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Mercado Sofre com Expectativa de Políticas Monetárias mais Sustentáveis

Publicado 09.09.2016, 15:33
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REF!

O título desta nota é uma das mensagens de erro que o Excel apresenta quando o usuário faz alguma bobagem - tipicamente, alguma gambiarra para que a planilha funcione de um jeito para o qual ela não foi originalmente concebida. É , para mim, o mais temido dos erros: difícil de localizar a origem, via de regra ele se espalha pela planilha como gafanhotos em uma lavoura. Às vezes é melhor desistir e recomeçar o trabalho do zero. Temos uma teoria macroeconômica razoavelmente bem desenvolvida para determinados intervalos de parâmetros. Um exemplo de terreno praticamente desconhecido é o reino das taxas negativas de juros por onde parte do mundo vaga neste momento. Imagino com quantos REFs os quadros técnicos das autoridades monetárias do primeiro mundo - especialmente do Velho Continente - se depararam ao longo dos últimos anos. Imagino também o ceticismo que guardam com relação aos resultados de suas próprias análises, sabendo dos "ajustes" que se fizeram necessários aos modelos para que continuassem cuspindo valores inteligíveis... ...e imagino como será desfazer tudo isso. Lembrando que, no caso concreto, jogar tudo fora e recomeçar do zero simplesmente não é uma opção.

Desatando o nó

É diante da sinalização do retorno ao mundo dos parâmetros macroeconômicos normais na Europa que os mercados mundiais reagem hoje. Pela primeira vez em meses, os yields dos títulos alemães de 10 anos saem do campo negativo e pagam... zero. Para 30 anos, 0,60 por cento. Do outro lado do Atlântico, mais um presidente regional do Fed se une ao discurso de Fischer: Rosengren, tradicionalmente portador de uma voz dócil, alerta para a necessidade de elevação de juros por lá. É para dezembro, continuo pensando. A sensação de que caminharemos, em breve, para políticas monetárias mais sustentáveis, traz ao mercado uma boa dose de sofrimento antecipado. Com maior aversão a risco, dólar se valoriza contra moedas de emergentes.

O rabo e o cachorro

Tudo isso se traduz em um dia de hemorragia no front brasileiro, com o noticiário local em segundo plano: um caro lembrete de que, do cachorro, nós somos o rabo. Dentre raras exceções, vejo papel e celulose - alternativa exportadora, posto que apostar em dólar com minério de ferro nesse momento não dá. Dos jornais daqui, depreendo que a má comunicação em torno das propostas de âmbito trabalhista que estão sendo consideradas pelo governo é munição grátis para a oposição, parlamentar e sindical. Não é a primeira ocasião - sequer a última, infelizmente - em que o governo Temer tropeça: parecem ignorar que, diante de qualquer ponto mal esclarecido, adotarão os detratores (e grande parte da imprensa) a pior interpretação possível. Aí têm de sair a corrigi-los, aceitando para tanto a pecha de que o governo vive dizendo e desdizendo coisas. É perde-perde sempre.

Uns choram, outros vendem lenços

Enquanto a narrativa jornalística local segue sugerindo que o impeachment pouco mudou a percepção dos investidores estrangeiros com relação ao país, o CDS de nossa dívida soberana conta outra história:

Empresas brasileiras se lançam a captar dívida no exterior: Minerva (SA:BEEF3), BRF (SA:BRFS3) e JSL estão na praça. Meses atrás, operações assim seriam absolutamente inviáveis. Como é possível, ainda assim, sugerir que nossa situação não está melhor?

Vai ter gritaria, vai ter tumulto, vai ter gás lacrimogêneo e batalha de narrativa - porque essa é a maneira deles de protestar (e o Paradoxo da Tolerância de Popper manda lembranças). Mas sigo convencido de que estamos, sim, caminhando rumo a um país normal.

Prepare-se, chegando na frente

E é preciso se preparar para esse novo país. Tempos atrás, minha noção de "preparação para o Brasil" consistia em montar uma Bug Out Bag - mochila de fuga com itens de sobrevivência que se popularizou nos EUA ao longo de anos recentes. Hoje, minha visão não poderia ser mais diferente: este é o lugar para se estar.

O que temos agora, em meio ao cenário externo conturbado e impasses internos, é precisamente o contrário: a oportunidade de chegar primeiro e escolher As Melhores Ações da Bolsa antes que o resto do mundo se convença de que as chances de o país dar certo agora são exponencialmente maiores do que as de sofrermos um novo retrocesso.

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