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Milho: vento que venta aqui

Publicado 01.02.2024, 17:19


O início de 2024 foi agitado no mercado do milho. Agitação essa que esteve mais presente no mercado futuro do que no mercado físico em janeiro.

Passado a virada do ano, aqueles produtores que possuíam algum estoque e estavam limitando as negociações por questões fiscais, com a queda da soja, aproveitaram para vender algum volume de milho para recompor o caixa entre meados de jan/24. Isto explica porque os negócios nas principais praças produtoras do cereal foram pontuais e espaçados. Figura 1.

Preço do milho em R$/sc, à vista, CIF, na região de Campinas-SP, desde jan/23.


Junto com esse movimento e após semanas severas de seca/chuvas irregulares em praticamente todo Brasil de nov/23 até jan/24 surgiu a narrativa de que a quebra da produção de milho do Brasil em 2023/2024 seria compensada com aumentos da produção dos Estados Unidos e da Argentina.

O que vale ser repensado.

Em números

É louvável a pesquisa de levantamentos de safra em nosso país. Com extensão territorial de quase um continente não é um trabalho fácil e merece prestígio.

O ponto é que grandes entidades ou as mais “tradicionais” mostram uma foto do retrovisor de um carro que anda tão rápido quanto os mercados. O que quero dizer é que o atraso entre a divulgação dos dados e a captação da perda da qualidade de uma planta é grande e muitas vezes isso gera uma “miopia” de quem se baseia em números.

Neste sentido, a Datagro e a EarthDaily Crop têm limpado o para-brisa de maneira eficiente, aliando estimativas de mercado com a qualidade das lavouras ao longo do tempo. É óbvio que estimativas têm variações, mas se ajustadas com frequência geram menos susto.

A Datagro em um ajuste mais recente cortou a estimativa da produção total brasileira de 117,36 milhões para 116,3 milhões. Este montante representa uma quebra de produção de 14,8% frente a temporada anterior.

Já a Earth Daily Agro, tem seus números baseados no NDVI (Normalized Difference Vegetation Index), que é um indicador do vigor da vegetação, que possui uma alta correlação com a produtividade. Figura 2.

Produtividade total do milho brasileiro em 23/24 em toneladas/hectare.


Segundo Felippe Reis, analista de safra da companhia, essa redução das estimativas de produtividade do milho entre 30-31-dez/23 e a primeira semana de 2024 está relacionada queda da umidade de solo no Paraná, principalmente. Ou seja, a seca e as altas temperaturas mudaram a visão do Paraná, enquanto no Rio Grande do Sul excesso de umidade e baixa radiação solar também colaboraram para a situação.

O vento que venta aqui, é o mesmo que venta lá

O que vale ser repensado é depositar essa compensação da Argentina após a deterioração das condições de temperatura dos últimos dias. Na linguagem do matuto é “contar com o ovo dentro da galinha”.

O Serviço Meteorológico Nacional da Argentina emitiu alertas vermelhos durante esta semana para todo país, mas destacou o Oeste argentino e o Norte da Patagônia para o calor extremo.

Modelo ICON/DWD de temperatura na Argetina (Metsul)


A formação de uma bolha de calor, também conhecida como “domo”, pode colocar em xeque as previsões de produtividades feitas no início de dezembro/23 naquele país.

Dado que uma situação relativamente mais branda já afetou algumas regiões do Brasil, como exemplificado no Paraná anteriormente. Vale a pena dar uma olhada na explicação técnica da Metsul ( https://metsul.com/domo-de-calor-extremo-na-argentina-trara-dias-muito-quentes/ ). Figura 3.

Conclusão

Para o pecuarista, granjeiro, indústria de alimentos e indústria de etanol, que consomem o cereal é muito importante olhar para o retrovisor, mas é mais vital olhar para para-brisa pensando em custos de matéria-prima e preservação da margem.

É prematuro pensar em compensação de produções com os eventos climáticos na Argentina e a safra-norte americana totalmente em aberto.

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