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Milho: Menor Disponibilidade Interna Levou Preço a Patamar Recorde em 2021

Publicado 20.01.2022, 13:20
ZC
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Os preços do milho atingiram patamares recordes no mercado brasileiro ao longo de 2021. O impulso veio dos baixos estoques da safra 2019/20 e sobretudo de preocupações com os impactos do clima sobre a semeadura e o desenvolvimento da safra 2020/21. Em termos globais, a produção foi menor.

Na primeira safra, a produtividade foi limitada pela estiagem durante o desenvolvimento das lavouras, principalmente no Sul do País. Segundo dados da Conab, a área de milho na primeira safra 2020/21 aumentou 2,6%, mas a produtividade caiu 6,2%, resultando em produção de 24,7 milhões de toneladas, 3,8% inferior à da temporada anterior. Esse cenário, atrelado aos menores estoques de passagem, elevou os preços do cereal nos dois primeiros meses de 2021. 

Ainda no primeiro trimestre, uma parte relevante da semeadura do milho da segunda safra foi concluída fora da janela considerada ideal. Com o atraso das atividades de campo e o agravamento da estiagem, começou a ganhar força a perspectiva de menor oferta no segundo semestre, ambiente que sustentou o movimento de alta nas cotações domésticas até maio, mês em que a média atingiu R$ 100,72/saca de 60 kg, recorde nominal da série histórica do Cepea. Já em junho, a proximidade da colheita pressionou os valores do cereal.

No balanço do primeiro semestre (entre 30 de dezembro/20 e 30 de junho/21), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas –SP) avançou 14%. A média no primeiro semestre, de R$ 91,71/saca de 60 kg, ficou 76,8% acima da do mesmo período de 2020, em termos nominais.

No início do segundo semestre, geadas registradas no Centro-Sul do País – sobretudo no Paraná e em Mato Grosso do Sul – comprometeram ainda mais a produtividade das lavouras de segunda safra, que, vale lembrar, já estavam prejudicadas devido à estiagem e ao atraso na semeadura. Atentos a esse cenário, vendedores se afastaram do spot nacional, mesmo em pleno período de colheita, e os preços do milho voltaram a subir em julho e agosto. 

De fato, o clima comprometeu o desenvolvimento do milho de segunda safra. Foram colhidas 60,74 milhões de toneladas de milho, quantidade 19% inferior à da temporada anterior. Segundo a Conab, em termos nacionais, a área semeada cresceu 9%, mas a produtividade caiu 26%. Para terceira safra, a produção foi de 1,56 milhão de toneladas, queda de 15% frente à de 2019/20. 

No agregado (considerando-se as três safras), a produção brasileira totalizou 87,05 milhões de toneladas, 15% abaixo da de 2019/20. Se somada a produção total com o estoque inicial (de 10,6 milhões de toneladas) e com a importação (prevista em 2,3 milhões toneladas), a disponibilidade total da safra 2020/21 é estimada em 100,35 milhões de toneladas. O consumo interno ficou em 72,33 milhões de toneladas, gerando excedente exportável de 28 milhões de toneladas, o menor desde a safra 2015/16 – dados da Conab.

A quebra na produção da segunda safra aliada e o alto preço doméstico, por sua vez, fizeram com que vendedores priorizassem o consumo interno, em detrimento das exportações. Na parcial da safra 2020/21 (de fevereiro/21 a dezembro/21), as exportações brasileiras somaram apenas 18,15 milhões de toneladas, volume 46% inferior ao do mesmo período da temporada passada, de acordo com dados da Secex.

Já entre setembro e novembro, os valores do milho recuaram, influenciados pela retração de compradores, pelo avanço da colheita da segunda safra, pela redução das exportações e pela semeadura da temporada de verão 2021/22 em condições favoráveis. Em dezembro, por outro lado, a disponibilidade enxuta e o clima seco afastaram vendedores do spot, voltando a sustentar os preços domésticos. 

No balanço do segundo semestre de 2021, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa subiu 0,87%, com média do período a R$ 91,95/saca de 60 kg, 40,7% superior à de julho a dezembro de 2020, em termos nominais.

Caso as estimativas da Conab se concretizem, as exportações brasileiras na temporada 2020/21 (fevereiro/21 a janeiro/22) devem somar 19,2 milhões de toneladas. Os estoques finais, em janeiro/22, podem atingir 8,8 milhões de toneladas, 25,3% abaixo da média das últimas três safras e o menor volume desde a safra 2016/17. Com isso, a temporada 2020/21 deve terminar com a disponibilidade inferior à das últimas safras.

Em termos mundiais, a produção na safra 2020/21 é estimada em 1,12 bilhão de toneladas, quantidade 0,28% acima da anterior, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Entre os três maiores produtores, Estados Unidos, China e Brasil, houve aumento na produção apenas para o primeiro, de 3,6%. Já para China e Brasil, as quedas foram de 0,04% e 14,7%, com respectivas produções de 260 milhões de toneladas e de 87 milhões de toneladas.

O consumo da temporada foi estimado pelo USDA em 1,14 bilhão de toneladas, redução de 0,17% em relação à anterior. Com a queda na produção mundial e no consumo, os estoques finais caíram 4,4%, estimados em 292,68 milhões de toneladas. Esse ambiente apresenta a relação estoque/consumo de 25,6%, contribuindo para a sustentação dos preços. As transações internacionais são estimadas em 186,47 milhões de toneladas, aumento de 11% em relação às da temporada anterior. Os Estados Unidos seguem como principal exportador mundial do cereal, seguidos por Argentina, Brasil e Ucrânia.

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