A Meta Platforms (NASDAQ:META) está promovendo uma das maiores ofensivas do setor de tecnologia no campo da inteligência artificial. Segundo o CEO, Mark Zuckerberg, a empresa pretende investir até US$ 65 bilhões apenas em infraestrutura de IA ao longo de 2025, conforme anunciado no início do ano.
A estratégia da companhia inclui aquisições de grande porte, como a compra da Scale AI por US$ 14,3 bilhões, tentativas de atrair talentos de alto nível da concorrência e projetos ambiciosos para desenvolver inteligência artificial geral (AGI).
Esses movimentos indicam claramente a intenção da Meta de disputar a liderança global em IA, posicionando-se como uma das principais forças na corrida tecnológica que deve moldar a próxima década.
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Meta acelera aquisições e forma equipe exclusiva para IA
O aporte de US$ 14,3 bilhões na Scale AI representa apenas uma fração do plano mais amplo de Zuckerberg. Com a transação, a Meta adquiriu 49% da empresa especializada em preparação de dados e integrou diretamente seu fundador, Alexandr Wang, ao time da companhia. A decisão reflete o entendimento estratégico de que dados de alta qualidade são fundamentais para o desempenho de modelos avançados de IA.
Além da Scale AI, a Meta vem atuando de forma agressiva na aquisição de outras startups de IA e na formação de um time de elite. Segundo reportagens, a empresa tentou comprar a startup Safe Superintelligence, avaliada em US$ 32 bilhões e liderada por Ilya Sutskever, ex-cientista-chefe da OpenAI, proposta que foi recusada.
A Meta também estaria em negociações avançadas para adquirir parte de um fundo de capital de risco em IA comandado por Nat Friedman (ex-CEO do GitHub) e Daniel Gross (cofundador da Safe Superintelligence), em uma operação estimada em mais de US$ 1 bilhão.
A estratégia de recrutamento também inclui abordagens diretas a profissionais-chave. O CEO da OpenAI, Sam Altman, chegou a acusar publicamente a Meta de oferecer bônus de US$ 100 milhões para atrair funcionários estratégicos. Essas ações fazem parte de um esforço liderado pelo próprio Zuckerberg, que está pessoalmente envolvido na formação de uma equipe de 50 especialistas dedicados ao desenvolvimento de inteligência artificial geral.
Os aportes da Meta ocorrem em um momento em que infraestrutura e talentos em IA se tornam cada vez mais escassos e caros. Ao garantir acesso antecipado a esses recursos, a empresa se prepara para competir diretamente com players como OpenAI, Google (NASDAQ:GOOG) e outros líderes do setor, evitando a dependência de parcerias ou soluções terceirizadas.
Por que a Meta está disposta a apostar tudo na IA
A disposição da Meta de alocar até US$ 65 bilhões em IA no próximo ano decorre de uma combinação de vantagens competitivas e condições de mercado favoráveis.
A empresa gera fluxo de caixa elevado com suas plataformas sociais, o que lhe dá base financeira sólida para assumir riscos que outras companhias não conseguem. Com margem de lucro de 39,11% e lucro líquido de US$ 66,64 bilhões, a Meta tem capacidade para bancar investimentos de longo prazo em tecnologias emergentes.
Seus modelos de IA Llama, oferecidos como código aberto, já consolidaram a empresa como um dos principais nomes do setor. A estratégia de acesso gratuito para consumidores e negócios amplia a adoção do ecossistema e reduz a dependência de fornecedores externos, criando vantagens competitivas sustentáveis.
Zuckerberg demonstrou insatisfação com o desempenho do modelo Llama 4 e, em vez de buscar avanços incrementais, vem pressionando por saltos tecnológicos capazes de ultrapassar os líderes atuais.
A construção de um data center de 2 gigawatts, com capacidade equivalente a uma parte significativa de Manhattan, mostra a escala computacional que a Meta considera necessária para atingir seus objetivos.
Os investimentos em IA também seguem tendências mais amplas de infraestrutura. Após o anúncio do governo Trump sobre o Stargate, programa de US$ 500 bilhões voltado à expansão da infraestrutura tecnológica dos EUA, a Meta se posiciona como peça central nesse movimento, com potencial para se beneficiar de parcerias e contratos governamentais futuros.
Ações da Meta refletem confiança do mercado na estratégia de IA
O desempenho das ações da Meta acompanha a crescente aposta em inteligência artificial. Os papéis acumulam alta de 39,77% nos últimos 12 meses e 327,25% em três anos. Negociadas a US$ 695,77, com valor de mercado de US$ 1,75 trilhão, as ações indicam que o mercado está precificando expectativas robustas de crescimento impulsionado por IA.
Os fundamentos da empresa reforçam essa leitura: o P/L projetado de 27,47 sinaliza avaliação compatível com o ritmo de expansão esperado. A posição de caixa de US$ 70,23 bilhões assegura liquidez para novos investimentos, enquanto o baixo índice de endividamento (26,76%) garante flexibilidade financeira que muitos concorrentes não têm.
Além disso, a diversificação de receita para áreas como serviços de IA, realidade virtual e soluções corporativas reduz a dependência da publicidade digital, principal fonte de receita até então. Com estimativas de analistas variando de US$ 466 a US$ 935, o papel ainda oferece potencial de valorização caso a estratégia de IA se concretize.
Por outro lado, investidores devem considerar os riscos envolvidos. A alocação de US$ 65 bilhões representa uma aposta elevada em uma tecnologia em estágio de maturação incerto. E a competição com gigantes como OpenAI e Google segue acirrada.
O sucesso da Meta dependerá da capacidade de transformar esses aportes em soluções líderes de mercado e geração consistente de receita.
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