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O mercado do café derreteu! E agora?

Publicado 24.10.2022, 08:59
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Nas últimas 10 sessões o Dez-22 chegou a cair -3.200 pontos! Máxima/mínima/fechamento respectivamente @ 221,05 / 186,20 / 190,90 centavos de dólar por libra-peso. Mesmo com o R$ valorizando +3,47% (fechou a semana @ 5,14 R$/US$) não foi suficiente para segurar/contrabalancear a derrocada dos preços. Com os fundos + especuladores liquidando suas posições compradas o volume médio diário negociado nesse período voltou a ficar acima dos +41.500 lotes. Segundo a última posição do CFTC* os fundos + especuladores terminaram o período ainda comprados em apenas +7.953 lotes (reduzindo a posição comprada em aproximadamente -65%)! Em 10 dias liquidaram -18.564 lotes e estão agora com espaço para voltarem às compras, ou às vendas! Os indicadores de curto prazo indicam um mercado ainda “sobre-vendido”. Poderemos ver uma correção técnica nos próximos dias com resistências importantes a serem vencidas (agora @ 194,80 / 198,00 / 205,00 / 209,00 / 218,00 centavos de dólar por libra-peso). A confirmação da quebra da safra brasileira e eventual redução nas exportações nos próximos 2-3 meses junto com atraso no início da safra do Vietnam e América Central poderão mudar a percepção para “eventual falta de café”. Será que iremos voltar a ver o Dez-22 acima dos +220/+240 centavos de dólar por libra-peso? Difícil. O cenário macro mudou e muito nos últimos 10 dias. Suportes importantes agora @ +182,00 / +175,00 / +167,00 centavos de dólar por libra-peso.  

Desde o último dia 20 de setembro de 2021 o mercado não via o contrato spot negociando abaixo dos 187 centavos de dólar por libra-peso. O Set-23 chegou a negociar @ 176,50 centavos de dólar por libra-peso!

Infelizmente o mercado continua soberano. Quando trabalha “a favor” do produtor o produtor aplaude. Porém quando o mercado trabalha “contra” o produtor, então o produtor “odeia” o mercado e as teorias da conspiração do “Davi x Golias” retornam nas rodas dos produtores.

Apesar dos fundamentos continuarem positivos os fundos + especuladores + algoritmos começaram a liquidar suas posições quando o Dez-22 não conseguiu se manter acima da média móvel dos +100 e +200 dias. A partir do dia 12 de outubro (quando começou o movimento vendedor) o movimento foi tão forte que o Dez-22 chegou a romper e a negociar, inclusive, abaixo do suporte da Banda de Bollinger* da média móvel dos 50 dias (terminou a sexta-feira @ 194,80 centavos de dólar por libra-peso).

O Set-23 também “derreteu” nesse período, chegando a cair -2.850 pontos e terminando a semana @ 180,10 centavos de dólar por libra-peso (após ter negociado na mínima do período @ 176,50 centavos de dólar por libra-peso).

Em R$/saca a liquidação para o produtor foi um desastre. Em 15 dias o mercado spot chegou a cair aproximadamente -200/-300,00 R$/saca! Agora, o interesse do comprador tanto o mercado spot quanto para entregas futuras set-23 ou set-24, está entre R$ 1.000/1.150 por saca!

Nos últimos 15 dias o cenário macro voltou a preocupar os investidores. China segue com sua política de lockdown e crescimento abaixo do esperado; a guerra entre Rússia e Ucrânia vem se intensificando com risco da Rússia realizar ataques com “armas nucleares leves” a qualquer momento; a crise energética na Europa continua preocupando (problemas com abastecimento de combustíveis e o preço da energia elétrica e gás nas alturas já estão ligando o sinal de alerta para os bancos centrais).

Nessa semana a inflação anualizada na zona do Euro e na Inglaterra voltaram a atingir +10,00%. A inflação para o produtor já superou os +40%! Os bancos centrais serão obrigados a elevar novamente as taxas de juros nas próximas reuniões agora em novembro. O petróleo voltou a subir e negociar acima dos 90 US$/barril com a decisão da Opec+ em reduzir a produção/fornecimento da commoditie já a partir do mês de novembro em aproximadamente -2,00 milhões de barris/dia. Toda essa inflação / perda do poder aquisitivo do consumidor americano/europeu deverá repercutir na redução do consumo do café! O inverno no hemisfério norte esta apenas começando. Como irão enfrentar os próximos 3-6 meses?  

Com toda essa incerteza (e muitas perguntas/dúvidas no ar) e com o Brasil “cuspindo” café no mercado (segundo a Cecafé em set-22 o Brasil exportou +3,39 milhões de sacas e para outubro-22 a projeção indica aproximadamente +3,50 milhões de sacas) sinalizando para o mercado que existe sim café no Brasil, precisamos continuar sendo prudentes.

Se o Brasil realmente tiver todo esse café que o mercado imagine e exportar no período Julho-22/Junho-23 acima dos 35 milhões de sacas então o índice “estoque x consumo” voltará a trabalhar próximo dos +20%. Se a safra 23/24 vier acima dos +65 milhões de sacas, então preparem-se! Poderemos ver os preços voltarem a trabalhar abaixo dos +1.000 R$/saca em breve. Como sempre, o mercado se antecipa aos fatos. Será que os fundos + especuladores + algoritmos atualizaram seus números/estimativas de safra e consumo para os próximos 2-3 anos considerando as variáveis acima (queda no consumo com oferta abundante ao redor do mundo)?

Eu realmente não acreditava nas exportações brasileiras tão fortes nesses primeiros 4 meses da safra 22/23 (dependendo da exportação final do mês de outubro-22 o Brasil poderá ter exportado ao redor dos +12,00 milhões de sacas). Minha estimativa estava entre +10,00/+10,60 milhões de sacas.

Infelizmente no curto prazo o “bonde passou” e muitos produtores não realizaram o hedge das suas lavouras/posições.

Muitos leitores que acompanham meu comentário semanal sabem que sempre, desde meu primeiro relatório, venho procurando mostrar ao produtor a importância do hedge. Seja o “contra hedge” (para o produtor que tem posição vendida e não tem proteção contra eventual risco climático ou quebra na safra) e o hedge para o produtor que está com posição “long”/comprado” aguardando por preços mais elevados.

Já chegamos a demonstrar inúmeras operações nos últimos meses onde o produtor poderia ter realizado operações de hedge protegendo o saldo da safra atual 22/23 e a safra 23/24 em diante, garantindo preços contra o Dez-22 acima dos +1.250/+1.300 R$/saca. E para a próxima safra 23/24 (precificando contra o contrato Set-23), preços acima dos +1.500/+1.600 R$/saca! Infelizmente pouquíssimos produtores aproveitaram essa janela que o mercado ofereceu. Agora não adianta chorar ou procurar um culpado, ou como diria meu chefe “matar o mensageiro”!  Poderemos ver preços mais baixos em  R$/saca? Sim! Caso Bolsonaro ganhe as eleições no próximo dia 30 de outubro já tem gente apostando no R$ valorizando para +4,70/+4,50 R$/US$. Se NY continuar cedendo, então +900/+800 R$/saca não esta tão longe assim!

Os estoques certificados terminaram a sexta-feira com +390.000 sacas. Seguimos apostando no “squeeze*” contra o vencimento Dez-22, mas agora em patamares diferentes de preço. Antes imaginava os preços podendo atingir os +300 centavos de dólar por libra-peso. Agora, com toda essa mudança de curto prazo, se voltar a atingir os +240/250 centavos de dólar por libra-peso vamos comemorar!

Para os vendidos com travas para a safra 23/24 a sugestão é para o produtor aproveitar esse nível de preços no Set-23 e começar a analisar a compra de proteção contra eventual geada / quebra na safra do ano que vem. As opções de compra “call*” estão relativamente baratas. Considerem a compra da opção de compra “call*” com strike +190,00 centavos de dólar por libra-peso (fechou a sexta feira custando aproximadamente +117,00 R$/saca), ou comprar a estrutura “call-spread*” +190/-250 centavos de dólar por libra-peso (fechou a sexta feira custando aproximadamente +77 R$/saca).

Como sempre, protejam-se! O mercado sempre será soberano.

Ótima semana a todos!

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