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O Dia em que o FED Aumentou os Juros

Publicado 17.02.2013, 21:36

Faltava meia hora pra encerrar o pregão na Bolsa de Valores de São Paulo. lia alguns gráficos quando, repentinamente, vi um candle diário reverter.

"O que houve , perguntei?"

Algum bug?
Voltei a atenção para outras telas e vi alguns ativos caindo rápido.

"O que houve, perguntei novamente pra mim mesmo?"

Olhei a tela do VIX, e o indice de volatilidade do SP500 estava subindo rapidamente.

Pensei...deve ser a fala do presidente do FED na Princeton University...

Instantaneamente voltei a atenção para a Bloomberg, e lá estava o Presidente do FED explicando que era necessário aumentar os juros americanos em 2,5%.

&*&¨¨%%%$##@@@!!!! Pensei eu!!
E, agora ?

Voltei os olhos novamente para a tela de alguns ativos do Bovespa que eu tinha na minha configuração...
Os mercados interbancários de juros na Europa já estavam fechados...decidi verificar os futuros do DI na Bolsa Brasileira....os juros haviam disparado no "mercado futuro".

Também decidi deixar abertas as telas do "Ouro", da "Prata" e do VIX...
Esperei o fechamento dos mercados e desci pra tomar um café...

No dia seguinte, logo pela manhã cedo, depois de checar o fechamento da Ásia e abertura na Europa, me preparei pra ver o estrago nas aberturas do Brasil e de Nova York. Mas veria a abertura na Starbucks da Alameda Campinas com Alameda Santos...Coloquei o meu notebook na mochila e pra lá me dirigi...

Sentei e pedi um "café expresso no copo".

Liguei meu notebook, e o mercado já estava aberto há cerca de 5 minutos. A Bovespa já abrira com uma queda de 3,5%...a queda foi se acentuando já nos primeiros 60 minutos. No canto da tela do meu note, o futuro do Dow Jones operava com queda de 2,2%...

"Sabe de uma coisa ?", falei eu...vou andar um pouco lá no Centro Velho...pensar um pouco...vou lá na sede da BOVESPA, ainda que veja somente telas de plasma e LED...Vou ver se vejo algo por lá...aproveito, tomo outro expresso lá na "Ipiranga", na cafeteria do Edifício Itália, a uns 10 minutos da Bovespa.

Dentro da Bovespa, procurei um plasma com alguns gráficos; ao meu lado havia um sujeito com uma camisa onde se lia "EU JÁ SABIA"...

Talvez pela minha extrema atenção aos gráficos, o senhor vira e me pergunta:

- "Você viu?"
- "Viu o quê?, lhe retruquei."

- "O FED americano aumentou os juros ontem...tá o maior "zum zum zum" nos mercados..."
- Ah...sim...soube sim...na verdade, estou aqui "meio por causa disso, respondi"...
E continua o senhor...

"Eu já sabia"

"Enquanto ninguém queria os títulos de 10 anos dos Estados Unidos, eu comprava"

"Enquanto todo mundo comprava ações nos Estados Unidos e na Europa, eu vendia..."

- Então, o senhor opera lá fora também? indaguei-o gentilmente...

Responde ele:

"Sim...claro...pouca coisa...mas não é só isso...tudo está interligado...então, os movimentos lá fora, em algum momento, afetam, sobremaneira, os movimentos aqui dentro."

Já mais atento ao que dizia o senhor, decidi questioná-lo quanto ao Brasil.

- E o Brasil nisso tudo?
- "O Brasil ?" disse ele...

"Aqui, enquanto todo mundo comprava imóveis, eu vendia"...

Curioso e pensativo, voltei a retrucá-lo...

- Não entendi senhor, pode me explicar?

- "Sim...claro..."
Continua ele...

"Um problema no coração é uma consequência, um somatório de vários fatores...a parada cardíaca em si é apenas o estopim detonado por algum movimento, alguma atitude, como, por exemplo, uma discussão familiar, com o chefe, um esforço "além da conta", ou simplesmente, um acontecimento produzido pelo tempo, isto é, dados os fatores do passado, em algum momento, o oxigênio não chega a artéria coronariana. No entanto, nunca saberemos com exatidão, qual dos fatores, foi determinante na parada cardíaca."

As bolhas, sejam das mais diversas naturezas, são exatamente como as doenças do coração; elas são estimuladas, produzidas e criadas por uma série de fatores que, em conjunto, produzem os desequilíbrios. Algum movimento no futuro fará essas bolhas explodirem, os desequilíbrios serão ajustados."

"No caso dos imóveis, o senhor lembra dos IPO'S das Construtoras em 2006-2007?, perguntou-me ele"

- Sim...lembro, respondi...

Prossegue ele:

"Tudo começa com a fartura de dinheiro dada às construtoras nos IPO'S de 2006-2007....As construtoras inflacionam o mercado ao pagar qualquer preço pelos inúmeros terrenos à disposição, imaginando a imensa demanda reprimida pela frente...só que ao fazerem isso, elas mesmas não se deram conta de que estavam puxando os preços dos terrenos pra cima e. portanto, elas mesmas, teriam que repassar a alta para os imóveis...o mercado de usados apenas acompanhou a alta"...

- Sim...é óbvio ! , respondi...

- Mas , senhor...os preços continuaram subindo e subindo depois...não pararam ali em 2007-2008-2009...interrompi-o...

- "Ora, mas aí veio a Crise da Quebra do Lehman, lembra?", responde e pergunta ele ao mesmo tempo...

- Sim...e daí? Volto a perguntar....

"Ora...não só o mundo, como o Brasil entra na política anti-ciclica na esperança de que os efeitos catastróficos da Crise de 2008 fossem atenuados.

E, ainda, com vários agravantes...entre eles, a queda da taxa de juros americana a partir de dezembro de 2008, para o patamar de 0-0,25%.

No Brasil, além da queda da taxa de juros numa velocidade um pouco menor no início, vimos um forte aumento de crédito, impulsionado principalmente pelo setor público.

Os preços dos imóveis que vinham sofrendo uma inércia pra cima, sofreram novos empurrões...
E não esqueça que, logo depois, Copa do Mundo e Olimpíadas foram confirmadas no Brasil...euforia total, efeito manada, aberrações e mais aberrações", complementa ele...

- "É verdade mesmo"......respondia eu, já atento à dinâmica dos fatos.

- E, agora, finalmente perguntei?
- "Agora?", disse ele....

Com a alta da taxa de juros norte-americana, tudo muda...tudo !!!

O fluxo do dinheiro se voltará para os treasuries americanos,,,mercados de renda variável sofrerão o inverso do que vimos até hoje...se sobrou liquidez até agora, o retorno aos treasuries esteriliza o sistema, portanto, parte da alta, eventualmente super dimensionada, será "ajustada"

E com menos dinheiro circulando no mundo, os eventuais déficits de inúmeras nações terão que ser financiados a um custo mais alto...o fluxo privado também travará momentaneamente...

Enfim...créditos públicos e privados terão que ser repensados e ainda sim, com custos mais altos.

Como o Brasil não se preocupou em cortar gastos, ainda que numa politica anti-cíclica, os efeitos se amplificam...

Some-se a isso um país pressionado por uma inflação insistentemente alta...

Temos aqui um cenário mais do que suficiente para que o oxigênio não chegue ao coração do "Universo Imobiliário"...

Juros mais altos, créditos público e privados menores, outra e nova onda de freio econômico, pressão sobre o endividamento público, privado e sobre os indivíduos;

"O coração vai parar...ressaltou ele...vai parar...repetiu...não sei até que ponto e quais os prejuízos ao corpo...mas, vai parar...enfatizava ele em um tom ácido..."

Extremamente atento às suas explicações, me despedi, e o agradeci pelo bate-papo agradável, já esquecendo de olhar para a tela do plasma logo ali à minha frente.

O Bovespa já caía 5,5%! Dow Jones, operando já há cerca de 1 hora, caía 3,7%.

Desci a Catedral da Sé e parei no Edifício Itália; sentei no "café" e liguei o notebook...
A sangria no Bovespa continuava...os juros no mercado futuro DI explodiam...

Ao lado, ouvi 2 pessoas discutindo sobre o "zum zum zum" em torno da queda da Bolsa de Valores...

Enquanto tomava café, me lembrei de uma frase dita por um professor meu de Finanças na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

"Mais importante do que o cálculo inerente a um determinado problema, são a hipótese e a suposição que você faz acerca dele".

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Últimos comentários

Nobre MARCIO, fumou algum baseado.... Pelo q li no seu texto voce não disse quando se deu os fatos? Quando aconteceu este fato? ou é h -istoria para boi dormir? abçs kkkk
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