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O Fim do Brasil ou o Começo da Terceira Via?

Publicado 25.10.2021, 14:10
Atualizado 09.07.2023, 07:32

“Seja como for o começo da carreira de cada um de vocês, é importante saber que a vida não se move em linha reta. Vocês precisam estar cientes de que o mundo é um lugar imprevisível. Muitas vezes, até as pessoas mais capazes, como vocês, acabam caindo do cavalo. É inevitável, vocês vão se deparar com muitas dificuldades e adversidades ao longo da vida. Quando tiverem algum revés, precisarão reunir forças e se obrigar a seguir em frente. A resiliência que exibirem diante das adversidades, mais do que a adversidade em si, definirá que tipo de pessoas vocês são.”

Stephen Schwarzman

As pessoas me pedem para escrever “O Fim do Brasil - Parte 2”. Na verdade, elas não sabem, mas eu já publiquei a continuidade do primeiro episódio. Se fosse o caso, este seria o terceiro capítulo da trilogia. 

Sejamos sinceros: essas pessoas têm alguma razão. Até podemos encontrar um bom paralelo nas últimas semanas com a desastrada “Nova Matriz Econômica” — além da esquerda e da direita está o populismo. Com a perda da âncora fiscal, perdemos também um dos pés do tripé macroeconômico. 

Confesso, porém, que, dada a maneira atabalhoada de condução de nossas mazelas fiscais, tenho me lembrado mais de outro episódio da história já não tão recente. Em 13 de janeiro de 1999, Chico Lopes assumiu a presidência do Banco Central no lugar de Gustavo Franco. No meio de um ataque especulativo, veio com uma terminologia “simples”, lançar uma “banda diagonal endógena”. 

A proposta até fazia algum sentido. Era uma forma de transição do regime de câmbio fixo para o flutuante. A banda é diagonal (pra cima) porque determina um intervalo de variação para a taxa de câmbio, supondo desvalorização do real contra o dólar ao longo do tempo. Você começa com uma banda curtinha e, à medida que a taxa toca nos limites de cima ou de baixo, a banda vai se alargando. Por isso, ela é endógena, ou seja, é o próprio comportamento do câmbio quem vai ditando a largura da banda. Com o passar do tempo, a banda ficaria tão alargada que teríamos uma banda infinita. Ou seja, é o câmbio flutuante.

Na teoria, até o socialismo funciona. Mas, meu amigo, no meio de um ataque especulativo, até você explicar “banda diagonal endógena” pro gringo, já era. Chico Lopes foi demitido do BC em 2 de fevereiro de 1999. Passagem do tipo “velozes e furiosos” pela autoridade monetária. Aí veio o Armínio com o tripé e o resto é conhecido.

Na semana passada, parece que lançamos o teto diagonal endógeno. Ele também só sobe com a passagem do tempo. Funciona assim: você cria o teto. E, daí, para não falar que abandonou de vez a âncora fiscal, cada vez que os gastos se aproximam do teto, ele se move para cima. O alcance do teto provoca um novo teto, endogenamente.

As consequências são conhecidas. Em linhas gerais, as mesmas da nova matriz econômica. Dólar pra cima, pressão sobre os juros de mercado, deterioração das perspectivas de crescimento. Obviamente, muito ruim.

Mas seria mesmo “O Fim do Brasil”? 

Tenho uma teoria já manifestada aqui algumas vezes: o Brasil é obviamente problemático. Dificilmente será uma grande potência. Ao mesmo tempo, há uma certa tendência de reversão à média. Somos medíocres, macunaímicos e complacentes. E somos também antifrágeis.

Explico a ideia. A partir de um determinado tamanho de choque negativo, a corda estica a certo ponto que catalisa um processo de mudança positiva. Talvez tenhamos cruzado essa linha na semana passada.

Com a perda de qualquer esperança de algo positivo material até o final de 2022, emerge uma potencial solução inesperada. Alguma coisa ainda percebida como de baixa probabilidade (lembra do áudio do Bessias? Antes disso, ninguém acreditava no impedimento de Dilma Rousseff; vale ler aquela fatídica entrevista nas Páginas Amarelas de “flertando com o abismo”) acaba emergindo e retira o país do aparente inferno. Não se pode matar a esperança, porque ela ficou presa na Caixa de Pandora. Ela resiste, portanto.

O olhar atento começa a perceber os primeiros sinais mais materiais de união em prol de uma candidatura única de centro, evitando uma fragmentação da chamada terceira via e aumentando a, por ora ainda baixa, probabilidade de sua eleição.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Ian Bremmer, da Eurasia, faz importantes considerações nesse sentido, à luz dos acontecimentos recentes: “A implicação mais interessante que pode haver seria Bolsonaro perder tanto apoio a ponto de abrir espaço para uma terceira via. Sabemos que Lula será um dos candidatos que deve chegar no segundo turno, e seria natural de se esperar que o atual presidente também conseguisse chegar lá, mas esse pode não ser o caso. As barreiras ainda são altas para uma terceira via, mas Bolsonaro tem cometido muitos equívocos, e isso em um contexto em que ainda estamos em uma grave crise”.

Bremmer ainda: “Acho que é extremamente improvável que o Bolsonaro seja reeleito, e vejo como uma possibilidade crescente um candidato do centro disputando contra Lula. A terceira via é um evento que com certeza seria muito bem recebido por empresários e investidores”.

Eliane Cantanhêde, em sua coluna no Estadão, vai por caminho semelhante: “Quanto mais golpeia a economia, mais Bolsonaro abre a trilha da terceira via”.

Um possível caminho agora seria a superação das prévias do PSDB em novembro, com aumento do favoritismo de Eduardo Leite sobre João Doria. Esse é o primeiro trigger positivo para os mercados. Na sequência, talvez ainda este ano, a publicação de um documento confirmando a convergência de União Brasil, PSDB, MDB e Cidadania em torno de uma só candidatura forte. 

Por enquanto, é só uma possibilidade, mas ela se torna cada vez mais real.

Os eventos bastante negativos da semana passada foram tão ruins que podem ter criado um caminho bem positivo para a frente, numa manifestação concreta de nossa antifragilidade macunaímica.

Entre o fim do Brasil e um possível novo começo, talvez enfrentemos um pequeno purgatório até 21 de novembro. Até lá, juros de mercado na lua, dólar alto e penalização sobre todas as ações cujos fluxos de caixa estão muito lá na frente. Estamos terminando nossos estudos para propor novas recomendações short para o curto prazo.

Últimos comentários

O bezerro berra e reclama muito qdo da desmama ….
fim da empiricus, casa de análise mais lixo
Não acho não, é Bolsonaro 2022
Não acho não, é Bolsonaro 2022
Quem se orienta com esse cara, kkkk
Vai ler a bíblia. Não sabe nada do que realmente está acontecendo no Brasil e na economia mundial, nunca deve ter ouvido falar de Klaus Schwab, nem deve ter assistido a reunião ecumênica do vaticano a última, nem verá a COP 26. Esquece Cisne negro, sua última chance, é bitcoin. O grande ataque cibernético reiniciará tudo . Great reset.
ERVA TA BOA HEM
Só espero que Hennriqye na vá embora antes do final da minha assinatura, porque a coisa por lá tá complicada...
Felipe já era , virou vendedor e cabo eleitoral, arrumando tumulto
Esquerda ou Direita?!? Penico meio cheio ou Penico meio vazio?!? Escolham senhores eleitores...
Suponho que o Felipe Miranda estava na micro passeata do MBL rsrs
Felipe Miranda militando em causa própria. Terceira via é uma piada enrustida. São as mesmas velhar raposas vestidas com um sapatennis e visual menos pesado. São o MDB,PSDB e amigos com uma cara diferente a frente, porem mesmo pensamento, mesmos ideias e mesma roubalheira.
Li a matéria, a sensação que tenho é perdi meu tempo. Saiu do nada e chegou a lugar nenhum.
PÉSSIMA ANÁLISE , NÃO TEM A MENOR LÓGICA NESSAS PALAVRAS, O BRASIL REAL NÃO É O BRASIL SÓ DA BOLSA DE VALORES NEM O DA FARIA LIMA, ABRA A MENTE , DESASTRE É A PANDEMIA SER ESQUECIDA" PELOS "ANALISTAS" E SÓ OLHAREM O MOMENTO ECONÔMICO DO PAÍS, SE O PLANETA INTEIRO  SOFRE AS CONSEQUÊNCIAS DESSE VIRÚS DEVASTADOR DE VIDAS,  EMPREGOS DAS PESSOAS  ALÉM DE DEVASTAR O CARÁTER  DESSES PSEUDO ANALISTAS!
Presidente pode falar muita besteira. Mas graças a Deus ele estancou a pandemia da roubalheira. Por isso o pais não sentiu tanto a atual pandemia.....senão seria falencia.
A terceira via são os mesmo de sempre que incharam os gastos públicos sem fim. O problema está num congresso insanamente despesista e sem sentido de realidade. Assim o País continua sempre uma eterna esperança que se vai esfumando com o passar do tempo e a grande maioria da população cada vez mais pobre, devido a um estado gigante e sem controle dos seus gastos, roubando cada vez mais a população.
Terceira via tem nome: Ciro Gomes. O Brasil tem opção.
A única credibilidade do artigo é estar na Investing...Felipe escreva um artigo sem viés politico/ideológico, para que não percamos tempo lendo, ou então aponte alguma solução. Hoje temos pessoas capacitadas no governo todo e com muita boa vontade de trabalhar e fazer o certo, então seja mais pró Brasil por favor!
A única credibilidade do artigo é estar na Investing...Felipe escreva um artigo sem viés politico/ideológico, para que não percamos tempo lendo, ou então aponte alguma solução. Hoje temos pessoas capacitadas no governo todo e com muita boa vontade de trabalhar e fazer o certo, então seja mais pró Brasil por favor!
A única credibilidade do artigo é estar na Investing...Felipe escreva um artigo sem viés politico/ideológico, para que não percamos tempo lendo, ou então aponte alguma solução. Hoje temos pessoas capacitadas no governo todo e com muita boa vontade de trabalhar e fazer o certo, então seja mais pró Brasil por favor!
Bolsonaro 2022! PSDB Mencheviques PT Bolcheviques. FHC ficou sentando todo tempo do governo lula rindo da roubalheira até o PT se queimar até e perder toda força(estratégia mencheviques) Pensaram que voltariam facilmente para implementar um socialismo gradualmente mas não contavam com o  Bozo que estrou todo plano e uniu os sujos e os mal lavados.
Até lá, vocês fazem o que quer com o mercado! Seus cretinos hipócritas!
Terceira via é o sonho de consumo do capital financeiro internacional: Sem compromisso com as reformas mais à esquerda e com a China, tal como o PT Sem compromisso com a soberania nacional e a defesa das liberdades, tal como Bolsonaro
Até lá, vocês fazem o que quer com o mercado. Seu Hipócrita!
era  melhor  ficar  calado
O que,  antifernalidade macunaímica. gostei da expressão, mas antifigilidade não é isso. Antifragilidade é aquilo que não é frágil, portanto o Brasil é frágil sim, nesse aspecto estamos de acordo!
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