O teto da dívida americana vai mudar ou não?
Esse é o grande tema dos mercados internacionais. Mais ou menos assim: os caras lá estão gastando adoidado para estimular a economia, agora precisam aumentar mais uma vez o limite de endividamento do governo para formar o orçamento. Se não rolar, o governo deles não teria dinheiro para tocar algumas de suas atividades básicas. Têm até segunda-feira para decidir.
Governo americano sem dinheiro?
Tá, conta outra.
Na conta de quem?
A decisão vai se arrastar até os 47 do segundo tempo, daí tudo termina bem. É uma decisão de ordem política. A pressão vai até o limite, mas, na hora do vamos ver, ninguém quer ficar marcado como aquele que cortou o dinheiro dos servidores, ou fez os EUA perder o selo AAA.
Na dúvida se vão aprovar o novo teto ou não, o mercado, que antecipa tudo, já teve seu teto derrubado. O S&P 500 está próximo da primeira queda semanal desde agosto.
Aproveita bem o teu final de semana
O céu está abrindo (pelo menos aqui em SP), amanhã é dia de feijoada, domingo tem rodada... Descansa, porque a semana que vem começa quente. Além do deadline da dívida americana na segunda, na terça vence a obrigação de pagamento de US$ 45 milhões de OGX. O que o noticiário mais recente nos diz? Que a empresa já teria notificado a corretora Planner – seu agente fiduciário – da intenção de não pagamento.
Fim da linha?
Qual o desdobramento de um eventual calote neste caso? Os credores executando garantias, pedindo falência da empresa, a empresa entrando com pedido de recuperação judicial... OGX vai conseguir honrar esta dívida? Se conseguir, e as próximas? O que acontece com você, acionista, se a empresa entrar em recuperação judicial? Qual o impacto sobre as ações? E sobre o Ibovespa? Há risco de contágio na Bolsa?
Não faltam dúvidas relacionadas ao tema, que pode marcar um evento sem precedentes no mercado de capitais brasileiro. O que você deve fazer, acionista de OGX ou não, para se proteger (e se aproveitar) da crônica da tragédia anunciada?
Na conta de quem? (Parte II)
A revista inglesa The Economist voltou a destacar o Brasil em sua capa, questionando se o país “estragou tudo”. Ela mesmo, que havia feito alarde com a perspectiva da economia brasileira “decolar”. Quanto maior o salto, maior o tombo.
Apertem os cintos, o piloto sumiu.
PS: Ops, a piloto voltou! E está no twitter. As ações desta mídia social, que nem foram à Bolsa ainda, já caem. Risco regulatório aumento hoje, sabe?
Cuidado com as manchetes (seção perpétua)
Outra matéria destaca hoje a “volta do crescimento” para o setor automobilístico. Setembro próximo de fechar com crescimento na faixa de 6% a 8% em relação ao mesmo período de 2012, possivelmente marcando o melhor desempenho para o mês na história.
Mais um dos vieses de base de comparação aqui. Apesar do reequilíbrio de estoques nas montadoras, o avanço no comparativo se dá sobre base fraca e permeado por nuances sazonais (com dois dias úteis a mais do que o mesmo período do ano passado).
Aí você contra-argumenta que “poxa, mas se é o melhor setembro da história, não tem essa de fraca base de comparação do ano passado”. O problema é que há tempos o mercado superestima a velocidade de recuperação do setor, já incorporando o avanço sobre as cotações. Ficaria leve em exposição ao segmento, literalmente: LEVE3 une resiliência de resultados a bom fluxo de dividendos.
O super dividendo
Qual a principal alta do Ibovespa hoje? Santander vê seus papéis dispararem com o anúncio de distribuição de R$ 6 bilhões aos acionistas. O chamado “plano de otimização do patrimônio de referência” é, grosso modo, a troca de dívida por dividendos. O Santander está emitindo US$ 2,3 bilhões em notas no exterior.
Tenho argumentado que dinheiro em caixa não é necessariamente bom. Quisesse ter ele parado, você teria investido por sua conta, e não comprado as ações de determinada empresa, correto? Santander estava em posição de excesso de liquidez. Tá, o evento é favorável, mas qual a sustentabilidade dessa estratégia?
PS: Se você está procurando super dividendos sustentáveis, vai encontrar na série de Vacas Leiteiras. Quem assinar tem o monitoramento constante de 18 papéis com este perfil., além de outras eventuais oportunidades.
Na conta de quem? (parte III)
Certa vez, ouvi que “o valor de uma empresa é independente da forma como esta é financiada”, ou, traduzindo, a forma como os fluxos estão divididos entre acionistas e bancos não altera o valor total do negócio.
O dividendo/dívida gera um incremento próximo de 10% no valor de mercado do Santander. O Modigliani e o Miller que estão errados, ou o mercado que não é eficiente mesmo, hein Fama?
Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.