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No Câmbio, a Ordem dos Fatores Alterou o Produto que Poderia Ser Diferente

Publicado 03.12.2019, 07:00
Atualizado 09.07.2023, 07:32

O preço atual da moeda americana não se ancora em bons fundamentos e se contrapõe a um ambiente no país extremamente defendido contra qualquer risco de crise cambial, mas o aviltamento do preço tem sido atribuído a inúmeros e diversificados fatores externos, quando na realidade pode ser simplesmente decorrente de fatores conjunturais contornáveis por ação pontual e assertiva da autoridade monetária, no caso o BC.

O fluxo cambial para o Brasil está negativo e isto impacta na relação oferta/procura, em especial porque decorre da intensificação de saídas de capitais estrangeiros especulativos que aqui estavam lotados e que perderam atratividade pelo país na medida em que o juro e inflação caíram e mantém viés cadente, contrapostas a queda expressiva do saldo da nossa balança comercial e do hiato pela ausência de oportunidades imediatas para atratividade do capital não especulativo, como retomada mais efetiva da atividade econômica e desenvolvimento imediato do programa de privatizações.

Com um fluxo cambial negativo acima de US$ 23,0 Bi seria urgente a intervenção objetiva do BC suprindo o mercado de câmbio com liquidez efetiva com oferta objetiva, venda de reservas, contendo a pressão de depreciação do real de forma pontual, reequilibrando as forças do mercado, na primeira ação, e depois de ter contido a exacerbação pelo desequilíbrio, então iniciar a intervenção neutra mixando a oferta de dólares à vista para suprir a liquidez e buscando o contra efeito na formação do preço com a oferta conjugada de swaps cambiais reversos.

Profilaxia de rotina para um país que detinha US$ 380,0 Bi de reservas e que gera o suprimento de hedge cambial no mercado futuro de forma pontual e que ancora, se bem que neste momento com participação baixa, as posições vendidas dos bancos com o fornecimento de linhas de financiamento em moeda estrangeira, com recompra.

O Brasil não tem por que ter neste momento disfuncionalidades na formação do preço da moeda americana, pois tem todos os recursos financeiros e operacionais para que o BC tenha tudo sobre controle de forma técnico/operacional correta.

Mas, a inversão da lógica da intervenção deu sustentação ao preço da moeda fora da linha de razoável equilíbrio, e ainda mais, arroubos do tipo “juro baixo/câmbio alto à semelhança de economias desenvolvidas” ou “não há preocupações com dólar alto”, fortaleceram o preço fora do contexto da razoabilidade.

Por mais que se deseje “menosprezar” os efeitos do câmbio nos preços relativos da economia são rápidos e notórios e aos sinais iniciais o BC procura então corrigir a estratégia de sua intervenção, que, contudo além de introduzir corretamente os leilões de somente dólares à vista, ainda preserva os leilões neutros que deveriam ser interrompidos e retomados posteriormente quando os excessos presentes no preço do dólar estivessem expurgados, e então, dado continuidade até que o fluxo cambial volte a sinalizar positividade.

Internamente se buscam muitas razões externas, centradas principalmente do embate sino-americano para se dar maior peso no comportamento atípico do preço da moeda americana no nosso país.

Contudo, um olhar mais arguto e crítico pode vislumbrar que o Brasil chega a flertar com a manutenção de um preço do dólar mais elevado, menosprezando a potencialidade de transmissão do fato para os preços dada a baixa atividade da economia, mas os sinais emitidos por alguns setores da economia vêm demonstrando que não é bem assim.

E então, o fato não passa despercebido da volúpia do Presidente Trump que identifica a atipicidade e na sua forma habitual e intempestiva já reage retomando a tributação sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio, que causará reflexos imediatos nestes setores no país.

O problema é a repercussão e o efeito em cadeia que esta atitude pode provocar, num momento em que temos queda substantiva no saldo da balança comercial brasileira.

Idealmente, o BC deveria interromper os leilões neutros e manter somente os leilões de dólares à vista com volume intenso até que a taxa cambial retome parâmetros de normalidade, que acreditamos esteja no em torno de R$ 4,00, a despeito de todos os destemperos em torno do tema nos últimos tempos.

Não em “respeito” a opinião/decisão do Presidente Trump, mas para retomar a coerente razoabilidade do preço com a intervenção e seus efeitos , pois ao país não interessa este tipo de embate nesta fase em que sinaliza retomada da atividade econômica e que poderá se estender a outros produtos, não descartadas as commodities.

O fato é que a não iniciação da intervenção do BC somente com leilões à vista para sanar a carência de fluxo, evitando assim a distorção ocorrida na formação do preço, para depois dar sustentação no preço de equilíbrio com as intervenções neutras, motivou a disfuncionalidade atual desprovida de fundamentos, por isto as intervenções precisam de novo ordenamento, por isso na estratégia adotada fica claro que:

“a ordem dos fatores (estratégias) alterou o produto (preço)!”

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