Mercado Americano Está Sendo Tolerante e Segura “Stress”

Publicado 16.10.2013, 14:12

Ontem, a moeda americana apresentou volatilidade moderada com a alternância expressando o sentimento de piora ou melhora do momento em torno da solução política da questão do teto do endividamento dos Estados Unidos.

Conteve o ímpeto de assumir uma situação de “stress” que pudesse desencadear movimentos mais bruscos, como um “sell off” no mercado acionário e nesta esteira afetando todos os demais ativos, inclusive o comportamento paritário do dólar.

As bolsas americanas fecharam em baixa.

Hoje, véspera do dia em que se presume seja atingido o teto do endividamento americano, as bolsas americanas sinalizam tendência de alta nos indicadores futuros, enquanto o Dollar Index evidencia queda de 0,22%, com os T-Bills de 10 anos sugerindo queda com abertura das taxas de juros “yield” em torno de 2,72%.

O mercado americano continua acreditando que um acordo, mesmo que provisório e frágil, seja alcançado antes da ocorrência do pior, mas esta quarta-feira poderá ser um dia atribulado, que pode envolver volatilidade mais intensa caso os entendimentos entre democratas e republicanos sinalizem possibilidade de colapso.

Ontem, a agência Fitch de classificação de riscos colocou a sua classificação AAA dos Estados Unidos em “avaliação negativa” e destacou que é possível um rebaixamento. A agência destacou que o impasse político relacionado a um acordo para restabelecer a funcionalidade do governo e elevar o teto da dívida prejudicou a confiança na política econômica norte americana.

O aumento da tensão em torno da indefinição em torno de um acordo que permita superar o problema poderá ser o indutor do mercado ao “stress”.

Enquanto isto no Brasil, o dólar cai mesmo com o tamanho da necessidade efetiva que o país tem de atrair capitais estrangeiros para complementariedade do financiamento do expressivo déficit em transações correntes que registra este ano. Este fator por si só seria determinante de um preço da moeda americana mais elevado no momento, provavelmente mais perto de R$ 2,25, ou seja, esta algo como 3% fora do ponto de equilíbrio atualmente.

A necessidade do Brasil por divisas é real, enquanto a perspectiva de que fluxos possam advir de forma mais intensa pós-superação do embate político em torno do teto do endividamento e da definição por parte do FED de que mudanças no programa de incentivo monetário só ocorrerão no próximo ano seja uma perspectiva, uma esperança.

Mas, o preço do dólar no país está se prestando a proteger vários fatores no curto prazo.

Bancos estão operando com “posições vendidas” tanto no mercado à vista, onde estão substituindo o BC na geração de liquidez a partir do lastro com linhas de financiamentos concedidas pela autoridade monetária. E segundo os dados da semana passada já atingem US$ 8,0 Bi.

A Petrobrás poderá valer-se deste período de real apreciado para mitigar seus prejuízos com perda cambial e preços contidos no mercado interno numa ação pró- contenção das pressões inflacionárias.

E o governo pode se valer também deste cenário para atenuar as pressões do preço do dólar sobre os indicadores inflacionários, focando deixar o IPCA “dentro da meta” um pouco abaixo de 6% ao final do ano.

Quando se fala em insuficiência de fluxos, etc., sempre pode ser aventada para tranquilizar que o país detém reservas cambiais suficientes. Mas, em são consciência, quem acredita que estaria disposto a utilizá-las, visto que seria uma demonstração clara e incontestável da insuficiência de fluxos e isto teria repercussões imediatas no preço da moeda americana, afora ruídos.

Este é um ambiente que potencializa riscos de variação cambial brusca e expressiva, seja no curtíssimo prazo se o mercado americano for ao “stress” ou no curto prazo se os fluxos, mesmo com a superação do impasse politico presente nos Estados Unidos e até com a confirmação de que o FED protelará o início do desmonte do seu programa, não se confirmarem em volume satisfatório.


O normal seria a taxa cambial estar mais elevada neste momento face ao contexto Brasil e incertezas externas, sendo o real discretamente apreciado na medida em que fossem se confirmando os fluxos de recursos que se vislumbram como perspectiva.


Há efetivamente com que nos preocuparmos com o cenário cambial brasileiro, visto que a questão da redução/término do programa de incentivo monetário do FED continuará sobre a mesa, e o eventual retardamento deste ano para o próximo poderá afetar o “timing e intensidade” do desmonte, e isto afetará o Brasil.

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