Ajuste seu relógio
Em dia de mercados fechados nos Estados Unidos, olhos voltados ao noticiário doméstico.
Dia é de alta por aqui, com predomínio de nomes locais. Notável exceção é Vale (SA:VALE5), em repercussão ao anúncio de proposta de reestruturação societária (falo a respeito mais adiante). Juros têm queda moderada ao longo de toda a curva. Real tem nova rodada de apreciação contra o dólar.
Para a alegria dos que detestam o horário de verão (incluindo este que vos escreve), o final do mesmo leva o pregão de volta ao horário habitual, das 10 às 17 horas. Fique atento.
Teoria e prática
Fica cada vez mais próxima da unanimidade a leitura de que, na economia real, o pior já passou — para o azar dos que, por cacoete ideológico, torciam pelo quanto pior, melhor.
A espera, ansiosa, agora é por sinais que confirmem a retomada. Fiquemos atentos e bem posicionados para tal.
Focus desta semana torna ainda mais aguda a dissonância entre as expectativas do mercado para inflação e o discurso do Banco Central. Se antes havia ceticismo sobre a capacidade de Ilan domar o dragão, agora apostas migram para preços subindo menos do que o consentido pela meta.
Em teoria, expectativa de inflação abaixo da meta é salvo-conduto para acelerar o corte de juros. Na prática, o dilema (tal qual na reunião anterior) é conciliar a decisão com uma sinalização de consistência na política monetária.
A ver
Quero mais
O governo de 140 caracteres de Trump continua, com investidores gringos pagando para ver a audaciosa reforma tributária prometida pelo POTUS. Novas investidas no âmbito da política de imigração também devem vir nos próximos dias.
Chama atenção o relativo silenciamento com relação a comércio exterior, tema sobre o qual Donald era tão vocal na campanha e nos primeiros dias de governo. Embora seja de se esperar que mudanças em tributos contribuam para a competitividade do Made in USA , todo o discurso até aqui deixa gosto de “quero mais” no que tange especificamente as relações da América com o restante do mundo.
Teria a atenção de Trump sido momentaneamente direcionada a temas predominantemente internos… ou as relações entre as duas frentes são mais profundas do que uma leitura inicial sugere?
Questão importante principalmente para o rumo do dólar.
É uma questão de missão
Por que vocês escrevem tanto? Por que não simplesmente dizer “compra isso, vende aquilo”?
Trata-se de um questionamento extremamente recorrente. A resposta é simples: porque assim você dependerá da Empiricus para tudo e para sempre. E isso — muito embora faça muito sentido do ponto de vista empresarial — contraria a visão que culminou no nascimento da empresa, 7 anos atrás.
Não se trata, para nós, simplesmente de ajudá-lo a ganhar dinheiro. Nosso objetivo é ajudá-lo a aprender a investir melhor. Não se trata de saber o quê fazer, mas também por quê fazer: o que oferecemos é a oportunidade de aprender um jeito de pensar, um método, que conduza a resultados vencedores na gestão de seu patrimônio.
O método é a obsessão pessoal do Felipe Miranda e impregna todas as recomendações de investimento da Empiricus.
Hoje ele revela o seu maior e final projeto na Empiricus: o Investidor Essencial é um curso que visa ensinar você a identificar oportunidades de investimento da maneira que fazemos aqui, tornando-o autossuficiente na gestão do seu patrimônio.
(Penso com meus botões: você não precisará mais da Empiricus, se não quiser…)
Trata-se de um programa de 22 videoaulas, ministradas por nosso estrategista-chefe e com participação do time. Ao final, uma aula presencial com a participação de um time de Titãs do mercado de capitais brasileiro.
Vagas limitadas. Mais informações aqui.
Uma nova chance para o Novo Mercado
Ações da Vale são destaque no pregão de hoje. E, para minha alegria, desta vez não é reação a loucuras na China: o s acionistas da Valepar, holding que controla a companhia, anunciaram um novo acordo de acionistas — evento esperado há anos — e manifestaram a intenção de propor uma profunda reestruturação societária.
Em resumo: caso a proposta seja aceita, Vale unificará suas classes de ações e migrará para o Novo Mercado, segmento da Bolsa destinado a empresas aderentes às melhores práticas de governança corporativa.
A medida resolve problemas para acionistas que, presos à holding Valepar, não tinham liquidez para suas ações (Funcef, Previ, entre outros) e melhora percepção de governança. Tudo muito bom… m as quem mais ganha com isso é Bradespar: acionista de Valepar, a companhia se beneficia da diluição que a reestruturação societária imporá aos minoritários. Mesmo com alta expressiva na sessão de hoje, o desconto entre BRAP e o valor líquido de seus ativos segue injustificadamente alto.
Mas penso que quem mais ganha é o mercado de capitais brasileiro como um todo: a chegada de um titã como Vale ao Novo Mercado renova esperanças de que o segmento, que infelizmente conviveu com episódios altamente questionáveis na última década, passe a de fato ser percebido como um diferencial para as empresas listadas. E isso é bom para todo mundo.
São, pelo menos, meus melhores votos.