Bolsonaro é alvo de mandado de buscas da PF, em Brasília
Inexistem no momento no Brasil perspectivas em torno da crise do coronavírus que sugiram melhora, muito pelo contrário, tudo sugere que os rigores do isolamento/confinamento devem ser acentuados e os números devem ganhar maior destaque preocupante nas próximas semanas com a intensificação dos testes, porém é perceptível que em concomitância o desalento no setor privado da economia tende ao agravamento rápido e de forma forte.
Embora o governo venha adotando inúmeras medidas focando a demanda das carências da população, com grande complexidade, há sinais de que o setor produtivo pode estar sendo afetado pelo desalento e cresce a convicção de que esta crise não será de curto prazo, mas sim de longo prazo, e desta forma as medidas que vêm sendo preconizadas pelo governo não teriam sustentabilidade no médio e longo prazos.
Já há informações de que alguns segmentos da atividade privada estão demitindo seus funcionários, e este é uma consequência do desalento.
Esta percepção, ao que parece, vem sendo silenciada pela inconveniência no momento, havendo um esforço de que o mundo possa encontrar uma solução, mas lamentavelmente não quaisquer que sejam as soluções não há como se imaginar o retorno imediato da normalidade da atividade econômica.
Ontem, dados dos Estados Unidos deram evidência que o setor produtivo daquela economia que vem recebendo soberbos aportes de recursos por parte do governo também está demitindo.
Este parece ser uma ameaça concreta e séria preocupação que se agrega negativamente à já seríssima crise da pandemia em si.
O governo sabidamente está fazendo concessões diversas que podem ser consideradas acima da sua capacidade fiscal, mas numa visão mais cética todos sabem que não resolverão o problema instalado no país, neste momento tentativas de minimização dos efeitos de curto/curtíssimo prazos.
Por isso, entendemos absolutamente empíricas todas e quaisquer projeções, naturalmente em linha de piora, visto serem neste momento puramente opiniões, desprovidas de fundamentos sólidos.
A Bovespa que sofreu forte desidratação, cuja revitalização certamente demandará muito tempo, segue com mutações forjadas a partir de ocorrências pontuais e, portanto, insustentáveis.
O câmbio vem sendo monitorado pelo BC que age sem foco na formação do preço, que está à mercê do comportamento do dólar no mercado externo, e não há nada adicionalmente que a autoridade monetária possa fazer neste momento.
Agindo desta forma, tem atuado gerando liquidez no mercado à vista e liquidez ancorando linhas externas para os bancos autorizados a operar em câmbio com a oferta de linhas de financiamento e operações de compras compromissadas (compra casada com venda futura) de títulos soberanos nominados em dólares em poder das instituições financeiras, e à margem disto rolando as posições vincendas de swaps cambiais.
O fluxo cambial neste mês até o dia 27, divulgado pelo BC, está negativo em US$ 5,999 Bi (comercial positivo US$ 7,391 Bi financeiro negativo US$ 13,390 Bi), tendo o BC vendido neste mês US$ 9,654 Bi no mercado à vista e efetivado concessão de linhas externas de US$ 7,650 Bi e compras compromissadas de US$ 2,954 Bi ancorando linhas externas para os bancos.
O BC tem aumentado a disponibilização de linhas externas e compras compromissadas para os bancos, que atingem no momento US$ 23,184 Bi e ancoram “posições vendidas” em torno de US$ 45,0 Bi.
Como salientamos, a atuação do BC é intervencionista “profilática” e não focando a formação do preço da moeda americana, que está volátil e fora do ponto dado ao fato de ter excelente liquidez nas operações no mercado internacional, diferente de outras emergentes. Consideramos que o preço de equilíbrio seja na atualidade em torno de R$ 4,50, a despeito de vir sendo cotado a R$ 5,20/5,25.