O câmbio está em patamares interessantes por volta dos 5,30 e, há algumas semanas, estávamos ali por volta dos 5,80.
Desde que começamos a elevar as taxas de juros aqui no Brasil, iniciou também a entrada bem sutil de fluxo estrangeiro, graças ao elevado risco fiscal na época pela possibilidade da não aprovação da PEC dos Precatórios, a qual teve que ser diluída para ser aprovada. Pois bem, o risco fiscal continuou o mesmo, porém, teriam adiante uma previsibilidade, e foi um ponto positivo para o mercado.
Outro ponto a ser observado foi a possiblidade da inflação norte-americana não ser transitória e terem que aumentar a taxa de juros por lá, isso causou um estresse muito grande no mercado que precisou precificar pois, apesar da nossa taxa de juros estar ficando atrativa para investidores estrangeiros, não estava valendo a pena, já que a maior potência poderia estar pagando taxa positivas com risco muito menor.
Porém, um tempo depois, algumas declarações dos membros do FOMC diziam que a inflação não seria transitória e teriam sim que aumentar os juros por lá, houve o famoso sobe no boato e cai no fato, já que isso foi pré-precificado; o mercado veio acalmando e retornando ao preço. Somado a tudo isso e com uma extensa sequência de aumento na nossa taxa de juros, risco fiscal calculado e preços atrativos na bolsa por movimentos exagerados de pânico, começou uma série de entradas de capital estrangeiro no Brasil na busca por algumas pechinchas. Iniciamos um movimento muito bom por aqui, o qual fez o dólar cair por vários dias seguidos e a bolsa saiu da faixa de preço dos 103.000 indo para a faixa dos 112.000 pontos.
Pois bem, estamos nesse momento e já dá um alivio na carteira né? Já começamos a pensar em Disney (NYSE:DIS) (SA:DISB34)..., mas eu diria para não ficarmos mal acostumados, pelo menos quando se trata de câmbio em um ano eleitoral quando a única certeza que teremos é volatilidade.
No dia 08/02 tivemos a divulgação da ata da última reunião do Copom, a qual foi dita que serão necessários alguns ajustes adicionais, no entanto, o mercado prevê o termino do ciclo em maio com uma Selic a 12,25% e em breve o mercado começará a precificar as pesquisas eleitorais.
E o que podemos concluir com isso tudo é que o famoso carry trade, que é justamente a tomada de juros baixos e aplicação em outro país com juros mais altos, pode estar chegando ao fim.
Agora, vamos somar os fatores fim do carry trade, eleições bem polarizadas, risco fiscal, possibilidades de aumento da taxa de juros também na zona do euro e conflitos geopolíticos entre Ucrânia e Rússia, entendemos que o preço atual de dólar na faixa de preço dos 5,30 e 5,20 está em patamares baixos. Seria sim um sonho ver o dólar abaixo dos 5 reais, merecíamos isso, mas é um sonho bem distante diante do atual contexto.