Os preços do milho estão caindo com força na região de Campinas (SP). Em sete dias, o recuo foi de expressivos 15,7%, ou de 7,98 reais/saca, com o Indicador ESALQ/BM&FBovespa voltando para a casa dos R$ 42/saca de 60 kg – na sexta-feira, 24, fechou a R$ 42,64/saca de 60 kg. As quedas da última semana foram as mais intensas de toda a série histórica deste Indicador, iniciada em 2004.
Segundo pesquisadores do Cepea, esse expressivo movimento de baixa está atrelado ao avanço da colheita da segunda safra e ao forte recuo de compradores, que, agora, têm momento oportuno para reequilibrar suas contas, depois de consecutivos meses de alta nas cotações.
Os valores do cereal ainda devem seguir em ajuste nas próximas semanas. Por um lado, há espaço para que compradores sigam pressionando os valores, principalmente quando se considera a paridade de exportação. Por outro lado, muitos vendedores resistem em negociar nos atuais valores, à espera de retorno da sustentação, fundamentados na expectativa de aumento das exportações no segundo semestre.
SOJA: Com queda do dólar, vendedor se retrai e preço cai no BR
Os valores da soja em grão e dos derivados caíram no Brasil na última semana, pressionados pela desvalorização do dólar frente ao Real. Esse cenário afastou vendedores do mercado, que apostam em recuperação das cotações nos próximos meses, fundamentados nos baixos estoques das indústrias, no elevado volume de soja já comprometido e nas exportações em ritmo acelerado neste ano. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, recuou 4,65% entre 17 e 24 de junho, a R$ 87,84/saca 60 kg na sexta-feira, 24.
O Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&FBovespa, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no porto de Paranaguá (PR), teve queda de 4,25% no mesmo período, fechando a R$ 92,66/saca de 60 kg no dia 24. Pesquisadores do Cepea indicam que é comum que sojicultores domésticos segurem as vendas neste período do ano, já que muitos não têm necessidade de “fazer caixa”. Vendedores estão atentos ao desenvolvimento das lavouras norte-americanas, já que o Brasil é o maior exportador de soja em grão do mundo e qualquer mudança climática nos Estados Unidos, maior concorrente brasileiro, pode gerar grande impacto nos preços mundiais e domésticos.
MANDIOCA: Cotações sobem com demanda elevada e baixa oferta
As cotações da mandioca subiram pela quarta semana consecutiva nas regiões acompanhadas pelo Cepea. Com clima favorável, agricultores continuaram postergando a colheita e priorizando o plantio da safra 2016/17 na última semana, diminuindo, assim, a oferta da raiz para as indústrias de fécula e de farinha. A demanda, por sua vez, continuou firme no mesmo período, influenciada pela melhora nos mercados de derivados.
Nesse cenário, entre 20 e 24 de junho, o valor médio a prazo da tonelada da raiz posta fecularia foi de R$ 313,61 (R$ 0,5454 por grama de amido na balança hidrostática de 5kg), aumento de 4,2% frente à média anterior. Em quatro semanas, a média acumulou alta de 10%.
Agricultores acreditam que o plantio deve continuar sendo prioridade nos próximos meses, mesmo com menor área plantada. Deste modo, a oferta deve continuar abaixo da demanda industrial, mantendo, assim, os preços em patamares ainda elevados