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Não Oferta de Swaps Reversos pelo BC e Visão de Melhora de Fluxo Afeta o Dólar!

Publicado 23.10.2019, 10:54

Aprovação da Previdência? Reforma Tributária? Reforma Administrativa? Brexit, China-EUA? Crise política? Etc...

De tudo um pouco, mas acreditamos muito pouco, na nossa visão o antídoto da alerta das perspectivas postas pelo BC de melhora sensível no fluxo cambial num futuro próximo, a ponto de ter que comprar dólares do mercado, e uma visualização mais concreta desta possibilidade pelos “players”, impactou nos ânimos do mercado de câmbio brasileiro que apreciou o Real de forma mais contundente do que as demais emergentes frente ao dólar.

Não só isto, mas a ocorrência de uma melhora no fluxo cambial ou tão somente a interrupção da pressão de saída e perspectivas de recuperação do fluxo de forma contundente num momento próximo potencializaram a tendência de apreciação do Real com a ausência do BC no mercado com oferta de swaps cambiais reversos que anula o efeito da oferta no mercado à vista na formação do preço.

Não colocando swaps cambiais reversos deixou de ancorar o preço da moeda americana no mercado futuro um tanto quanto mais elevada do que seria razoável e que contamina o mercado à vista, neutralizando os efeitos da oferta no mercado à vista, que ontem também não realizou mas que se fortaleceu com a melhora das perspectivas de fluxo cambial num horizonte próximo.

É inegável que o preço da moeda americana está aviltado no nosso mercado, não se podendo atribuir que decorra da pressão da saída de recursos até porque o BC está suprindo-o com cobertura adequada e pontual com o respaldo de que o país detém considerável volume de reservas cambiais. No nosso entendimento, este quadro decorre da ancoragem do preço nos níveis atuais promovida pelo BC ao ofertar swaps cambiais reversos, que corresponde tecnicamente a um efeito compra no mercado futuro deste derivativo.

Ausente ontem do mercado o BC com sua intervenção diária, seja por desinteresse dos “players”, seja pelas condições negociais, o fato é que a ausência em especial da oferta de swaps cambiais reversos num ambiente em que o mercado à vista passa a considerar as perspectivas de melhora acentuada do fluxo cambial ou até por ter tido uma melhora pontual e um hiato na saída de recursos estrangeiros, não houve o suporte de ancoragem do preço e assim o preço da moeda americana cedeu forte.

Naturalmente, outras moedas emergentes se valorizaram ontem frente ao dólar, por fatores comuns, mas em percentual consideravelmente menor do que o Real, que teve fator adicional para sustentar o preço em apreciação.

Isto desfaz a ideia de que o BC esteja buscando estimular exportações (fluxo cambial é menor este ano US$ 23,0 Bi) e conter importações (fluxo cambial é igual ao do ano passado) com foco na retomada da atividade econômica a partir de inserções estratégicas no mercado de câmbio tendo como fato o preço da moeda? NÃO, se o BC não tivesse até então ancorando o preço com a intervenção no câmbio futuro com a oferta de swaps cambiais reversos certamente o preço da moeda americana, tendo em vista que sua atuação no mercado à vista atenuou a pressão total de demanda, estaria já com viés para abaixo de R$ 4,00 ou até menos, pois supriu o volume compatível com o déficit do fluxo.

Não deve fugir à percepção de que este movimento de aviltamento do preço da moeda americana, na nossa percepção, deve ir até o momento em que não transfira impactos do preço do dólar para os preços relativos da economia. O IGP já deu sinais e o IPCA-15 também inverteu a curva do mercado de juro ao vir acima das projeções, são ainda pequenos alertas, mas não podem ser desprezados.

Há incertezas no cenário presente quanto aos efeitos das alterações no juro, sendo certo no Brasil que o COPOM reduzirá a SELIC, mas não há tanta certeza assim sobre a decisão por parte do FED sobre o juro americano.

Este é um ponto que pode determinar um hiato momentâneo na decisão dos investidores estrangeiros que, ao invés de retornar seus capitais postos localmente em renda fixa podem transferi-los para renda variável, onde a participação tem sido cadente, movimento semelhante ao que vem sendo adotado pelos investidores nacionais e que tem dado certo alento a Bovespa.

A posição cambial líquida do país evidenciada pelo BC em seu relatório até o dia 11 de outubro sinaliza saldo de US$ 329,085 Bi, sem considerar como agregado redutor o montante de posições vendidas dos bancos da ordem de US$24,092 Bi (não tão expandidas visto que era US$ 24,865 Bi em dezembro/18) menos o total de linhas de financiamento fornecidas aos mesmos pelo próprio BC no total de US$ 9,850 Bi, o que em termos efetivos reduz a posição cambial líquida absoluta do país para US$ 314,840 Bi. O BC no período agosto até o dia 11 de outubro vendeu US$ 17,505 Bi de dólares à vista para o mercado à vista de câmbio, que registra um fluxo negativo total líquido no ano até aquela data de US$ 19,829 Bi, sendo que o segmento financeiro acusa negativo de US$ 33,076 Bi (maior US$ 16,733 Bi do que o ano passado), o que dá a exata dimensão da pressão de demanda ocorrida no mercado, que contudo vem tendo o correto suporte por parte do BC.

Muito tem se falado em volumes dantescos de troca de passivos externos por internos face à queda do juro interno, e ao mesmo tempo, de saídas volumosas de investidores estrangeiros, para justificar a alta do preço do dólar, contudo os números do BC sobre fluxo cambial evidenciam o fato, mas não com os números tão severamente alardeados em termos líquidos e demonstram que o BC supriu o mercado à vista com a quase totalidade do fluxo cambial negativo total líquido.

O Brasil tem ampla possibilidade de reverter este quadro adverso de fluxo negativo, ainda que agora sem poder contar com os capitais especulativos forjados em operações de “carry trade” arbitrando juros externos com internos, mas com os recursos do pré sal e investimentos estrangeiros de qualidade para sua infraestrutura amplamente carente de modernização e setores produtivos.

Será, se confirmada, uma solução pontual.

Há uma questão temporal a ser suportada e ainda sem efetiva clareza, pois os processos de reformas fundamentais em andamento vêm demandando mais tempo do que o previsto para o país se recompor retomando sua dinâmica de atividade econômica, o que poderá reavivar a sua performance no comércio exterior e na atratividade do seu mercado financeiro, com ênfase ao setor de renda variável.

Contudo, se o BC reduzir ou eliminar sua intervenção com oferta de swaps cambiais reversos no mercado futuro, mantendo até quando necessário a oferta de liquidez no mercado à vista, o preço da moeda americana certamente perderá suporte e poderia vir a abaixo de R$ 4,00, no curtíssimo prazo, reduzindo naturalmente a demanda por swaps cambiais.

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