Após tarifas de Trump ao Brasil, small cap na B3 subiu mesmo com mercado negativo
Os papéis da Tesla (NASDAQ:TSLA) recuavam quase 7% no pré-mercado desta segunda-feira, cotados a US$ 294,00, após Elon Musk anunciar, no fim de semana, a criação de um novo partido político nos Estados Unidos, batizado de “Partido América”.
A forte queda reflete a crescente preocupação de investidores com a ampliação do envolvimento político de Musk e os possíveis impactos sobre as operações da companhia.
Na última sexta-feira, as ações encerraram o pregão a US$ 315,35. A retração de US$ 21,35 no pré-mercado indica desconforto significativo do mercado com os desdobramentos políticos. O anúncio também intensificou o conflito público entre Musk e Trump, que reagiu com ataques pessoais e classificou o novo partido como “absurdo”.
Partido América acirra clima político e eleva risco para a Tesla
No sábado, Elon Musk oficializou a criação do “Partido América”, apresentado como uma reação à recém-aprovada legislação fiscal do governo Trump, criticada por Musk como irresponsável do ponto de vista orçamentário.
O executivo da Tesla afirmou que o partido concentrará esforços em “duas ou três cadeiras no Senado e de oito a dez distritos da Câmara”, buscando influenciar votações decisivas e assegurar que as leis reflitam “a verdadeira vontade do povo”. As críticas de Musk focaram no projeto apelidado de “grande e belo pacote”, que, segundo ele, poderá ampliar o déficit dos EUA em até US$ 5 trilhões. Ele também questionou o propósito do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), que liderou por curto período.
A ruptura marca uma guinada em relação à parceria anterior entre Musk e Trump, que teve o apoio financeiro de mais de US$ 280 milhões por parte do bilionário nas eleições de 2024, majoritariamente destinados a candidatos republicanos.
O rompimento ocorreu após a nova legislação suprimir incentivos fiscais voltados à energia limpa, afetando diretamente os interesses da Tesla. Em maio, Musk se desligou do DOGE e passou a prometer oposição a parlamentares republicanos que apoiaram a medida, indicando a possibilidade de disputar primárias internas no partido.
Trump reagiu de forma dura e imediata, qualificando a ideia de um terceiro partido como “ridícula” e alegando que “terceiras vias nunca funcionaram”.
Em sua rede social, o mandatário intensificou o tom: disse que Musk “saiu completamente dos trilhos” e que se tornou um “DESASTRE TOTAL nas últimas cinco semanas”.
Trump também ameaçou retirar subsídios e contratos públicos firmados com a Tesla e a SpaceX, além de justificar a retirada da indicação de Jared Isaacman à NASA por possíveis conflitos de interesse com as operações espaciais de Musk.
Ações da Tesla sofrem com temor de distrações políticas
Os papéis da Tesla abriram o pré-mercado cotados a US$ 294,00, queda de US$ 21,35 (-6,77%) em relação ao fechamento anterior, refletindo o desconforto imediato do mercado com o novo envolvimento político de seu CEO.
No acumulado de 2025, a ação exibe volatilidade elevada, com retorno de -21,91%, enquanto o S&P 500 sobe 6,76% no mesmo período. Apesar da queda recente, a empresa ainda mantém uma capitalização de mercado em torno de US$ 1,016 trilhão. O cenário político, no entanto, adiciona pressão em um ano já desafiador para a montadora de veículos elétricos.
Analistas demonstraram preocupação com o momento e as implicações do novo movimento de Musk. Dan Ives, da Wedbush Securities, destacou que “mergulhar mais fundo na política e desafiar o establishment de Washington é exatamente o oposto do que os acionistas da Tesla esperam dele neste momento crítico para a companhia”.
Ives afirmou que há um “sentimento de esgotamento entre investidores, que percebem Musk cada vez mais focado em disputas políticas”, sugerindo que, embora o núcleo duro de apoiadores permaneça, o mercado em geral demonstra crescente inquietação com a falta de foco gerencial e possíveis interferências nas operações da empresa.
A controvérsia política surge em um momento decisivo para a Tesla, que enfrenta concorrência crescente no setor automotivo elétrico e tenta preservar sua posição de liderança tecnológica. Com lucro por ação em US$ 1,73 e múltiplo P/L de 180,20, a empresa negocia a prêmios elevados, exigindo execução consistente e atenção plena da administração.
Investidores estão cada vez mais receosos de que as atividades políticas de Musk desviem o foco das operações essenciais da empresa, especialmente diante da possibilidade de retaliações em contratos públicos e maior incerteza regulatória associada ao Partido América.
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