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O mercado de milho na B3 (BVMF:B3SA3) vive dias de calmaria tensa. Nas últimas semanas, os preços têm andado de lado, presos num verdadeiro cabo de guerra. De um lado, a força baixista da colheita da safrinha, que joga produto novo no mercado. Do outro, a força altista de um dólar elevado e de uma demanda de exportação que se mostra cada vez mais aquecida. O resultado é um mercado "travado", à espera de um gatilho para definir a sua próxima grande movimentação.
E tudo indica que este gatilho tem data e hora para acontecer: sexta-feira, 11 de julho, às 13h (horário de Brasília), com a divulgação do relatório de Oferta e Demanda (WASDE) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Para o trader que opera milho, este não é apenas mais um dia. É o dia de maior volatilidade programada do mês. Mas como se preparar para ele? A chave não é adivinhar, mas sim entender as expectativas e traçar os cenários.
Os Números no Radar do Mercado
Lembre-se, o mercado não reage à notícia, mas sim à surpresa. O preço se moverá com base na diferença entre o que o USDA anunciar e o que o consenso dos analistas espera. Fique de olho nestes pontos:
- Produtividade Americana (US Corn Yield): Este é o grande protagonista. Com a safra americana em pleno desenvolvimento, a expectativa do mercado gira em torno de 180 a 181 bushels por acre. Um número abaixo disso sinaliza uma safra menor e é altista. Acima, o sinal é baixista.
- Estoques Finais Americanos (US Ending Stocks): O mercado espera um número para a safra 25/26 ao redor de 2.0 a 2.1 bilhões de bushels. Se o USDA cortar este número para baixo de 2.0 bilhões, o mercado interpretará como um forte sinal altista.
- Demanda Chinesa: A China tem estado mais contida nas compras. Qualquer surpresa, como um aumento inesperado na sua projeção de importação, seria um fator fortemente altista para os preços globais.
Os Três Cenários e a Reação Provável do CCM
Cenário 1: Altista (Bullish)
- O Gatilho: USDA corta a produtividade americana e/ou os estoques globais de forma mais agressiva que o esperado.
- A Reação: Veríamos uma forte alta em Chicago, que, com o dólar firme, teria força para fazer o CCM romper a importante resistência na zona dos R$ 68,00, dando início a uma nova perna de alta.
Cenário 2: Baixista (Bearish)
- O Gatilho: USDA surpreende com uma safra americana maior que a esperada, elevando os estoques.
- A Reação: Queda acentuada em Chicago. Na B3, o suporte crucial na região dos R$ 60,00-R$ 61,00 seria testado e, se perdido, abriria espaço para quedas mais fortes.
Cenário 3: Neutro/Misto
- O Gatilho: O relatório vem em linha com as expectativas, sem grandes surpresas.
- A Reação: A volatilidade inicial será alta, mas a tendência principal deve ser a continuação da negociação dentro da faixa atual. O foco do mercado voltaria rapidamente para o clima e o dólar.
Estratégia: Como o Trader Inteligente Deve Agir?
Operar momentos antes de um relatório como este é jogo, não trading. A prudência e a estratégia são as melhores ferramentas.
- Se você já está posicionado, a prioridade máxima é a defesa. Ajuste seu stop-loss para um ponto seguro. Proteja seu capital da volatilidade que está por vir.
- Se você está de fora, a melhor posição é continuar de fora. Observe. A reação inicial do mercado é frequentemente emocional e enganosa. As melhores oportunidades surgem depois que a poeira assenta.
Analise o fechamento do dia. Um relatório altista confirmado por um fechamento nas máximas com volume é um sinal de força. Um relatório baixista com um fechamento nas mínimas é um sinal de fraqueza. A verdadeira tendência, aquela que pode durar semanas, nasce da reação calma e ponderada do mercado, não do pânico do primeiro minuto.
Em resumo, use o relatório não para apostar, mas para validar a sua tese. Prepare-se para os cenários, proteja o seu capital e espere o mercado lhe mostrar o caminho.