Após tarifas de Trump ao Brasil, small cap na B3 subiu mesmo com mercado negativo
Tem algo que poucos investidores, principalmente pessoa física, prestam atenção no dia a dia, mas que faz toda a diferença para quem quer entender o que está por trás dos grandes movimentos do mercado americano e colocar dinheiro no bolso: o fluxo de dinheiro entre setores.
Isso mesmo. Existe uma lógica por trás de certos ralis que vemos nas bolsas. Não é coincidência quando vemos um movimento explosivo nas big techs e, logo depois, uma arrancada dos bancos. Isso acontece por causa da rotação setorial, um comportamento técnico dos grandes players, como fundos institucionais, gestoras globais, bancos e até o investidor institucional local americano.
Quando o mercado começa a ficar otimista, seja com a expectativa de corte de juros, a melhora no cenário macro ou o aumento da liquidez, o dinheiro vai direto para as empresas de crescimento, em especial empresas de tecnologia, consumo discricionário e comunicação. É o típico movimento que impulsiona índices famosos como o S&P 500 e o Nasdaq 100, onde estão nomes como Apple (NASDAQ:AAPL), Microsoft (NASDAQ:MSFT), Nvidia (NASDAQ:NVDA), Meta, Amazon (NASDAQ:AMZN) e Alphabet (NASDAQ:GOOGL) - fazendo com que estes renovem suas máximas históricas. Essas empresas crescem rápido, têm margens elevadas e são sensíveis às condições de juros.
Mas esse fluxo não dura para sempre
Quando essas empresas começam a ficar esticadas demais, tecnicamente e fundamentalmente, e os valuations sobem muito, o mercado tende a rotacionar o capital. É aí que vemos um movimento interessante: o dinheiro começa a migrar para setores mais tradicionais, com múltiplos mais baixos e maior previsibilidade de caixa, como bancos, energia, indústria e saúde.
Esse movimento não é emocional. É técnico.
Fundos grandes não podem simplesmente ficar de fora. Eles precisam estar alocados. Quando os setores de crescimento já correram demais, os gestores passam a buscar ativos com maior margem de segurança. O resultado? Setores que estavam andando de lado começam a ganhar tração e entregam performance relevante.
Essa rotação também tem tudo a ver com o ciclo econômico. Em momentos de aceleração, o mercado prefere tecnologia e consumo. Em momentos de desaceleração ou transição, o capital busca refúgio em setores mais defensivos, como saúde e utilidades.
Certo Rodolfo, e onde está o dinheiro agora e para onde ele está indo?
Como comentei nos primeiros parágrafos, após a renovação das máximas históricas da Nasdaq e do S&P 500, eu observei um movimento semelhante nas ações dos principais bancos listados nas bolsas dos EUA.
Minha atenção agora está voltada para o setor de saúde e de consumo básico. Temos muitas ações de empresas excelentes sendo negociadas com múltiplos atrativos, como Johnson & Johnson (NYSE:JNJ) e PepsiCo (NASDAQ:PEP).
Não é recomendação. Mas vale você acompanhar com atenção os próximos capítulos desse fluxo.