos anteriormente. Se isso acontecer, desencorajaria apostas de baixa no dólar, mantendo pressão sobre o GBP/USD.

Não há indicadores de dados importantes nos EUA que possam impactar a convicção do Fed até sua reunião de política desta semana. Os dados de confiança do consumidor de Michigan na sexta-feira revelaram que o sentimento do consumidor mudou pouco em setembro, mas as expectativas para a economia e a inflação melhoraram, com expectativas de inflação para um ano à frente caindo para 3,1%. 

Na quinta-feira, vimos as vendas no comércio de agosto superarem as expectativas (+0,6% ao mês), embora tenham sido impulsionadas principalmente pelas vendas de combustíveis. 

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) também ficou mais alto do que o esperado, e os pedidos de seguro-desemprego caíram ligeiramente após a grande queda da semana passada, aumentando o otimismo de que um pouso duro será evitado.

Decisão de juros do Banco da Inglaterra 

Quinta-feira, 21 de setembro

A recente desvalorização da libra esterlina reflete a diminuição das apostas positivas dos investidores no Banco da Inglaterra, graças aos dados do Reino Unido mais fracos do que o esperado. 

Na semana passada, foi o Produto Interno Bruto (PIB) que decepcionou, acendendo o alerta de recessão. Mas o crescimento salarial continua forte, o que indica um aumento no consumo. Isso é algo que preocupa o Comitê de Política Monetária (CPM) em relação aos riscos de a espiral preço-salário fugir do controle?

O Banco da Inglaterra terá conhecimento dos dados mais recentes do IPC que serão divulgados no dia anterior à decisão da taxa. Dado que os economistas esperam um aumento do IPC em relação ao mês anterior, é improvável que desestimule o CPM a votar por mais um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa básica, elevando-a para 5,50%.

Mas será que esse será o pico de juros? Os analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS) pensam que sim. Eles agora esperam que o Banco da Inglaterra faça uma pausa em novembro, abandonando sua visão anterior de que o banco central inglês faria outro aumento. Isso ocorre porque eles “veem uma maior probabilidade de que as pressões sequenciais de salários e preços tenham arrefecido o suficiente para permitir que o CPM faça uma pausa, dada sua preferência por um pico mais plano.”

O Goldman Sachs não está sozinho em reduzir drasticamente as expectativas de aperto futuro. Os investidores também parecem ter tomado sua decisão. Dados mais fracos do Reino Unido fizeram com que os investidores reajustassem para baixo suas expectativas de aumento de juros. Cerca de 0,75 ponto percentual de aumento foram precificados há cerca de um mês. Agora, o mercado espera cerca de 0,35 ponto percentual até o limite. Isso significa que há uma boa chance de o Banco da Inglaterra fazer um último aumento de 0,25 ponto percentual na quinta-feira, como o Banco Central Europeu (BCE) sinalizou na semana passada.

Vamos ver se os dirigentes do Banco da Inglaterra concordarão com essa visão ao retirar a importante frase do comunicado anterior: “Se houver evidência de pressões mais persistentes, será necessária uma maior flexibilização da política monetária”.

Se o Banco da Inglaterra deixar claro que estamos no pico, assim como o BCE fez na semana passada, ao sugerir, por exemplo, que as taxas estão “suficientemente restritivas,” quem deve sair prejudicada é a libra esterlina. Pelo menos é o que espero e, por isso, acredito que o GBP/USD deve se encaminhar para a faixa inferior de 1,20 a partir de agora.

GBP/USD mira faixa inferior de 1,20 

Refletindo a movimentação de preços do euro contra o dólar (EUR/USD), o GBP/USD também caiu na quinta-feira, antes de aprofundar a queda na sexta. 

No início desta semana, vemos uma pequena recuperação em meio à realização de lucros antes dos principais eventos macroeconômicos desta semana. 

Mas o dano técnico já está feito, com as taxas fechando abaixo da média móvel de 200 dias na quinta e sexta-feira. Portanto, esteja atento a uma nova fraqueza no “cable”, à medida que o par testa a resistência-chave por volta de 1.2400 (com algumas variações), que anteriormente atuava como suporte. 

Assim como o EUR/USD, o GBP/USD pode perder a mínima formada em maio em 1,2308, abaixo da qual não há muitos pontos de referência óbvios, exceto pelas cifras inteiras como 1,22, 1,21 e possivelmente até 1,20 a seguir. 

Dado o impulso crescente de baixa, os compradores devem aguardar o surgimento de um padrão de reversão antes de procurar eventuais entradas.

GBP/USD diário

Fonte: TradingView.com

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