Garanta 40% de desconto
💎 WSM subiu +52.1% desde que foi selecionada por nossa estratégia de IA em dezembro. Acesse todas as açõesAssine agora

México Entra em Bear Market

Publicado 16.11.2017, 09:47
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Temido por investidores do mundo inteiro, o urso está de volta e desembarcou com fome na praça mexicana. Desde a recuperação ascendente de preços iniciada em 2016, o urso até tentou aparecer no México, aproveitando-se do temor criado pelo mercado em torno da candidatura de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, mas sem sucesso.

Seguindo o ambiente global extremamente positivo e de intensa busca por ativos de risco, a praça mexicana entrou em 2017 dentro de um forte rali, dando sequência à trajetória iniciada em 2016. Os investidores locais (e estrangeiros que compraram México este ano), pouco se importavam com a agenda de Trump para negociação do Nafta (bloco econômico formado por Estados Unidos, Canadá e México).

Atualmente, o maior parceiro comercial do México são os Estados Unidos, disparado. Essa ficha parece enfim ter caído no mercado. Conforme alerta de Wilbur Ross, Secretário de Comércio dos Estados Unidos, o fim do Nafta seria especialmente devastador para o México. Obviamente os Estados Unidos também seriam prejudicados, mas em menor intensidade. A visão da Casa Branca é a de que não conseguir um acordo é melhor do que ter um acordo ruim.

Um sinal de que a agenda de negociação não está avançando é o fato de os principais ministros dos Estados Unidos, Canadá e México, com autoridade sobre o Nafta, não estarem presentes na quinta rodada de discussões que ocorre nesta semana na Cidade do México. Apenas grupos de negociação de nível inferior se reunirão a partir desta sexta-feira.

As autoridades de alto nível destes três países se encontraram anteriormente na cúpula dos líderes da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), realizada no Vietnã. O encontro possivelmente não superou o desgaste acumulado no passado, que ficou nítido quando as autoridades norte-americanas relataram desapontamento com as discussões.

Os Estados Unidos querem firmar um novo pacto até março de 2018 e entre suas principais exigências estão o aumento da cota de produtos fabricados no país, principalmente para o setor automotivo, melhores leis trabalhistas no México, mudanças no processo de resolução de disputas e uma cláusula de caducidade que poderia forçar a renovação do acordo a cada cinco anos, ou suspendê-lo caso ao menos um dos membros não desejasse estendê-lo por mais 5 anos.

Apesar de o FMI (Fundo Monetário Internacional) ter ratificado neste mês que a economia do México segue resiliente, principalmente pela redução do déficit (pouco inferior a 50% do PIB) e melhora na regulamentação financeira, o urso está rugindo alto na praça mexicana.

Atualmente, a bolsa do México é negociada aos 203,94 pontos, acumulando mais de 20% de queda desde pico registrado em julho deste ano, aos 255,83 pontos. Normalmente, analisas e investidores consideram mercado em ciclo bear quando a queda ultrapassa os 20% desde o último topo. Já mercados em ciclo bull são considerados quando a valorização ultrapassa 20% desde o último fundo.

O temor com a negociação do Nafta não é o único motivo que pode explicar a virada para bear market no México. A inflação local está em 6,37%, muito acima da meta de 3% a ser perseguida e o Banxico (Banco Central mexicano) não subiu a taxa básica de juros na última reunião de Comitê, atualmente em 7%.

O Banxico quer apostar num cenário de recuo da inflação no futuro, embora as condições atuais não estejam jogando a favor. Nós brasileiros conhecemos bem os perigos dessa estratégia. A taxa de juros do título da dívida soberana do governo mexicano, com vencimento em 10 anos, disparou de 6,70% no final de junho para 7,37%.

México 10Y

A moeda local também está levando um baile. O peso mexicano saiu dos 17,44 dólares em julho deste ano para 19,23 dólares. Agenda externa complexa, inflação alta, juros futuros disparando e câmbio derretendo não combinam com autoridade monetária sem ação.

Não por acaso, ou injustiça, o urso apareceu no México. A bolsa local acumula 12 semanas seguidas de queda, num movimento bastante atípico e que chama atenção do mercado, pois é a primeira praça financeira relevante a entrar em bear market desde 2016, abrindo possibilidade de contaminação para outras praças consideradas esticadas por alguns analistas.

Índice México Arca

Ainda não é possível afirmar se o sell-off no México tende a ser um evento local, mas o fato é que outras economias, principalmente as emergentes, incluindo o grupo dos cinco frágeis, estão começando a ver suas moedas serem depreciadas em relação ao dólar, taxas de juros futuros (referência títulos de 10 anos) subindo e bolsas cedendo.

O mesmo urso que bebe tequila também pode apreciar uma vodka, caipirinha, entre outras “bebidas”, ou não. Ao investidor brasileiro, cabe o velho conselho de não creditar peso relevante aos acontecimentos do nosso circo doméstico, como tem feito a mídia local, pois, antes de tudo, somos dependentes do cenário externo.

Últimos comentários

A dissolução do Nafta, ou um acordo onde o maior beneficiado seria os EUA seria ruim para a economia Mexicana e consequentemente para o mercado mundial.
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.