Matthew Lynn, escritor britânico das crises, assinou uma coluna em que aponta três razões para os investidores - de economias desenvolvidas - não temerem o crash dos emergentes:
I) os emergentes são grandes exportadores, mas poucos são importadores relevantes - e quando são, são de matérias-primas. Não haveria grande choque de demanda pelo produto das economias maduras;
II) a iminente desvalorização das moedas dos emergentes ajudará a rebalancear suas economias, exportando mais;
III) tempestades ao longo do caminho são inevitáveis, mas ainda assim as economias emergentes continuam crescendo muito e rápido. Continuamos?
Que timing!
Sob o holofote da crise emergente, o governo brasileiro decidiu lançar novos títulos da dívida brasileira no mercado internacional. O secretário do Tesouro Arno Augustin justificou afirmando que o mercado será capaz de diferenciar uma emissão brasileira das dos demais emergentes. Então, talvez tenhamos de pagar um juro mais elevado.
Advogado do diabo (CLT)
Do lado positivo do noticiário, podemos comemorar a menor taxa de desemprego brasileira de toda a série histórica (desde março de 2002), com os 4,3% anunciados para dezembro do ano passado. O dado é inegavelmente favorável, mas longe de fazer verão. O combo de desemprego baixo com crescimento real da renda vem perdendo apelo com a escalada da inflação e dos juros. Não bastasse, o dado em si é bastante suscetível a distorções. Pode ter menos gente procurando emprego, assim como a tendência de queda do indicador é certamente influenciada pelo rápido processo de envelhecimento da população.
O consumo defensivo
O que o minuto anterior lhe sugere? Consumo mais resiliente (bens essenciais, com demanda mais inelástica) e envelhecimento da população... Nada? Ações de farmácias!
Brasil Pharma (BPHA3), Raia Drogasil (RADL4) e, agora, Ultrapar (UGPA3), que comprou a Extrafarma. Mas consumo defensivo não é só Corega. Também é uma definição válida para ações do setor pouco dependentes de crédito para crescimento (em um cenário de juros em alta) e com forte posição de caixa (para melhorar o resultado financeiro em um cenário de juros em alta).
Pra que serve a temporada de resultados?
Dentre as maiores altas do pregão, uma delas está entre as nossas cinco apostas para monitorar na temporada de resultados Esta semana demos o pontapé inicial à temporada de resultados do quarto trimestre de 2014, algo extremamente relevante para as ações. Ontem troquei uns emails com um assinante do M5M que questiona a importância da temporada de resultados. Ele tem o seu ponto: uma coisa é o release (propaganda) e outra é a contabilidade da empresa, e os resultados são de passado, enquanto o mercado olha para frente. Concordo. Mas também vejo os resultados como a realidade nua e crua para as empresas, a verdade nos números, a confirmação ou não das expectativas criadas. Para driblar a propaganda do release, recomendo ponderar medidas contábeis (ex. lucro líquido) e concentrar no que é fluxo de caixa.
Gatilho no radar
Outro ponto interessante da temporada de resultados é que temos um gatilho contundente no radar para todas as companhias listadas. E com data marcada. Exceto para aquelas poucas inadimplentes de resultados, é claro. Muitas vezes, nos esforçamos para descobrir justamente qual ação terá ou não algum evento no radar. Aqui, temos um primeiro caminho andado.
Empiricus é uma coisa, Laissez Faire é outra
Quem acompanha nossas newsletters deve ter recebido algum e-mail falando de “Laissez Faire”. Vale o esclarecimento. É um projeto que pretende trazer recomendações para melhorar o cotidiano das finanças não só do investidor, mas do cidadão. A Empiricus continua existindo normalmente, agora em paralelo a um novo negócio chamado Laissez Faire, desvinculado ao mercado financeiro. Os resultados de bancos interessam os leitores da Empiricus pela repercussão nas ações em Bolsa. No Laissez Faire, a atenção é redobrada nos custos dos serviços bancários. Como driblar taxas e tarifas absurdas e caminhar rumo à independência financeira? Os primeiros passos são apresentados no primeiro relatório do Laissez Faire, publicado hoje. Três conselhos inspirados na origem do papel-moeda. Nada de bitcoins, por enquanto papel-moeda. Nada de bitcoins, por enquanto.
Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.