O cenário de elevação de juros nos Estados Unidos e também aqui, amanhã, que já prometiam deixar o mercado cauteloso nesta semana, se somou a dados piores que o esperado da indústria nos Estados Unidos, na Europa e, principalmente, na China, consolidando o ambiente de aversão a risco.
A perspectiva de maior agressividade no aperto monetário nos EUA dá força ao dólar.
Com receio de que a atividade global já cambaleante seja ainda mais prejudicada pelo ambiente de aperto monetário e pelos novos lockdowns na China, os investidores retiraram recursos de ativos de risco e enxugaram investimentos em emergentes como o Brasil.
Ontem depois de chegar a tocar na máxima R$5,0881, alta de 2,93%, o dólar à vista fechou em alta de 2,58%, a R$ 5,0712 na venda.
Por aqui mercado está considerando como certo o aumento de 1 ponto percentual na Selic, a 12,75%, mas ainda há dúvidas sobre quais serão os próximos passos sinalizados pela autarquia no comunicado.
Dado o cenário de inflação atual e o futuro muito desafiador, além da perspectiva estrutural de alta das commodities, acho que o Copom deixará a porta aberta para outra alta menor da Selic na reunião de junho.
As indicações do Copom sobre os rumos da Selic podem ter impacto significativo no preço do dólar, já que o nível dos juros afeta diretamente a atratividade da renda fixa doméstica.
Estamos vendo um contraste nas expectativas do mercado em relação aos próximos passos dos bancos centrais de Brasil e EUA, o que está jogando a favor do dólar, o Fed. está aparentando estar disposto a subir os juros além do que o mercado espera; já nosso BC parece tender a seguir o consenso do mercado. Por outro lado ainda existe uma tendência de dólar fraco (contra o real) nesse ano, que pode ser reforçada caso o BC seja forçado a ser mais agressivo que o previsto na elevação da Selic ou se a situação sanitária da China se resolva rapidamente.
Cuidado neste momento, investidor, para o vento mudar, basta um sopro! Para amanhã, a temida e aguardada super quarta! Boa sorte, pessoal!