Tudo em casa...
Depois de uma pausa pontual na semana passada, voltamos à ingrata dinâmica de deterioração das expectativas para a economia...
Relatório Focus brindou a ponte de feriado com piora na projeção dos agentes para o crescimento do PIB (-1,03%) e para a inflação (8,23%).
Estouraremos o teto da meta de inflação este ano, o que obriga Tombini (Banco Central) a enviar uma carta aberta a Levy (Fazenda) explicando as causas do infortúnio...
Veremos a que ponto chega a real autonomia do Bacen no nível de constrangimento, ou no rigor explicativo, dessa carta.
A meta é a meta, ou a meta é o teto da meta?
Um governo Maduro
Além do feriado de Tiradentes, e do retorno da deterioração das expectativas econômicas, “brindamos” dois anos de governo Nicolás Maduro na Venezuela...
Nesse meio tempo:
- inflação de 68% (contra 20% no início do mandato)
- escassez crônica de produtos básicos
- plano de racionamento em Caracas de 3 dias por semana sem água
- PDVSA, estatal petrolífera, entregando metade do que era sua meta de produção para este ano
- tornou-se o segundo país mais violento do mundo, atrás somente de Honduras em número de homicídios
#VoltaChávez?
Diga-me quanto pagas (de juros), e lhe direi quem és
Vejamos o gráfico de juros dos títulos gregos de três anos...
Estão pagando o patamar de 27%, níveis semelhantes àqueles observados em 2012, no auge da crise dos PIGS.
É um sinal de que os credores estão, nestes termos, dando um voto de confiança à economia grega?
Pelo contrário. É um sinal inequívoco de risco de calote e da provável retirada da Grécia da Zona do Euro.
Aguardando (para esta semana) cenas derradeiras da tragédia grega...
O gato subiu no telhado.
Mais um paradoxo
Mais uma para a coleção de paradoxos da petroleira que tem prejuízo com a alta do petróleo...
A empresa com plano de enxugar a estrutura, reduzir de tamanho, o está fazendo via aumento de alanvacagem e tomada de mais dívida.
Segundo noticiário desta segunda, Petro negocia empréstimo mais US$ 12,5 bilhões junto a BB, Caixa, Bradesco e Standard & Chartered...
Ou seja, a empresa com a maior dívida corporativa do mundo está emitindo dívida (muita dívida) para pagar a dívida.
Meio trilhão de reais
“Ahh, mas a companhia está conseguindo emprestar dinheiro, e isso é um selo de confiança.”
Banco não empresta por confiança na empresa, ou por filantropia, mas, sim, pois ganha com isso. Somente estão emprestando, porque a estatal está aceitando os termos, que, naturalmente, incorporaram os riscos do negócio. E provavelmente, envolvem garantias da União.
Petrobras está encurralada. Precisa pagar uma dívida que, atualizada à disparada do dólar, se aproxima de meio trilhão de reais, mas queima caixa recorrentemente.
Os empréstimos até podem adiar o aumento de capital para 2016, mas estão longe de resolver a questão.
Assim como a divulgação dos resultados atrasados...
Vejamos o que a agência S&P, quem em tese existe para dar “selo de confiança” disse sobre o evento:
“Se os resultados não forem liberados, certamente teremos outra discussão [sobre o rating]. Mas a simples divulgação não significa que eles receberão a perspectiva estável [de negativa], porque a perspectiva trata de pressões de médio prazo sobre a alavancagem, sobre o ambiente internacional de preços”.